terça-feira, maio 23, 2017

Erros que se não devem repetir

1. A linha de Sena deixou os CFM individados (US$ 500.000.000!), e agora que a Vale Moçambique construiu a sua linha para escoar o carvão de Moatize via Porto de Nacala à Velha, a linha de Sena vai virar um elefante branco... Se ele (Armando Guebuza) tivesse ouvido os argumentos contra o aumento da capacidade da linha Sena, teria evitado o endividamento excessivo dos CFM.
2. O Aeroporto de Nacala é, por ora, um outro elefante branco, por conta de uma decisão errada de Armando Guebuza. Se ele tivesse ouvido cuidadosamente os argumentos para examinar o interesse dos norte-americanos pela antiga base aérea de Nacala, e pela capacidade natural da Baía de Nacala para acomodar navios de grande calado sem precisar de dragagem, a Província de Nampula poderia rapidamente transformar-se na Califórmia de Moçambique.
3. O projecto de constituição das empresas EMATUM, Proindicus e MAM foi bem concebido, em princípio. Porém, os planos de negócios desta empresas foram mal preparados e mal executados no detalhe. O resultado disso é que as referidas empresas não estão a produzir para responder às suas obrigações, e o Estado moçambicano ficou com uma dívida de US$ 2,2 mil milhões por conta disso. Pode dizer-se EMATUM, Proindicus e MAM são elefantes brancos.
4. A revolução verde foi discurso que ficou letra morta, antes de produzir frutos. Não sei em que às quantas anda o projecto de produção da jetrofa...
5. O fundo de desenvolvimento distrital (FDD), vulgo "7 milhões", está com mutuários que não estão a honrar os seus compromissos sem consequências para si, mas com consequências nefastas para os demais cidadãos moçambicanos...
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Neste momento, estou com dúvida sobre se o projecto de construção do Aeroporto de Chongoene não vai produzir mais um elefante branco... Também tenho dúvidas sobre se a iniciativa "Um Distrito, Um Banco" vai vincar com a banca comercial à frente, num momento em que a actividade produtiva e a rede comercial em Moçambique são fracas... Questiono-me ainda sobre os planos que existem para a utilização da quota de 2 milhões de toneladas de carga diversa, disponibilizados pela Vale Moçambique ao Estado moçambicano, no recentemente inaugurado corredor logístico de Nacala. Enfim, ouvir atentamente a opinião contrária pode evitar erros de palmatória na hora de tomar decisões cruciais para viabilizar a independência económica e o desenvolvimento sustentável de um país. Reitero que o Presidente Filipe Nyusi precisa mais é de ouvir e analisar questionamentos sobre as decisões que toma, do que dos nossos aplausos ao seu mais simples gesto.
Pessoalmente acho que em Moçambique temos muitos fundos dispersos e mal geridos. Por que não pegar nesses fundos e constituir bancos de fomento de actividades produtivas por sector?
Que tal um "Banco de Fomento Pesqueiro", no lugar do "Fundo de Fomento Pesqueiro"?
Que tal um "Banco de Fomento dos Transportes", no lugar do "Fundo bla... bla... dos Transportes"?
Que tal um "Banco de Fomento da Indústria", no lugar do "Fundo bla...bla... da Indústria"?
E assim por diante...
Tenho comigo que estes "bancos sectoriais" seriam fáceis de capitalizar, e de gerir responsavelmente. (J.J.Cumbane in facebook)


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