quarta-feira, novembro 05, 2008

O que fazer?

"Os problemas de que enferma o Grande Hotel são sobejamente conhecidos pela Polícia mas os agentes que se atrevem em fazer patrulha à volta do edifício são frequentemente apedrejados.Meu filho, aqui não se brinca. Os polícias que tentam fazer patrulhas mas são apedrejados. Pessoas de má fé organizam-se e lançam pedras contra eles, sem que sejam vistos. Por isso, a PRM já não aparece aqui e as coisas estão cada vez piores - concluiu o secretário do quarteirão, Orlando Grande. "
Esta a parte final de um trabalho relacionado com o Grande Hotel na cidade da Beira e que é motivo para capa do Caderno de Sofala editado pelo Jornal Noticias na capital de Moçambique.Um artigo que meche não apenas com aqueles que conheceram uma belissíma e moderna infraestrura nos anos 60/70, mas principalmente com as autoridades locais, tal como se pode constatar na investigação feita pelo jornalista Eduardo Sixpence.Passo a transcrever parte do artigo:
O “caso” Grande Hotel é um problema antigo, conhecido na cidade da Beira e reportado várias vezes. As autoridades locais asseguraram que não há condições para melhorar aquele edifício, apelando às famílias, que teimosamente ali vivem, para abandoná-lo. A Associação Muçulmana de Sofala já se solidarizou, construindo algumas casas na zona da Munhava, que albergaram dezenas de famílias. Sabe-se, no entanto, que o número de famílias a viver no Grande Hotel, tende a crescer. Parte dos beneficiários das casas da Munhava somente recebeu as chaves, mas não vive lá, preferindo arrendá-las para continuar no Grande Hotel. Uma outra parte ocupou as casas naquele bairro, mas mantêm as “flats” do Grande Hotel, arrendando-as a preços que variam de 100 a 250 meticais/mês.O Grande Hotel tem “capacidade” para 400 famílias, mas residem mais de 800, entre elas estudantes universitários provenientes de outras regiões do País e que não têm parentes naquela urbe, oficiais da PRM, e trabalhadores da Função Pública.
Até as suas caves foram ocupadas! Muitas casas de banho viraram quartos. Pessoas de má fé têm retirado o corrimão para alimentar o negócio de sucata. Sabido que o edifício não possui corrente eléctrica, muita gente já caiu das escadas, principalmente os bêbados. Há o registo de três óbitos no passado mês de Outubro. Em relação às mortes, algumas permanecem misteriosas. Muitos casos nem são reportados à Polícia, pese embora o edifício tenha uma estrutura montada (chefe de unidade, quarteirão, entre outros), nos seus quatro pisos e igual número blocos.

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