quarta-feira, novembro 28, 2012

saiba "+" da agricultura moçambicana

As culturas alimentares básicas ocupam cerca de 4,4 milhões de hectares de terra em Moçambique, cifra que corresponde a cerca de 79 da área total cultivada no país, revela o Censo Agro-pecuário (CAP) divulgado hoje, em Maputo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).O CAP mostra que a agricultura moçambicana continua meramente de subsistência e pouco orientada ao mercado. As culturas de rendimento apenas ocupam 321 mil hectares, ou seja cerca de seis por cento da área total cultivada no país. Uma análise desagregada por região mostra que os cereais constituem o grupo de culturas mais praticadas pelas explorações agro-pecuárias em Moçambique, mas a sua importância é mais saliente na zona centro, enquanto as raízes e tubérculos são mais importantes no norte do país. As culturas básicas ocupam a maior área 
cultivada no país com cerca de 57 por cento da área total cultivada. 


Dentro destas, os cereais têm maior destaque com cerca de 54 por cento da área cultivada com culturas alimentares básicas, seguindo-se as leguminosas com 25 por cento da área e por último as oleaginosas com 11 por cento.   No grupo dos cereais o milho é a cultura básica mais importante, ocupando uma área de cerca de 69 por cento da área cultivada com cereais. A mapira é a segunda cultura mais importante do grupo e em último a mexoeira com apenas dois por cento da área cultivada com cereais.  No grupo das leguminosas, o feijão nhemba é a cultura mais importante e ocupa 45 por cento da área cultivada com leguminosas e o feijão jugo apenas nove por cento da área cultivada com leguminosas. 
Nas oleaginosas o amendoim é a única cultura básica e ocupa 11 por cento da área cultivada com culturas alimentares básicas e cerca de sete por cento da área total cultivada no país. Comparando-se os dois censos concluiu-se que não houve alterações significativas no que concerne a importância dos grandes grupos das culturas alimentares básicas, continuando os cereais os mais importantes e dentro destes o milho com maior área cultivada. Regista-se um aumento nas áreas cultivadas para diferentes culturas, mas em termos de área média por exploração não houve grandes alterações, destacando-se a cultura do arroz que passou de 0,3 hectares por exploração para 0,5 hectares. O milho, embora tenha aumentado a sua área, a média por exploração diminuiu de 0,6 para 0,5 hectares. 
“Quanto ao uso de práticas agrícolas que permitam o aumento da produtividade, continuamos num nível muito baixo. O uso da rega anda nos cinco por cento o que significa que o cultivo das culturas alimentares básicas ainda está hipotecado a quantidade e distribuição de chuva que cai numa determinada campanha agrícola. O uso de pesticidas não é excepção, rondando nos dois por cento e, por último, quatro por cento para o uso de fertilizantes”, refere o CAP.  Com o CAP pretende-se fornecer informação sobre culturas alimentares básicas em Moçambique, bem como mostrar as mudanças estruturais ocorridas nos últimos 10 anos relativamente a área de produção, número de explorações e o uso de práticas agrícolas. Esta informação serve para orientar o governo, sector privado, organizações-não-governamentais e os demais agentes de desenvolvimento na elaboração de políticas e planos que concorram para a segurança alimentar e nutricional. 

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