sexta-feira, novembro 07, 2008

Bilene de betão

Nesta nossa imensa costa moçambicana, o acesso ao mar é livre. Mas está claro que os acessos leva-nos aos locais onde o sol tem areia para reflectir, a roupa de banho é bem escolhida por quem usa bronzeador. Já não falo do cheiro apetitoso dos mariscos.Esperava por eles e eis que os miúdos resolvem apanhar um banho de sol nas cadeiras em volta da piscina. Foi de pouca dura pois o funcionário do restaurante Aquário condicionou ao pagamento. Estragou-me o apetite mas já tinha encomendado o almoço...que fazer.Instâncias como esta viradas para a praia continuam a despontar ao longo da principal rua do Bilene.Nenhuma tem designações de praia privada ou, exclusivamente para hospedes do hotel , mas estão lá as cancelas, precisamente nos locais onde num passado não muito longe dava gozo andar pelo meio daquela vegetação, fugindo ao dia a dia da cidade.Lanço um desafio aos nossos arquitectos.São necessarias alternativas,porque não dá transportar para o litoral o modelo de zonas residenciais fechadas das cidades. Bom mas quem está a chegar ao Bilene fica deslumbrado com lago ainda virgem e que se estende para o interior...... dá uma paz .Paisagem maravilhosa e só possível percorrer em viaturas de tracção o que até anima para deseja testar a potencialidade da sua máquina e perícia.Por aí andei na boleia e fiquei espantado com as soberbas construções.....se podesse também faria uma do genero. Deu para ver que as mais mais são aquelas cujos quintais terminam na praia, só que fiquei sem saber se o espaço privado e público coabitam. Nessa andanças fomos parar a conhecida praia das flôres, onde se preve a construção de apartamentos, fazendo fé ao panfleto distribuido aos visitantes do Bilene. Viatura parada, e lá fomos molhar os pés porque não tivemos tempo para mais. Dois individuos que não se quiseram identificar, fazendo-se passar por fiscais batem o pé que naquele local é proibido circular viaturas daí uma multa de 50 mil meticais.
Nisto de palavra pucha palavra..... o roncar de três motas de quatro rodas entrando pela vegetação e dunas dentro. Simplesmente passaram por nós e os seus ocupantes não eram de certeza turistas nacionais. E agora senhores fiscais como ficamos? Há.....Podem continuar mas deixem o carro por detras das ruínas......claro que fomos embora. No regresso entre os ramos das árvores descobrimos uma placa e que indica de facto a proibição. Mas não sabem porque razão lá fomos parar.Andavamos a procura de uma zona da praia com água mais limpa, e com alguma profundidade. Impossível tomar banho na zona habitual depois de ter sido aberto o canal de ligação da lagoa ao mar.Sugiro que essa operação seja feita nas primeiros dias de dezembro, sabendo-se que na quadra festiva o turismo atinge o seu pico.Como era necessario justificar o investimento, a rapaziada mesmo assim foi para a água, fazendo de conta que aquelas algas pastosas e o cheiro a podridão fossem particularidades que distingue a Praia do Bilene das outras e que todos gostavam de ver e provar.

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