quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Manifestações? Só Deus sabe

O Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, liderado por Hermínio dos Santos, suspendeu, por tempo ‘indefinido’, a sua manifestação pelas artérias da cidade do Maputo, a capital do país, evocando a necessidade da manutenção da paz.O fórum havia convocado para Terça-feira última uma marcha de protesto contra o Executivo por alegadamente não estar a atender as suas reivindicações.Hermínio dos Santos, citado hoje pelo ‘Notícias’, disse que os desmobilizados pretendiam levar a efeito um movimento pacífico, mas não resistiram ao forte contingente policial que guarnecia o Ministério dos Combatentes.Entretanto, uma fonte do Gabinete de Imprensa do Ministério dos Combatentes disse que a Polícia estava para guarnecer a instituição, não podendo a sua presença ser relacionada com a manifestação dos desmobilizados.“Até porque o ministério não estava informado dessa manifestação. As nossas instalações são sempre guarnecidas pela Polícia”, informou a mesma fonte.Ainda, Hermínio dos Santos disse que foi com intuito de se evitar o derramamento de sangue que os desmobilizados decidiram suspender a manifestação.“Nós desmobilizados de guerra não queremos confrontação com a Polícia nem com os militares. Continuaremos a buscar opções para que o Governo ceda perante as nossas exigências. Não iremos à rua hoje (ontem), mas continuaremos a exigir os nossos direitos”, afirmou.Interrogado sobre que tipo de opções estariam a ser equacionadas para fazer valer as suas exigências, Hermínio dos Santos respondeu que “só Deus sabe”.Ano passado, o Fórum dos Desmobilizados de Guerra “acampou” no Circuito de Manutenção Física António Repinga, na baixa da cidade do Maputo, contíguo ao Gabinete do Primeiro-Ministro, exigindo uma reforma condigna à abolição do bónus previsto no Estatuto do Combatente, substituindo-o por uma pensão mensal de 12 mil e quinhentos meticais, a integração dos milicianos e naparamas no referido estatuto, entre outras exigências.A Assembleia da República, o parlamento moçambicano, aprovou, ano passado, o Estatuto do Combatente e, o Governo, por sua vez, aprovou o respectivo regulamento, estabelecendo-se assim o quadro jurídico relativo à prossecução do reconhecimento e valorização do sacrifício daqueles que consagraram as suas vidas à luta armada de libertação nacional, à defesa da independência, soberania e da democracia, segundo rezam os artigos 15 e 16 da Constituição da República.

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