quarta-feira, agosto 24, 2011

"filho de tripeiro" empurrado do poder

Está confirmada a demissão de três edis de igual número de autarquias eleitos em 2009 pelas listas do partido Frelimo. Depois do edil de Cuamba, Arnaldo Maloa, e do edil de Pemba, Sadique Yaqub, agora foi a vez do edil de Quelimane, Pio Matos, apresentar a sua carta de renúncia. Pio Matos era presidente do município da capital da Zambézia desde a instalação das autarquias no País em 1998. Foi reeleito duas vezes, em 2003 e 2008. Este era o terceiro mandato de Pio Matos. Devia terminar em 2013.Em declarações ao princípio da noite de terça-feira, Pio Matos confirmou ter submetido a sua carta de renúncia à Assembleia Municipal de Quelimane. O edil avançou que a Assembleia Municipal de Quelimane se reúne 48 horas depois em sessão extraordinária para analisar o pedido de demissão.Quando quisemos saber das razões que levaram a sua decisão de renúncia ao cargo antes do fim do mandato, Pio Matos disse que os motivos serão conhecidos, durante a audiência na Assembleia Municipal.“Vou dar a conhecer as razões da minha demissão lá na Assembleia Municipal. Quem lá estiver, vai saber os motivos”, disse o presidente demissionário.Sobre o seu futuro político a fonte disse não ter ainda decidido. “Ainda não sei se terei mais interesse por um futuro político, mas vou falar tudo na quinta-feira”, disse Pio Matos.Acerca dos problemas que deixa naquela cidade, o até agora presidente do Conselho Municipal disse reconhecer apenas a existência de problemas de saneamento, estradas e ordenamento.“Os problemas são todos aqueles que todos sabem e sempre andamos a falar”, disse o nosso entrevistado, negando, entretanto, as acusações de que a sua administração municipal tinha sido danosa, como apregoa a Frelimo. “Não é verdade que tivemos algum problema de gestão”, concluiu Pio Matos que segundo fontes tinha sido proibido pelo partido Frelimo onde tem militado, de prestar quaisquer declarações à imprensa sobre a sua demissão.De várias fontes da Frelimo sabe-se que as relações de Pio Matos (filho de mãe moçambicana da Zambézia e português do Porto) com o governador da Zambézia, Itai Meque, “não são boas”, passando-se o mesmo quando Cravalho Muária, actual governador de Sofala era governador da Zambézia. Isso poderá ter influenciado a decisão de Pio Matos embora naturalmente ele não o refira. São bem conhecidas as pressões que os governadores exercem sobre os edis onde a cor política de ambos é a mesma. Na verdade, a renúncia aconteceu um dia depois de Pio Matos ter presidido às cerimónias centrais do 69º aniversário da cidade, na qual, em jeito de despedida, dançou até à exaustão com os munícipes, para depois deixar a seguinte exortação: “O povo de Quelimane não deve recuar. (F.V. e B. Á.)

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