sexta-feira, maio 24, 2019

Paz no amarelo!!!


A Sala Da Paz, uma plataforma conjunta, que está a acompanhar o actual processo de recenseamento eleitoral em curso em Moçambique, mostra-se céptica em relação ao alcance das metas previstas e estima que, se o ritmo das inscrições continuar como vem acontecendo, cerca de 1.3 milhão de potenciais eleitores poderão ficar de fora do processo.A informação foi avançada hoje, em Maputo, por Egídio Guambe, gestor de projectos do Instituto para a Democracia Multipartidária, organização da sociedade civil que faz parte da plataforma conjunta de observação de processos eleitorais.“Ao ritmo que as coisas vêm acontecendo achamos que as metas estão bastante comprometidas. De acordo com os dados oficiais, esta foi a quinta semana do processo e a segunda pior até ao momento, com cerca de 893.827 eleitores inscritos a nível nacional”, disse.
Segundo a fonte, se o ritmo que se verifica, até ao momento, continuar até ao fim do processo, só duas províncias podem alcançar as metas previstas. Trata-se de Cabo Delgado, Norte de Moçambique, e Gaza, Sul do país.“Faltando uma semana para o término do processo as províncias de Cabo Delgado e Gaza estão com 80 por cento de eleitores já inscritos” disse.Guambe destacou que esta tendência mostra que os órgãos de gestão eleitoral do país devem repensar estratégias e envidar esforços para que a situação seja revertida nos últimos dias do recenseamento, sob o risco de limitar muitos cidadãos de participar do processo.“Esta meta pode variar positivamente caso se registe uma maior afluência nestes últimos dias e sejam criadas condições necessárias para que os cidadãos se recenseiem”, anotou.
Os dados oficiais dos órgãos de administração eleitoral apontam para uma meta de cerca de 7.241,739 eleitores e, até agora, estão recenseados 4.590,347 eleitores, faltando para a última semana do processo 2.751,392 potenciais eleitores por inscrever, sendo que, a missão torna-se difícil devido a forma pouco lenta como tem decorrido o processo.A fonte realçou que a situação pode melhorar se os órgão de administração eleitoral moçambicanos conseguirem ultrapassar os constrangimentos do processo, nomeadamente as paralisações constantes devido a falta de corrente nos mobiles, fraca reposição de materiais por parte do pessoal de apoio técnico, limitada capacidade de resposta por parte dos órgãos eleitorais dos distritos, entre outros.
“Ainda existem postos de recenseamento que nunca funcionaram desde o início do processo. Continuam as paralisações constantes das actividades nos postos de recenseamento e avarias sistemáticas das máquinas”, denunciou Guambe.A Sala Da Paz entende que os órgãos eleitorais estão a conduzir o processo num contexto em que há limitações de orçamento, onde o Governo moçambicano só disponibilizou 44 por cento do orçamento solicitado, mas, mesmo assim, podem ser tomadas medidas para evitar que uma parte significativa dos cidadãos moçambicanos fique de fora do processo.O recenseamento eleitoral em curso no país, que teve seu arranque no dia 15 de Abril passado e termina a 30 de Maio, conta com 7.737 postos de recenseamento, assistidos por 5.096 brigadas e espera-se atingir a meta global de cerca de 13 milhões de pessoas, incluindo os recenseados em 2018, aquando das eleições autárquicas.

0 comments: