quinta-feira, abril 30, 2009

De tanto tapar, já não dá mais...

Não vale a pena contar quantos buracos existem. Até o cidadão mais exigente perde-se nas contas. “São centenas”, dizem os mais optimistas. “São milhares”, afirmam os que mais sofrem com eles: motoristas de ligeiros, de passageiros até mesmo os que circulam de bicicleta. O pior é que muitos começaram a surgir há meses e até anos sem que tenham sido adoptadas medidas para resolver o problema. A situação é tão séria que, de tanta indignação, transforma este texto numa experiência interactiva. “Está tudo esburacado !”, gritava um motorista . “É para tirar uma foto? Olhe alí do outro lado é pior!”, diz outro. “Filme aquele atraz do muro”, pede uma dona-de-casa. “Põe no jornal!”, grita um passageiro.Quando chove as crianças brincam dentro das crateras no asfalto. Sem a noção de estarem a por a vida em perigo, os miúdos apenas sorriem,sob o olhar despreocupado das mães já cansadas da situação.O pior é que os buracos são crônicos e aumentam as histórias para contar. Como a registada na conversa com o mecânico J.Amide. “Só em Abril teve que ajudar a desenterrar cinco carros”, testemunha. Um rapaz partiu a perna ao cair da motorizada. Uma mulher grávida de seis meses caiu da bicicleta/táxi e foi internada com urgência. Um carro entrou pelo quintal dentro de uma residencia , para desviar do buraco”.Já dentro da cidade, bem no centro ,os buracos vão ocupando as faixas de rodagem Os motoristas mais pressionados pelo tempo até usam o passeio para os peões como desvio. “Com este piso , não há suspensão que aguente”, adianta o “Chapeiro” F.Canivete. Conta que, em menos de um mês, gastou 40% do que facturou para recuperar o seu carro.Os dois factores que levam ao desgaste do asfalto, segundo as autoridades camararias são o tráfego pesado ( viaturas transportando madeira para o porto no rio dos Bons Sinais/Cuácua) e a acumulação de água. Mas não só: a falta de manutenção preventiva, que só nos ultimos anos começou a ser feita mas tardiamente. Em Novembro de 2008 foram programados 30 milhões de dolares para a reparação de todo o sistema de drenagem e asflato dos 50km de estrada.Resultado da crise economica mundial, as autoridades camararias viram o valor a muito esperado reduzido para dois milhões de dolares.Estão confirmados sete milhões de dolares para aplicar nas principais vias desde a tubulação, até a compactuação do solo e a recolocação do asfalto”.O conformismo dos citadinos é assustador.No dizer de alguns só lhes resta Deus como tábua de salvação.

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