sábado, maio 15, 2010

Em que ficamos ?

Fui um dos milhares que defendeu a permanência de Martin Noij. Hoje não comungo da ideia de reabrir a negociação com  técnico holandês, mesmo sabendo do seu trabalho e das alegrias que nos deu ao serviço da selecção nacional de futebol.  Em algum momento, numa das postagens deste ano chamava a atenção para as divergências entre o Presidente da Federação , o senhor Faizal Sidat e o técnico. Se Martin Noij for de postura vertical jamais aceitará retornar sabendo que os seus “amigos da onça” continuam a decidir o futuro diário da FMF. O Ministério da Juventude e Desportos colocou em cima da mesa no decorrer da negociação do contrato com Noij 1/3 do valor total disponibilizado no decorrer dos últimos três anos. Deparando-se sem uma estratégia de capitalização dos seus cofres , a FMF assumiu publicamente ter dez propostas e que a decisão de encontrar um técnico para a equipa principal de futebol estaria concluída em finais de Abril. Pressionado pelo tempo, pelas datas das competições mais próximas e futuro da campanha rumo ao CAN 2011,  comunicou as autoridades desportivas  a sua escolha. O  Presidente da Federação atirou para as autoridades desportivas a decisão final, e acabou por ser agora obrigado a justificar a opção no luso-caboverdeano e um relatório técnico de avaliação ao trabalho do então seleccionador.
E agora?
Já se sabe que Sidat não é querido no seio da cúpula desportiva, na maioria dos clubes e numa outra dimensão há figuras influentes no topo da política que  gostariam de o ver perto mas distante dos destinos do futebol nacional.O actual Presidente da Federação Moçambicana é um empresário que parece gerir  bem os seus negócios mas  é incongruente nas suas declarações ao ponto de melindrar consequentemente  o organismo que dirige a dois anos. Foi eleito pela Associações Provinciais, mas é sabido que o processo não foi pacifico, ao ponto de outros dois candidatos acabarem por desistir horas antes da votação, omitindo estes uma opinião sobre o assunto por  “precaução”. A última Assembleia- Geral (recorde a postagem “CHEGA”) era esperada como o principio do fim do seu mandato e pelos bastidores sabia-se que o relatório de contas tinha “buracos” suficientes para os filiados chumbarem....aconteceu o contrário.  O Ministério da Juventude sempre se colocou distante da escolha do substituto de Martin Noij, deixando e bem a responsabilidade da entidade que dirige o futebol moçambicano. Faizal Sidat, no último jogo de Moçambique no CAN de Angola disse  que algumas cabeças iriam rolar e a primeira seria a do treinador. Depois a chegada a Maputo disse que não disse.....até acredito em parte pois  não domina algumas  expressões e não tem a dimensão do seu impacto. Agora, a semelhança ao que acontece em outros cantos do mundo, por se pratica, Sidat está a preparar a demissão em bloco da direcção da Federação Moçambicana de Futebol caso o Ministério insistia no regresso de Mart. Quem o sucederá pode ser o seu vice para as selecções nacionais, conhecido como o “salvador”, uma aposta eleitoral que acredito não ter adversário, porque o homem tem qualidade, competência, canudo e provas dadas na sua vida profissional. Agora que  Ministério da Juventude e Desportos  voltou atrás, assumindo de novo o pagamento do salário do técnico nacional quer ter uma palavra no processo da escolha do treinador. Se conhecemos as reacções emocionais do Presidente da  FMF este não vacilará uma possível “queixa” a FIFA  alegando que o governo se está a envolver nos assuntos da entidade desportiva, o que pode levar   a suspensão do futebol moçambicano.
Qual é... o peso real de Faizal Sidat?

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