terça-feira, novembro 03, 2015

10 anos depois....FMI

Resultado de imagem para FMIDepois de cerca de uma década de autêntico defeso, Moçambique voltou a solicitar ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de cerca de 300 milhões de dólares norte-americanos, que poderão ser desembolsados em meados do próximo mês. O desembolso será feito ao abrigo dos chamados direitos de saque especiais, que o próprio FMI considera de “apoio financeiro mais flexível e mais bem adaptado às diversas necessidades de países de baixa renda, incluindo em tempos de choques ou crise”. De acordo com um comunicado de imprensa do FMI a que o “Diário de Moçambique” teve aceso, o credito “tem  uma menor taxa de juro do que outros empréstimos”. Uma missão do FMI esteve em Maputo no mês passado e fez uma avaliação optimista da economia moçambicana. “A actividade económica em 2015 mantem-se sólida”, refere o comunicado, que sublinha que isso acontece  “embora tenham surgido novos desafios  que  exigem uma acção política decisiva”. O FMI estima que a taxa de crescimento do PIB este ano chegará a 6,3 por cento (significativamente inferior ao esperado - 7,5 por cento), acelerando para 6,5 por cento em 2016. A inflação é baixa actualmente em cerca de dois por cento ao ano, mas o FMI espera que aumente para cinco ou seis por cento ao longo dos próximos meses “devido à recente depreciação do metical”. O FMI espera que as taxas de crescimento económico possam subir para uma média de oito por cento no período de 2017-2020 devido a perspectivas positivas de maciços investimentos em indústria extractiva, com particular enfoque para o gás natural liquefeito. O documento assinala que  “as importações moçambicanas continuaram a crescer a um ritmo acelerado de  17 por cento anualmente, enquanto as exportações estagnaram”. Esta situação tem criado pressões no mercado cambial e causou um acentuado declínio nas reservas internacionais e uma depreciação do metical. Essas dificuldades causaram problemas e atrasos no cumprimento das metas acordadas com o FMI que recomenda “um pacote de políticas correctivas  para colocar o programa de volta aos trilhos e  gerir  sobretudo a  balança de pagamentos”. O FMI, entretanto, elogia ao Banco de Moçambique  “com  a recente decisão de apertar a política monetária e recomendou a continuação do ciclo de apertos”, numa clara referência  à decisão do banco central  de aumentar as suas taxas de juro.
A Facilidade Permanente de Cedência (a taxa de juro paga pelos bancos comerciais ao banco central sobre o dinheiro emprestado no Mercado Monetário Interbancário) aumentou em 50 por cento.

Resultado de imagem para FMIFacilidade Permanente de Depósitos (a taxa paga pelo banco central aos bancos comerciais sobre o dinheiro que depositam nele) aumentou de 1,5 para  dois por cento, enquanto o coeficiente de reservas obrigatórias - a quantidade de dinheiro que os bancos comerciais devem depositar  junto do Banco de Moçambique - subiu de oito para nove por cento. O comunicado vinca ainda que  “a missão do FMI  acredita que o programa económico das autoridades, em conjunto com o pacote de política acordada, é forte e adequado para responder aos choques externos temporários que a economia de Moçambique está a atravessar neste momento”. O FMI já foi um credor significativo, mas todas as dívidas de Moçambique ao FMI foram canceladas em Dezembro de 2005, ao abrigo da Iniciativa de Alívio da Dívida Multilateral (MDRI). Desde então, Moçambique nunca mais pediu emprestado dinheiro ao FMI.

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