quarta-feira, agosto 18, 2010

Silêncio dos comunistas

O Secretário-Geral da Confederação dos Sindicatos Sul-Africanos (Cosatu), Zwelinzima Vavi, evocou, na noite de terça-feira, a memoria da activista anti-apartheid, Ruth First, ao questionar a efectividade do Partido Comunista da Africa do Sul (SACP) e do fundamento da controversa Lei sobre a Protecção de Informação, que está sendo alvo de críticas por vários sectores da vida no país.Falando na Universidade sul-africana de Wits, no centro de Joanesburgo, numa sessão alusiva a memória de Ruth First, assassinada por agentes do apartheid em 1982 em Maputo, capital moçambicana, Vavi afirmou que se estivesse em vida ela iria questionar o paradeiro dos outros democratas logo que lesse a proposta desta lei.“Se a lei for na sua actual forma dificultaria o seu trabalho como jornalista comprometida ao combate a injustiças”, disse.A nova lei prevê a prisão de jornalistas que forem encontrados com informação classificada.“Se Ruth First estivesse em vida”, sublinhou, questionaria o seu partido comunista a razão que o leva a unir a classe trabalhadora numa luta para mudar muita coisa no país”, disse.Vavi frisou que First ver-se-ia chocada por a corrupção e o que chamou de materialismo crasso ter tomado de assalto a alguns dos combatentes da liberdade. “Estaria chocada por estes camaradas terem completamente se esquecido da revolução democrática no país”, vincou.
Esta não é a primeira vez que Vavi insurge-se contra os seus aliados da esquerda. Ainda este ano, ele questionou o silêncio dos comunistas num debate tido como crucial lançado pelo Congresso Nacional Africano (ANC), afirmando que os líderes do SACP se tornaram tão confortáveis no governo, mesmo havendo irregularidades.Ilustrou o caso do Secretário-Geral do SACP, actual Ministro do Ensino Superior, Blade Nzimande, que terá gasto mil milhões de Randes na aquisição de veículos de luxo.Vavi também atacou a Liga da Juventude do ANC (ANCYL), indicando que “as lágrimas cairão na face de First por o movimento juvenil estar em guerras intestinais e causar crises no país”.First, de acordo com Vavi, iria questionar a juventude de hoje por se esquecer da luta contra injustiças, e que para alguns se tornarem ricos ou terem acesso a recursos lutam por posições cimeiras no movimento democrático.O Secretário-Geral da Cosatu prometeu que a organização que dirige envidará esforços de modo a inviabilizar a nova lei, por se recear que venha limitar a liberdade de expressão.A Cosatu gostaria de ver o novo instrumento legal a lidar-se com o aparato de segurança e deixar intacto a comunicação social.

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