quinta-feira, novembro 08, 2012

Comunistas avisam os seus alunos de que...

"Se não lidarmos bem com este assunto [a corrupção], isto pode tornar-se fatal para o partido, e até causar o colapso do partido e a queda do Estado", alertou Hu Jintao, que está de saída do cargo. O discurso de abertura, dirigido a 2268 delegados oriundos de todo o país, fez a apologia dos últimos dez anos de vida do regime que, segundo Hu Jintao, deve fazer todos os esforços para combater a corrupção, segundo noticia a agência de notícias chinesa Xinhua.

"Os responsáveis políticos, em qualquer posição, mas especialmente os de topo, devem respeitar o código de conduta para uma governação transparente", frisou Hu Jintao, que será substituído no final deste Congresso, após uma década na Presidência. "Eles [os responsáveis políticos] devem exercer uma auto-disciplina rígida e fortalecer a educação e a supervisão sobre as famílias e os seus gabinetes e nunca deverão procurar privilégios", prosseguiu o ainda líder chinês, segundo a mesma agência oficial chinesa. O congresso do PCC, ou "grande reunião" como lhe chamam na China, realiza-se de cinco em cinco anos, em Pequim. De dez em dez anos, como sucede agora em 2012, é escolhida a liderança política, nomeado o Politburo do Comité Central e a respectiva Comissão Permanente. Hu Jintao terá como sucessor o actual vice-presidente, Xi Jinping, que se tornará o novo secretário-geral do PCC e Presidente da China no final deste congresso que durará uma semana.
Nos últimos meses, o escândalo de corrupção que envolvia um alto quadro como Bo Xilai e a família deste (expulso do Comité Central) estiveram no centro das atenções mediáticas. E duas semanas antes do congresso, uma reportagem sobre a riqueza amealhada por figuras de proa do regime, como o primeiro-ministro, Wen Jiabao, causou largo incómodo na China, que bloqueou mesmo o acesso via Internet ao jornal The New York Times e às pesquisas nos motores de busca sobre este tema na restante imprensa mundial.
Hu Jintao nunca falou de nenhum caso concreto – nem no nome de Bo Xilai, que chegou a ser visto como um possível substituto do Presidente –, mas não deixou de defender a importância de uma gestão limpa. "Todos aqueles que violarem a disciplina do partido e as leis do estado, sejam quem forem, seja qual for a posição ou o poder, devem ser levados à justiça sem perdão", insistiu Jintao, defendendo que o PCC deve "assegurar a igualdade de tratamento" para todos face à disciplina. "Não pode haver excepções", conclui, num discurso optimista em que prometeu riqueza ao povo chinês.
No longo discurso, Hu Jintao prometeu continuar os "esforços activos e prudentes" para reformar a estrutura política e tornar mais extensiva a democracia popular”, mas assegurou que Pequim “nunca irá copiar o sistema político ocidental”. Sobre a economia, o líder cessante disse que o caminho é o "socialismo chinês". "A questão do caminho que tomamos é vital para o partido e para o futuro da China, para o destino da nação e o bem estar do povo", sublinhou, exaltando a escolha feita nas últimas décadas como o caminho correcto, de acordo com a agência Xinhua. Para lidar com as circunstâncias difíceis "tanto no plano interno como no plano externo", com "o fosso entre pobres e ricos a alargar", foi possível à China construir uma "sociedade moderadamente próspera", disse Hu Jintao, de acordo com o jornal The New York Times.

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