sexta-feira, outubro 16, 2009

Apoio a Guebuza

Aproxima-se a data das eleições gerais em Moçambique.Com mais de metade da campanha eleitoral andada, partidos politicos principalmente os de menos expressão nacional tomam posições públicas no que concerne a sua tendencia de voto.No espaço de uma semana um grupo de organizações politicas apelaram aos seus eleitores para votarem no candidato da FRELIMO e como resposta um outra frente se uniu para apoiar o candidato do MDM à presidência da república.Igualmente ao nível dos orgãos de comunicação social o seu posicionamento destaca-se pelo teor dos seus conteúdos, havendo contudo quem decida ser este o momento para vincar a sua opcção. Eis o jornal electrónico “EXPRESSO” que decidiu apoiar Armando Emilio Guebuza. Eis o editorial publicado na sua edição 2554 de 16 de Outubro de 2009:

Esta casa defende a continuidade de Armando Guebuza na Presidência da República, e consequente formação do Governo. Trata-se de uma posição antecedida de uma análise feita aos manifestos eleitorais dos candidatos Daviz Simango, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, adversários na disputa pela conquista da Ponta Vermelha.O manifesto apresentado pelocandidato Armando Guebuza prioriza o desenvolvimento do País a partir do interior, projecto, aliás, iniciado já no mandato que termina e que tem mexido com as populações queresidem nas zonas recônditas de Moçambique. Guebuza dá ainda ênfase às manifestaçõesdo empresariado nacional e de pessoas singulares, atravez do desenvolvimento de pequenos projectos de acumulação de riqueza de pequena escala, enquanto incentiva estes a contribuirem no engradecimento do Estado atravez de injecções fiscais. Aliás, o Governo de Armando Guebuza prestes a terminar o mandato, escreveu e submeteu para aprovação na Assembleia da República, instrumentos legais que visam a expansão da colecta fiscal, que vai até ao informal. Esta casa entende que grande parte dos projectos iniciados pelo Governo-Guebuza carecem ainda de sustentabilidade, sendo, por isso, necessário conceder-lhe mais uma oportunidadepara concretizar tais programas de desenvolvimento, cientes de que muitos deles nos fazem torcer um bocadinho o nariz, designadamente na área da administração da justiça, segurança das pessoas e distribuição de riqueza. As promessas de Daviz Simango, embora convençam, esta casa acha que levarão tempo a serem materializadas, precisamente porque grande parte do primeiro mandato terá pela frente vários obstáculos impostos pela necessidade de conhecer melhor a nova casa. Assim, até que o Governo-Simango se estabilize, custará muito caro aos moçambicanos. Por outro lado, entende-se que sendo necessárias, as mudanças de regime não devem ser à custa do cidadão comum, e elas (mudanças)não têm de ser levadas a cabo a qualquer preço, sob o risco de se atirar no escuro. Vale sublinhar: mudanças são necessárias, mas não de forma precipitada. Quanto à candidatura de Afonso Dhlakama. Não é credível que o líder consiga estabilidade e uma boa prestação uma vez na Ponta Vermelha. A razão é tão simples como isto. A sistemática instabilidade que nos tem dado a perceber, no seio da Renamo, organização dirigida por Afonso Dhlakama, dá a ideia de que o seu líder não tem capacidade suficiente para dirigir um grupo pequeno.Uma vez na Ponta Vermelha, Dhlakama terá capacidade de dirigir pouco mais de 20 milhões de moçambicanos? Esta a pergunta que se faz nesta casa. Outrossim, Afonso Dhlakama e a sua organização habituou os moçambicanos a se tornar vítima de qualquer coisa. Quando as coisas não correm bem lá dentro, a culpa é dos outros, raramente vira os canos para dentro e analisar a crise. Por tudo isso, esta casa não acha que a Dhlakama se assente melhor a Ponta Vermelha.Assim sendo, só nos resta ArmandoGuebuza, na certeza de que melhore, no próximo mandato, nalguns aspectos da sua governação.Para as legislativas, a casa é por uma distribuição que se aproxime do equilíbrio entre as bancadas, onde não estejam apenas os deputados da Frelimo e da Renamo, ou ainda assentos de uma oposição mais virada à Frelimo ou à Renamo, mas que defenda ideias próprias. No Parlamento moçambicano, aliás, o poder negocial entre as bancadas deve ser uma das formas de se desbloquear entraves que forem encontrados nos debates plenários, onde se espera mais por discussões técnicas, profissionalizadas, menos cenas patéticas que nos últimos anos os deputados da Frelimo e da Renamo, todos, nos têm envergonhado. Nada de maioria parlamentar.

Os apoios sucedem-se nos últimos dias.

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