terça-feira, agosto 11, 2015

Oportunistas preparam-se para tomar o futebol

As eleições da próxima quinta-feira (13), que deverão eleger o homem forte do fraquinho futebol moçambicano, centra-se numa discussão errada. O processo está voltado para a discussão das pessoas. 
Resultado de imagem para chang maputoChang é apontado como o pai da EMATUM. Uma desculpa fácil que ignora o essencial. Na lógica de um negócio como o da EMATUM, nos moldes que foi feito e com o secretismo que o caracteriza, Chang não é a peça chave. É óbvio que se pode questionar o seu papel na operação, mas julgá-lo peça chave na realização do processo EMATUM é mentalmente, no mínimo, estar abaixo do mais ingénuo cidadão nacional.

Resultado de imagem para waty maputoWaty é apontado como candidato da continuidade, como a extensão do malévolo Faizal Sidat. O homem responsável pela destruição do futebol nacional. O protector da Liga Desportiva de Maputo. Outra desculpa estapafúrdia. Ainda que Waty seja a continuação de Sidat afirmar que o último é a causa do nosso descalabro significa ignorar 40 anos de história e uns 20 da morte de espaços de prática desportiva que hoje, para além de mudar a estética das grandes cidades, revelam o rosto mais sórdido da lavagem de dinheiro sujo. Também temos o Enoque João, candidato considerado estrangeiro pelo facto de residir em Portugal e ser presidente da Casa Moçambique. O seu único pecado é mesmo esse.

Há também o que é considerado homem do desporto e pai do sucesso do Moçambola. Esse campeonato envolto em suspeição cujos direitos de transmissão nunca foram canalizados aos clubes. Esse bom gestor, que muita gente apoia – como expressão mais alta da nossa senilidade colectiva -, faz-se, nas suas deslocações às províncias, acompanhar-se por jornalistas da mesma estação televisiva que deve milhões à Liga Moçambicana de Futebol e aos clubes nacionais. Um gestor de topo do Desportivo de Maputo foi ao cúmulo de afirmar, nas redes sociais, que o seu clube não paga aos atletas porque espera receber o montante das transmissões televisivas, pasme-se.

Resultado de imagem para simango junior maputoOs clubes que disputam o Moçambola, sobretudo os baseados em Maputo, que mamam desenfreada e injustamente nos fartos seios do Estado, dão o rosto por Simango e só em conversas privadas falam desses montantes que serviriam para pagar algumas despesas. O problema, dirão, não é Simango, mas sim a Televisão Pública de Moçambique. Um tremendo absurdo.


Na nossa lógica o problema não reside aí. Na nossa lógica o problema reside no facto de termos espremido os manifestos eleitorais e daí, para nossa desgraça – aliás, desgraça do futebol nacional – não ter resultado sequer uma gota de suor. Ou seja, da leitura dos manifestos, pejados de erros que denunciam que foram escritos em cima do joelho, não há nenhuma ideia para alavancar o pútrido futebol moçambicano.

Resultado de imagem para enoque joao Trata-se, no nosso entender, de luta pelo poder e não da corrida para cimentar pilares, alicerçar ideias e construir referências. É uma corrida contra o progresso e que, no final, só o futebol vai perder. O futebol, pelo menos nesta luta, ri-se desalmadamente do jornalismo: o primeiro perdedor. Uns jornalistas vestem a camisola do Chang, outros de Simango e uns de Waty. Enoque é o pobre que corre sozinho, mas o seu pecado, como dos outros, é não ter nenhuma ideia. Pobre futebol moçambicano…

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