quarta-feira, outubro 07, 2009

Olhando

Com o decorrer desta campanha eleitoral uma vez mais veio ao de cimo o hábito, de tratar os demais compatriotas como se fossem uma massa de pessoas. Fica-se com a ideia de que o Povo não percebe dos problemas do País, não sabe o que se passa no mundo e é incapaz de avaliar o que o rodeia . É sabido que só se dão bem os políticos que se esforçam por canalizar, de forma eficiente e disciplinada, todos os recursos, todos os investimentos e todas as potencialidades do País na criação de condições que contribuam para que os seus compatriotas possam ter boa vida, viver mais tempo ,aumentar os seus conhecimentos, participar activamente na vida da sua comunidade e usufruir da segurança das suas pessoas e dos seus bens. O facto de ter uma casa, roupa, comida, paz e sossego de modo a gozar uma passagem digna e feliz por este mundo, não é um favor e nem por mera compaixão. É, sim, um direito sagrado , para os que acreditam , aprovado por Deus e consagrado mundialmente pelos homens de boa vontade. Construir escolas e hospitais, humanizar os serviços de assistência medico-medicamentosa, melhorar o emprego, a saúde, a educação e as condições de vida dos compatriotas não é um acto de caridade.É, sim, uma obrigação dos gestores eleitos para dirigir o País e um sagrado dever do Estado.Os tempos mudaram. Os moçambicanos viajam cada vez mais pelo país e pelo mundo, vêem mais canais televisivos estrangeiros e, por isso, comparam cada vez mais a realidade nacional com a realidade de outros países.O Povo não precisa de ler ou ver os orgãos de comunicação social privados para ter consciência dos enormes obstáculos que enfrenta nesta longa luta para sair das dificuldades quotidianas. Não há ninguém que não tenha perdido nos hospitais públicos um ente querido por causa de doenças facilmente curáveis. O Povo sabe que vive numa sociedade cada vez mais injusta onde a pobreza absoluta da maioria convive lado a lado com a riqueza ainda pouco ostensiva. Acontece porém que nenhum governo é suficientemente bom e esforçado para acabar com os problemas do país, com as críticas da oposição e com as frequentes exigências do povo.O Estado francês protege os seu cidadãos no desemprego, na doença, na maternidade, na infância, na invalidez, na viuvez e na velhice. Mas mesmo assim, os franceses exigem melhorias dos subsídios sociais e o Governo tem sido obrigado a reformar e a melhorar o sistema. Se os povos das sociedades desenvolvidas continuam a exigir dos seus eficazes e excelentes governos mais e melhores condições, porque haveriam dos moçambicanos não exigirem dos seus filhos outra mentalidade e estilo de governar? A vida não é eterna para continuar a espera de um dia melhor.É desejo ver os ente queridos partirem deste mundo depois de usufruirem de uma vida digna que as imensas riquezas de Moçambique lhes pode proporcionar e terem gozado da felicidade que merecem.

0 comments: