terça-feira, março 29, 2016

Paz:a identificação do interesse do povo


Resultado de imagem para lourenco do rosarioO académico e reitor da Universidade A Politécnica, Professor Lourenço do Rosário, entende que a deterioração da tensão política e militar no país resulta, basicamente, do facto de as duas partes contendoras não terem conseguido ainda reunir inteligência suficiente para identificar e priorizar as reais necessidades do país. Para do Rosário, no dia que os políticos conseguirem identificar o que é realmente importante para o povo irão se sentar à mesa e discutir aquilo que deve ser discutido, assegurando, deste modo, que o bem comum prevaleça. A abordagem de Lourenço do Rosário foi feita indicando que o problema reside também no facto de, nalgum momento, os políticos pensam que podem chegar a consensos absolutos, quando a realidade e a história mostram e provam que tal desiderato não é possível. Ou seja, citando Joaquim Chissano e recorrendo a história, do Rosário anotou que o primeiro presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane não reuniu consensos nas decisões importantes que tomou a favor do povo, mas tinha conseguido identificar o que efectivamente era importante para esse mesmo povo. O mesmo aconteceu, segundo do Rosário, com Samora Machel e Joaquim Chissano. Estes também não reuniram consensos (até no seio do seu próprio partido) em relação a decisões importantes que deviam e foram efectivamente tomadas. Nisto, Lourenço do Rosário adverte que o Presidente da República, Filipe Nyusi, na busca de soluções para trazer de volta a paz efectiva ao país não vai conseguir consensualizar todas as opiniões, mas a falta de unanimidade não pode significar o não avanço para se decidir por este ou aquele caminho no âmbito da busca da paz. “Aquilo que relatei do trajecto de Chissano para acabar com a guerra, podemos dizer foi heróico. Até começou antes, com Samora, com a assinatura do acordo de Nkomati. Não houve unanimidade. Com presidente Chissano também não houve unanimidade dentro do seu pró- prio partido. Então, o presidente Nyusi também não vai ter unanimidade, mas o que é preciso é que haja clareza, quer da parte do presidente Nyusi, quer da parte do líder da Renamo. O que os une é o povo e esse povo está a sofrer” – disse do Rosário, chamando atenção para a necessidade de os políticos não perderem tempo com a busca de consensos, mas sim com a priorização dos reais interesses do povo. Questionado em relação ao que se  poderia esperar nos próximos dias na mesa negocial, Lourenço do Rosário mostrou-se esperançado, particularmente por acreditar na franqueza e genuinidade do discurso do “queremos a paz, queremos diálogo e ainda o discurso de que não queremos a guerra”, discurso esse que tem estado a ser proferido pelos protagonistas do diálogo político.

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