"Cinzentinhos estão fartos"
Um grupo de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), afecto em diversas unidades da Polícia, na província de Inhambane, exige um encontro com o actual ministro do Interior, António Mondlane, para denunciar, entre várias ilegalidades, a falta de transparência que tem acompanhado o processo de promoções e progressões de carreiras no seio da PRM. Falando em anonimato por temerem represálias, os queixosos disseram, ao Canalmoz que os poucos despachos de promoções de escalões desde 2006 até a esta parte ainda não produziram efeitos retroactivos. As difíceis condições em que os agentes da Polícia trabalham, os baixos salários que auferem e a falta de habitação são outros problemas que completam o quadro negativo vivido no seio da corporação naquele ponto do país, segundo os interlocutores do Canalmoz. “Exigimos um encontro com o ministro do pelouro, para podermos explicar as nossas preocupações. Nem que tenha que ser em parada, nós podemos expor os nossos problemas. O ministro do Interior cessante, José Pacheco, só aparecia na província, em “presidências abertas”, e nunca arranjou tempo para se inteirar das nossas preocupações”, disse um dos agentes, falando em nome do grupo. “Havíamos formulado um pedido de encontro com o ministro (José Pacheco), mas não tivemos resposta”, disse um agente, explicando que o único ministro do Interior que já se reuniu com os agentes de Inhambane, foi Manuel António. “José Pacheco, nem sequer visitou uma Esquadra ou um Comando Distrital em Inhambane”, acusam os agentes. As fontes afirmam que recentemente houve alguns panteteamentos de sargentos da Força de Intervenção Rápida (FIR), mas o despacho havia sido produzido há um ano. Disseram que “na mesma situação (patenteamento), encontram-se alguns oficiais que já estão a receber”. “O que se pergunta é: onde arranjam dinheiro para pagar aos oficiais?”, questionam. Os mesmos agentes indicaram-nos que nesta província não se pagam subsídio de substituição, bónus especiais, mudança de categoria por nível académico ou cursos extensivos. “As mudanças de escalões são feitas de 3 em 3 anos e não são pagas”, disse um dos agentes que connosco dialogou. Do grupo acrescentam que o mesmo aconte
ce com o subsídio de localização que só não é pago na polícia em Inhambane. Indicaram que “nesta situação, os sargentos é que são os maiores lesados, pois neste ano ainda não houve progressão e pior com as medidas de contenção anunciadas pelo Governo, tudo piorou”. “Como é que o Ministério do Interior consegue o orçamento para oficiais que acabam de subir”. O porta-voz da PRM em Inhambane, Fortunato Maque, , disse que “estão em curso” naquele ponto do país, “processos de promoção e progressão de agentes da corporação”. Referiu que “o que pode acontecer é que uma parte de polícias pode não estar a se beneficiar destas promoções”. “Não passa muito tempo que promovemos agentes de sargentos até adjuntos superintendentes. Agora está em curso a promoção de oficias superiores. Não concordo com as declarações de alguns agentes. Pode se dar o caso de alguns terem ficado de fora e não todos”, disse. Reafirmou que estão a promover sargentos e oficiais superiores. (Cláudio Saúte)
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