quarta-feira, junho 16, 2010

Aprofundar a democracia interna

NA vida das organizacoes politicas, chegadas ao presente, assentes numa historia de profunda integração social, estas convergem na militância unânime, cuja dinâmica aparenta ser capaz de responder aos desafios actuais. A linhagem e sua consolidada consistencia vai esbarrando no presente agora e futuro já amanha. Discute-se nos fóruns de debate de que os militantes conheçam as questões, conheçam as diferentes opiniões sobre elas e as discutam livremente e em profundidade. No presente, colocam-se aos Partidos, seja qual a sua génese, desafios impostos pelas novas tecnologias de comunicação, imagem mais atractiva aos largos sectores do povo, designadamente a faixa etária activa. Estas são alterações que se impõem para aprofundar a democracia interna. Passando uma borracha sobre elas não só mostra que não há interesse em aprofundar o debate , como se insiste em fechar-se à sociedade. A necessária unidade de acção não pode justificar a limitação do acesso à informação e impedir o debate. Os debates têm de ser abertos, para que as diferentes ideias e opiniões sejam conhecidas e permitam a cada um formar a sua opinião e fazer a sua autocrítica. A autocrítica refere-se à capacidade interna do indivíduo de realizar uma crítica de si mesmo. Ela implica na análise dos seus actos, da sua maneira de agir, dos erros cometidos e das possibilidades de realizar uma autocorreção. Desta forma o sujeito aprimora-se, identifica os seus pontos fortes e fracos. Em doutrinas político filosóficas, como o marxismo-leninismo – junção das teorias de Karl Marx e de Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lênin -, a autocrítica é vista como um método científico e também enquanto exercício político constante. Esta forma de abordar a realidade engloba uma constante busca da verdade e do aperfeiçoamento de uma realidade, que assim passa por um exame permanente do real – a crítica – e pela procura de uma perfeição também interior – por intermédio da autocrítica. O contrario tem produzido exemplos em históricas organizacoes politicas, particular da Europa, deparando-se com estas situacoes complexas , vivendo uma verdadeira crise de identidade, de valores e de funcionamento . Se assim acontecer, serão mais os que desistirão de participar e que se acomodarão. Será o definhamento. Qualquer tipo de organizacao tem que enfrentar, sem preconceitos, a necessidade de se adaptar ao momento e contexto em que pretende inserir. Mudar, não para a descaracterizar, mas para modernizar os seus princípios. Para isso nada melhor em contar com os sectores mais dinâmicos e com os actores mais qualificados.

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