sexta-feira, março 06, 2009

Onde está a alma?

Assisti pela TV (record), a partes do último comício do presidente Hugo Chávez em Caracas e, fiquei fascinado.Caminhou para o local sempre simpático (o homem está mais gordo), vestindo uma camisa vermelha de mangas curtas , abraçando toda a gente, sorrindo, e quando menos se esperava abriu a boca para dizer: "Hoje não falarei muito, vamos cantar!". E entoou uma canção amorosa e de fácil compreensão, repetindo o refrão "amor, amor, amor..." Conversou com um ou outro no pódio, incitando-os tambéma cantar, falou com o público como se estivesse a faze-lo com a familia e terminou com uma simple frase : o nosso amor é a Venezuela! Já tive mais estima por esta figura , (totalitarismo não), mas não posso deixar de reconhecer no estilo algo que nos foi habitual: o modelo “terra a terra” de animação do público. Funciona. Já tinha visto, ao vivo, algo semelhante nos anos 80. Samora Machel, com o seu uniforme militar verde e sem galões, conversava num dos comícios com milhares de pessoas sob ameaça de chuva na capital moçambicana. Levantou-se e com alegria, começa a cantar:«Kanimambo, Kanimambo Frelimo!Depois os ministros acompanham em coro a multidão. Samora interrompe o discurso e desce da tribuna. Aproxima-se das primeiras filas e aí decide romper a barreira imposta pela segurança acenando:"Deixem-me abraçar, deixem-me falar com esta gente". Foi engolido por um mar de gente que o quiz abraçar , até que a segurança conseguiu tira-lo dali. Hoje consome-se um discurso muito uniforme, previsível, monocordio e principalmente.....sem ALMA. Não funciona.

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