sábado, agosto 14, 2010

Fundos desviados

A denúncia levantada em Fevereiro deste ano pelos funcionários do Instituto Nacional da Acção Social (INAS) em Quelimane, contra o seu delegado e a chefe de Repartição de Administração e Finanças, Leonel Mussá e Rosana Conceição Tivir, respectivamente, já está nas mãos da Procuradoria-geral da República. Os dois são acusados de terem protagonizado vários desmandos, com destaque para desvios de fundos. Nesta segunda-feira, o procurador responsável pelo processo, Amâncio Zimba, disse que se houver elementos suficientes que indiciem desvio de fundos, os seus mentores serão levados à justiça para responderem pelos seus actos. Numa carta com o título “denúncia”, os funcionários do INAS em Quelimane alegam que o delegado Leonel e a chefe da RAF, Rosana Tivir desenharam juntos as acções de “roubo” no INAS, sendo que para lograrem os seus intentos, entraram em conexão com alguns agentes económicos da praça, para o fornecimento de materiais de escritório, alimentação, construção e reparação de meios circulantes. Estes estabelecimentos emitiam facturas justificando os cheques que a instituição forneceu em como estivesse a pagar despesas, quando em certos casos não correspondiam à verdade.Entre eles, destaca-se a Casa Shaquil, Consemp, Papelaria Pratik e Khan Auto Service. Para além destas alegadas falcatruas, os dois responsáveis são acusados de terem forjado ajudas de custo e de terem desviado os subsídios de alimentação referentes ao mês de Dezembro deste ano; assim como de admitirem trabalhadores sem concurso público.Consta ainda que com o dinheiro desviado, a dupla abriu uma empresa denominada Suniara Comercial com afinalidade de prestar serviço de assistência e fornecimento de equipamento informáticos. Segundo a carta denúncia na posse do Gabinete Central de Combate à Corrupção na Zambézia, os funcionários referem que Leonel Mussá adquiriu um talhão situado na Avenida Julius Nyerere, em frente ao Cemitério Muçulmano, onde neste momento está a erguer uma casa, com licença de obra 3669/008 e que está registada em nome da sua esposa. Também é acusado de ter mais cinco talhões supostamente adquiridos com dinheiro da instituição.Segundo a denúncia, Mussá terá comprado uma viatura ligeira da marca VOLKWAGEN, com a chapa de inscrição MLK 78-68, para a sua esposa, cuja manutenção é suportada pelos fundos do INAS. Já a Rosana Tivir é acusada pelos seus colegas de ter adquirido três talhões supostamente com dinheiro retirado dos cofres do INAS.Acusam os funcionários que a chefe da RAF comprou uma viatura Mitsubishi SI GUTS, com a chapa de matrícula MLK 50-04. Para além disso, a chefe assim como seu delegado, abriram diversas contas bancárias na praça, incluindo até para os respectivos filhos, diz a carta denúncia do INAS. (texto de Evaristo Carlos / SAVANA)

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