A
província de Tete, no centro de Moçambique, passará, num futuro breve, a ter
quatro linhas férreas, com a construção das de Macuse e Chiúta, para o
transporte de carvão mineral e de ferro, para além de outras diversas
mercadorias e a edificação de um porto seco.Neste momento estão operacionais
duas linhas férreas, as de Sena para o Porto central da Beira, e a recentemente
construída de Nacala, todas partindo de Moatize, onde existe uma bacia
carbonífera, que está sendo explorada pelas mineradoras Vale Moçambique, ICVL
(ex-Rio Tinto) e Minas Moatize, enquanto a Jindal África extrai o carvão no
jazigo de Marara, outro distrito com este tipo de minério. Segundo
o director provincial dos Transportes e Comunicações de Tete, Romeu Sandoca, o
seu governo debruçou-se esta sexta-feira em sessão ordinária sobre três novos
projectos considerados âncoras para o desenvolvimento económico da província. Os
três novos projectos são as previstas construções de duas novas linhas férreas
de Moatize-Macuse, na Zambézia (centro), Chiúta-Nacala Porto, em Nampula
(norte), e o Porto Seco, em Cateme (Moatize), que catapultarão o
desenvolvimento económico da província, do país e da região da África Austral,
porque estas infra-estruturas servirão também os países do “interland”, que
muito dependem dos portos moçambicanos para as transações das suas mercadorias.

A
Linha Férrea de Macuse terá uma extensão de 525 quilómetros. Esta vai partir de
Moaté até Macuse, na província da Zambézia. A mesma se estenderá até à vila de
Chitima, com uma extensão de 125 quilómetros. “Estas ferrovias vão incrementar
a capacidade de escoar o carvão e o ferro a ser extraído num futuro breve,
pois, como se sabe, teremos uma futura mina de ferro de Chiúta”, afirmou.
A
fonte não avançou os montantes a serem gastos na construção das duas novas
linhas férreas, mas informações disponíveis indicam que o projecto da Linha
Férrea de Macuse terá em princípios um investimento global de 1.950 milhões de
dólares norte-americanos.O projecto integrado da construção da nova linha
férrea de Macuse pertence ao Governo de Moçambique, através do Ministério dos
Transportes e Comunicações, tendo para o efeito sido assinado o contrato de
concessão entre MTC e a Thai Mozambique Logistics, SA, que, por sua vez, o
adjudicou a Italian Development Mozambique, Ltd, para a sua gestão.Outro novo
projecto, considerado âncora é do Porto Seco, que será construído em Cateme,
distrito de Moatize. Estará localizado junto à Estrada Nacional número sete
(EN7) e acesso para o centro de reassentamento de Cateme, entre a ramificação
das linhas férreas de Sena, Moatize-Malawi-Nacala, Moatize/Macuse e Moatize/Nacala,
via interna. Ocupará uma área de 100 hectares, sendo que o local está a 600
quilómetros do Porto da Beira, indicou Sandoca. O projecto pertence ao governo
da província de Tete e poderá ser concessionado a qualquer interessado. Este
manuseará carga diversa, excluindo o carvão mineral e a sua operacionalização
poderá ser efectivada por concessão a empresas nacionais ou estrangeiras.A
instalação deste porto visa servir de alavanca tributária excepcional, através
de benefícios fiscais (diferimento e redução de impostos nas importações),
promovendo, desta forma, um modelo de desenvolvimento do comércio internacional
empreendedor e atractivo para que os mais diversos segmentos possam atingir com
maior facilidade o mercado internacional para aquisições de insumos e produtos.
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