sexta-feira, setembro 16, 2016

Presidente,premio de mérito

A Fundação ICCF (“International Conservation Caucus Foundation”), anunciou hoje no Capitólio do Senado dos EUA que tinha atribuído o seu Prémio de Mérito na Conservação a Sua Excelência, o Presidente Filipe Nyusi da República de Moçambique. John Gantt, Presidente da ICCF, declarou: "O Presidente Nyusi ganhou este prémio por promover um novo conceito de parque nacional no seu país: "o parque nacional enquanto motor de desenvolvimento humano".Gantt continuou: "Não é nenhum segredo que a fauna bravia de Moçambique sofre com a caça furtiva. No entanto, o presidente Nyusi comprometeu o seu país a efectuar uma melhor protecção dos seus treze Parques Nacionais e Reservas enquanto promove, simultaneamente, uma nova abordagem de desenvolvimento rural: utilizar os Parques e Reservas de Moçambique como motores de educação, desenvolvimento económico, e prestação de serviços para as comunidades tradicionais que compartilham ecossistemas com estes tesouros naturais.No passado, algumas pessoas entendiam que a conservação da natureza e o desenvolvimento humano eram objectivos que competiam entre si. Agora, líderes visionários como o presidente Nyusi reconhecem que o crescimento económico sustentável está intimamente ligado a um meio ambiente saudável – e que os seres humanos e as economias naturais são interdependentes.O Presidente alertou que “Moçambique seria menos Moçambique se olhássemos passivamente para o abate ilegal das florestas e da fauna.” No seu discurso, o Presidente Nyusi agradeceu ao ICCF pelo prémio recebido e enalteceu o trabalho que está a ser desenvolvido no Parque Nacional da Gorongosa – o parque nacional de referência do sistema de áreas protegidas de Moçambique – e o impacto que o mesmo tem junto das comunidades locais. A Gorongosa é gerida conjuntamente pelo Governo de Moçambique e pela Carr Foundation, organização sem fins lucrativos dos EUA.O Presidente Nyusi explicou que o Parque Nacional da Gorongosa é um exemplo de área de conservação que protege a biodiversidade, enquanto ajuda as comunidades humanas que o circundam. O acordo de gestão conjunta para a Gorongosa inclui o Parque Nacional de 400 mil hectares e também uma Zona Tampão (Zona de Desenvolvimento Humano) de sensivelmente 600 mil hectares, adjacente ao Parque e onde vivem cerca de 175.000 pessoas.No Parque Nacional da Gorongosa, ao longo dos últimos 10 anos, os números de animais selvagens aumentaram de 10.000 para mais de 71.000. O Parque, entre outras realizações, tem criado empregos na área do turismo e estabeleceu o Laboratório de Biodiversidade E.O. Wilson que aprofunda os conhecimentos ecológicos e forma jovens moçambicanos para serem cientistas.Entretanto, na Zona de Desenvolvimento Humano, o Parque da Gorongosa implementou programas nas áreas da saúde, educação e agricultura sustentável. No ano passado, cerca de 114.000 pessoas beneficiaram de serviços de saúde do Parque. Mais de quatro mil famílias participaram num programa agrícola que aumenta os rendimentos familiares.No evento no Capitólio dos EUA, Greg Carr, membro da Comissão de Supervisão do Parque, manifestou a sua satisfação pela extensão por 25 anos do acordo de gestão conjunta do Parque Nacional da Gorongosa, anunciada pelo Governo de Moçambique na semana anterior e aproveitou a oportunidade para apresentar o lançamento de um novo programa de educação de raparigas nas 93 escolas primárias que são vizinhas do Parque. Nestes Clubes de Raparigas (financiados pelo Parque) em horário pós-escolar, as adolescentes podem concentrar-se na leitura, estudar ciências naturais (ir em visitas de estudo ao Parque da Gorongosa), participar em actividades recreativas, aprender sobre segurança pessoal, saúde, nutrição e planeamento familiar. As raparigas vão ouvir falar sobre mulheres bem sucedidas através de livros, filmes e histórias e irão conhecer pessoalmente algumas delas. O objectivo dos Clubes de Raparigas é o de ajudar as meninas a terminar o ensino secundário, dar-lhes formação profissional, e diminuir a alta prevalência de casamento infantil e gravidez precoce nestas áreas rurais.

Greg Carr explicou que o Parque criou este programa com o apoio do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano de Moçambique e com a inspiração e ideias de programas similares que estão a ser lançados em todo o mundo, incluindo a iniciativa do Governo dos EUA "Let Girls Learn", recentemente promovida pela primeira-dama dos EUA, Michelle Obama.Participaram nesta cerimónia diversos membros do Governo de Moçambique, nomeadamente o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Balói, o Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia e o Ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela. Estiveram ainda presentes o Embaixador de Moçambique nos EUA, Carlos dos Santos e a Primeira-Dama, Isaura Nyusi.Os Senadores Jeff Flake (Republicano) do Arizona e Chris Coons (Democrata) do Delaware – que visitaram o Parque da Gorongosa para avaliar o apoio do Governo Americano a esta parceria entre Moçambique os EUA - falaram durante o jantar, que contou com a presença do Embaixador dos EUA em Moçambique, Dean Pittman e muitos membros do Congresso. O Governo dos Estados Unidos, através da USAID, tem proporcionado um amplo apoio à Fundação Carr desde o início do seu envolvimento em Moçambique.Representantes das seguintes organizações também participaram: PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Banco Mundial, o Instituto Médico Howard Hughes (HHMI), que apoia a educação científica de jovens Moçambicanos; a National Geographic Society, que apoia a conservação da fauna bravia no Parque da Gorongosa; e o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que tem ajudado na reflorestação da Serra da Gorongosa.


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