quinta-feira, agosto 12, 2010

“Oposição é uma quinquilharia”

Marcelino dos Santos diz ainda que a guerra civil entre o governo da Frelimo e a Renamo ajudou a “estragar e a apodrecer” alguns camaradas, com algumas possibilidades de enriquecimento ilícito, durante a guerra.O veterano da luta de libertação nacional e membro sénior do partido Frelimo, falava em Maputo, numa palestra sobre o conceito de “geração da viragem e os desafios da juventude”, enquadrada na semana da juventude.Para Marcelino dos Santos, “a geração da viragem” é composta por todos nós, dirigida pela Frelimo e com ideias concretas, cujo objectivo é promover a agricultura e o desenvolvimento rural. Hoje, advogo a necessidade de vocês jovens irem ao campo. Vocês sabem o que significa, para o país, ter camponeneses com 11ª e 12ª classe?”, indagou Marcelino dos Santos.Marcelino dos Santos disse que a viragem que a juventude deve efectivar só é possível sob a direcção do partido Frelimo. “Vocês jovens, sozinhos, não estão em condições de definir a linha de orientação, porque não têm experiência que eu tenho e, sobretudo, que a Frelimo possui. Vocês precisam da Frelimo. Precisam de responder positivamente ao apelo da Frelimo de irem ao campo desenvolver a agricultura e promover o desenvolvimento rural”, disse Marcelino dos Santos para, em seguida, recuperar um conceito da era de Samora Machel: “Temos que levar as cidades para o campo”. Por conseguinte, Dos Santos defendeu o conceito das aldeias comunais implementadas no país logo após a proclamação da independência nacional. Marcelino dos Santos insistiu na sua tese de que os jovens não estão preparados para dirigirem a viragem sem a Frelimo. “Há um grande povo que está a avançar e sempre teve um timoneiro. Não pode haver uma luta de um povo inteiro se não houver um timoneiro. Naturalmente que não é a juventude que vai guiar toda a revolução. Hoje, o que fazemos é pôr em prática a grande chamada que, desde 1962, consistia na luta pela independência total e completa. É uma palavra de ordem que, obviamente, só pode ser comandada pela Frelimo.”A “velha raposa” da Frelimo questionado se não considerava a possibilidade de, um dia, um outro partido político vir a dar continuidade à viragem, eis a resposta: “Naturalmente que deve ser a Frelimo e tem que ser assim. Estamos numa situação de um povo que está a ser correctamente dirigido e é isso o que vale. O que interessa termos 10 mil partidos políticos se todos são uma quinquilharia? Não deve haver ilusões. Nós devemos ser claros, no nosso país não há outra força política capaz. A clareza política para guiar o país e o povo está com a Frelimo.”Na fotografia (grupo) Rabat Kesha (ANC), Marcelino dos Santos (CONCP, FRELIMO), Amália Fonseca (CONCP, PAIGC), Nelson Mandela (ANC), Mário Pinto de Andrade (CONCP, MPLA) e Aquino de Bragança (CONCP) em Rabat, Marrocos, em 1962.




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