terça-feira, fevereiro 18, 2014

Inverdades do "Chefe"


Um antigo oficial da Renamo, capitão Jaime Andissene, acusa Afonso Dhlakama de escamotear a verdade sobre a desmobilização dos ex-guerrilheiros bem como sobre o acesso ao subsídio pago pelo Governo no quadro da implementação do Estatuto do Combatente. Jaime Andissene, capturado em meados do mês passado na região de Chirutso, localidade de Mavume, distrito de Funhalouro, em Inhambane, disse que os ataques armados perpetrados pelos antigos guerrilheiros são ordenados pelos cabecilhas da Renamo alegadamente para pressionar o Governo a pagar as promessas feitas pelo líder da “perdiz” aos guerrilheiros não desmobilizados depois do Acordo Geral de Paz e que receberam ordens para guarnecer nos últimos vinte anos a base de Marínguè, considerada quartel-general da Renamo, bem como outras bases na província de Sofala. A título de exemplo, Andissene explicou que foi levado contra a sua vontade em sua casa no distrito de Báruè, província de Manica, em princípios de Dezembro passado, para viajar até à cidade de Maputo na companhia de outros antigos guerrilheiros para assinar documentos constantes no seu processo submetido para aceder aos subsídios.ENTRETANTO, a Polícia da República de Moçambique (PRM) garante que os homens armados da Renamo, já abandonaram completamente a província de Inhambane, um dos locais onde vinham provocando actos de instabilidade.Trata-se de homens da Renamo que, segundo a edição de hoje do jornal “Notícias”, no dia 17 de Dezembro passado retornaram ao seu antigo acampamento em Catine, na planície de Tsiguive, posto administrativo de Pembe, no distrito de Homoíne.O comandante da PRM em Inhambane, Raul Ossufo Omar, assevera que aquela província está livre dos homens armados da Renamo, que tinham como plano lançar ofensivas militares em toda a região sul do país a partir de Catine, na sua antiga base regional.“As Forças de Defesa e Segurança, com grande participação das comunidades, já fizeram limpeza na floresta e não há vestígios de existência de homens armados da Renamo na província de Inhambane. A vida voltou à normalidade, as escolas estão a funcionar, os professores e técnicos da Saúde estão a desempenhar as suas actividades normalmente, as populações que tinham abandonado as suas zonas de origem em Catine e Pembe, no distrito de Homoíne, e em Pululo “A” e “B”, em Funhalouro, já estão a retornar às suas casas para começar as colheitas da sua produção agrícola”, disse Omar, citado pelo “Notícias”.Desde Abril do ano passado, Moçambique vive um clima de tensão político militar, caracterizado por confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e homens armados da Renamo, cujo saldo são várias dezenas de mortos. Até finais do ano passado, o principal palco desses confrontos era
a província de Sofala, centro do país, onde a Renamo possuía diversas bases. Contudo, em Janeiro último, os homens de Afonso Dhlakama intensificaram a sua presença em Inhambane, provocando a fuga generalizada da população em Homoíne, particularmente nas localidades de Fanha-Fanha e Pembe, para procurar refúgio seguro na vila sede do distrito.Volvidos alguns dias, houve outros confrontos entre as FDS e os homens da Renamo, que se espalharam para outros distritos da província, tendo em alguns casos saqueado bens em estabelecimentos comerciais.Segundo o “Notícias”, os homens armados da Renamo abandonaram Catine em debandada, escorraçados pelas FDS, e espelharam-se pela floresta em pequenos grupos, avançando em direcção ao Save, em busca da saída para Gorongosa, Sofala, onde se acredita ser a sua origem.O Comandante Provincial da PRM explicou que as operações realizadas resultaram na captura de oito homens armados, bem como a detenção de 95 pessoas suspeitas de ter ligação com a presença destes homens em Inhambane.“Apertámos o cerco com o objectivo de estancar qualquer tentativa de penetração de homens armados. As Forças de Defesa e Segurança tomaram posições e estão a fazer movimentações regulares em todos os pontos da província. A base foi tomada pelas nossas forças e tudo está sob controlo das autoridades”, referiu a fonte.

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