quinta-feira, abril 16, 2020

6 critérios para deixar o confinamento

O controlo da transmissão, a capacitação dos sistemas de saúde para testar e a gestão dos riscos de importação do vírus são alguns dos critérios. A Áustria, Espanha e Itália já permitiram o regresso parcial ao trabalho. No extremo oposto, a Índia prolongou o confinamento até 3 de maio

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, enunciou esta terça-feira seis critérios para os países que já começaram a levantar medidas restritivas de combate à propagação da covid-19 ou planeiam fazê-lo. “À medida que o mundo se aproxima dos dois milhões de casos [de infeção], a OMS atualiza a sua estratégia para ajudar os países a salvar vidas e a travar o coronavírus”, declarou o diretor-geral da organização.
“Alguns países e comunidades já enfrentaram várias semanas de restrições sociais e económicas. Alguns países estão a considerar quando podem levantar essas restrições, outros estão a considerar se e quando devem introduzi-las. Em ambos os casos, estas decisões devem basear-se, em primeiro lugar, na proteção da saúde humana e guiar-se pelo que sabemos do vírus e como ele se comporta”, advertiu. E sublinhou: “Estamos todos a aprender a cada momento e a ajustar a nossa estratégia, com base nos mais recentes elementos disponíveis.”
São estes os seis critérios definidos pela OMS para o regresso possível à normalidade:
1.       A transmissão está controlada;
2.       Os sistemas de saúde estão munidos da capacidade para detetar, testar, isolar, tratar e rastrear todos os contactos;
3.       Os riscos de surto são minimizados em contextos especiais, como unidades de saúde e lares de idosos;
4.       As medidas preventivas estão em vigor nos locais de trabalho, escolas e outros onde o acesso da população é essencial;
5.       Os riscos de importação do vírus podem ser geridos;
6.       As comunidades estão instruídas, envolvidas e capacitadas para se ajustarem à “nova norma”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus disse, ainda, que “todos os países devem implementar uma série abrangente de medidas para desacelerar a transmissão e salvar vidas” e “todos os governos devem avaliar as suas situações, enquanto protegem todos os seus cidadãos, especialmente os mais vulneráveis”.
A Áustria, Espanha e Itália já permitiram o regresso parcial ao trabalho numa altura em que vários países europeus registam decréscimos no número de novos casos e começam a tentar reativar as suas economias debilitadas pelas medidas restritivas. No extremo oposto, a Índia prolongou o confinamento até 3 de maio, enquanto o Presidente russo, Vladimir Putin, tenta preparar os seus cidadãos para o que classifica como uma crise “extraordinária”.
No plano político, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, insistiu esta terça-feira numa “mudança radical” no funcionamento da OMS, acusando a organização de não ter agido “de forma correta desde o início” da crise. “Precisamos de garantir que o dinheiro que gastamos [com a OMS] – dólares de impostos pagos aqui nos EUA – é usado de forma sensata e para os objetivos pretendidos”, declarou o chefe da diplomacia americana. Na semana passada, o Presidente Donald Trump ameaçou suspender a contribuição financeira do país para a OMS, acusando-a de ser demasiado “pró-chinesa” nas decisões que toma no combate à pandemia.
 Hélder Gomes
Hélder Gomes 


Jornalista

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