sexta-feira, maio 17, 2013

52% não sabe ler e nem escrever e...


O Presidente da República voltou a lançar farpas contra os críticos de sua governação no país, considerando-os ignorantes. Falando num encontro com um grupo de 23 dos 220 estudantes moçambicanos residentes em Shangai, China, Guebuza disse que um dos grandes problemas que retardam a luta contra a pobreza em Moçambique é o facto de o país ainda não dispor de muitas pessoas com formação escolar à altura dos desafios de momento. E este problema é tão grave que faz com que haja ainda muitas pessoas que interpretam tudo à imagem e semelhança da sua ignorância. O Chefe do Estado sublinhou que, quando não se está iluminado com o saber, tudo se apresenta como algo impossível, e os que não dominam a ciência e a técnica, nunca vislumbram soluções. Para Guebuza, é muito grave que, em pleno século XXI, ainda haja muitas pessoas que acreditam em coisas tão descabidas, como é o caso dos que dizem que o cloro é que causa a cólera, e que são contra o tratamento da água com este produto químico para matar as bactérias que causam a doença. Armando Guebuza arrolou uma série de outras alegadas “mentiras” que ainda são assumidas como verdades por muitos moçambicanos que não beneficiaram da educação, como é o caso dos que ainda acreditam cegamente na feitiçaria, até ao ponto de haver filhos que acusam os seus próprios pais de feiticeiros que os querem matar.
Segundo o índice de desenvolvimento humano da ONU, Moçambique e Guiné-Bissau estão no top 15 dos países com maior taxa de analfabetismo do globo, com percentagens de 48,1 e 52 por cento, respectivamente. Timor Leste conta com 41,4 da população analfabeta, Angola com 29,9, Cabo Verde com 15,7, São Tomé com 15,1. O Brasil conta uma percentagem de 11,4 e Portugal, com 5,2 valores, continua a ser o país com maior taxa de analfabetismo da Europa. No norte de Moçambique, o número de pessoas que não sabe ler nem escrever é de 65 por cento, pelo que esta é a principal área de investimento do programa, cofinanciado pelas Nações Unidas que visa diminuir a taxa de analfabetismo do país para 30 por cento até 2015.

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