segunda-feira, junho 07, 2010

As provas?

O Jornalsta Gustavo Mavie da Agência de Informação de Moçambique, no seu comentário referindo-se a noticia veiculada em primeira mão pelo dominical sul-africano “Sunday Times”, sobre a existência de campos de treino da al-Qaeda em Tete e Nampula, fêz referência a acusação contra Bachir e o seu Grupo MBS. " Para mim, esta acusação peca por não se valer de provas, o que evoca aquilo que os EUA fizeram contra o agora enforcado Saddam Hussein, a quem acusaram então de ser um barão de armas de destruição em massa. A semelhança de Saddam Hussein, Washington limita-se a acusar o empresário moçambicano de ser um barão de droga, uma acusação que carece de provas, do mesmo modo que nunca apresentaram provas contra o líder iraquiano. Isso leva alguns a questionar a sustentabilidade material desta acusação. Na falta de evidências, o cepticismo prevalecerá, tanto mais que os EUA já provaram não serem infalíveis. A falsa acusação contra Saddam foi apenas uma das outras incontáveis que cometeram. A meu ver, esta acusação baseia-se nas mesmas alegações que vêem sendo feitas contra este e outros empresários moçambicanos detentores de grandes fortunas. Seria bom e vantajoso para uma super potência como os EUA, substanciar a sua acusação com factos irrefutáveis, para que não seja um simples ecoar, em voz grossa, dessas alegações que como disse já, vêm já sendo feitas por muita gente dada à especulação baseada no tipo diz-se que...diz-se que... Pessoalmente, já ouvi que até existem clientes das lojas do MBS que compraram geleiras, congeladores e televisores nas suas lojas, e ao abri-las descobriram, já nas suas casas, grandes quantidades de drogas pesadas, e que quando as devolveram, foram-lhes oferecidos em troca valores monetários astronómicos para os calar a boca e que os catapultaram a ricos de dia para a noite. Os que propalam este tipo de enredos em torno do MBS, nunca apontam sequer de longe pelo dedo quem terão sido esses clientes enriquecidos por Bachir. Limitam-se apenas a dizer que também ouviram falar desses clientes, tudo ao estilo daqueles supersticiosos, que passam a vida a dizer que ouviram dizer que no local de tal, há um grande curandeiro, que sabe de tudo e resolver de tudo, incluindo dizer os nomes dos que o vão consultar sem que sejam os próprios a se identificarem.Para que não se assuma e se tome como válida a tese que alguns já começam a defender agora, de que Bachir está sendo vitima de facto mais pelas suas afinidades políticas, tal como Saddam que foi sacrificado por se recusar a dar o petróleo do seu país de mão beijada aos EUA do tempo do Bush, Obama terá de mostrar que é diferente do seu antecessor, acusando Bachir com provas visíveis a todos nós, e não se limitar a enviá-las ao nosso governo, como alega a Embaixada do seu país em Maputo. Para o seu bem, aconselho Obama a não acreditar cegamente nos relatórios que lhe são enviados pelos seus agentes diplomáticos em Maputo, porque alguns deles já provaram que têm muita dose de “Jetismo”, e que passam o seu tempo a forjar relatórios que não reflectem a realidade. Sem querer aqui e agora ser advogado de Bachir ou assinar por baixo à declaração solene deste que é um inocente que está sendo alvo da difamação, julgo que para que Obama mantenha em nós moçambicanos a boa imagem e credibilidade que o outorgamos até agora, é imperioso que ele apresente essas provas à luz do dia e da noite. Caso não apresente, será visto como tendo metido o pé na mesma poça em que meteu o seu antecessor, por ter acusado Saddam Hussein de possuir armas de destruição em massa, e daí desencadear uma terrível que acabou matando muitos iraquianos também inocentes, antes de orquestrar um julgamento fictício que o condenou a um enforcamento televisionado por um crime que os próprios EUA viriam a reconhecer mais tarde que não tinha cometido."

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