“Viemos aqui recordar que a cortina espessa da máquina colonial de opressão que
ofuscava os horizontes dos homens e mulheres de Caia não logrou travar os
fulminantes ventos de liberdade e independência que viriam a dar um rumo nobre
à vida de Luís Joaquim Marra”, disse o estadista moçambicano, falando durante a
cerimónia que teve lugar em Caia, terra natal do malogrado.
Segundo Gebuza, Joaquim Marra sentiu desde a tenra idade a opressão colonial,
primeiro na discriminação no acesso à formação e, mais tarde, no emprego,
particularmente quando trabalhava nas Oficinas Gerais dos Caminhos de Ferro de
Moçambique, na Beira.“Todavia, não se limitou a contemplar e a lamentar
esperando que alguém alterasse essa situação política com impacto na sua vida e
progresso”, disse Guebuza, anotando que, ao invés, cedo Marra integrou a rede
clandestina da FRELIMO, tendo participado na mobilização de mais moçambicanos
para se juntarem ao movimento de “resgate da nossa dignidade e contribuído para
dar uma maior expressão aos diferentes movimentos cívicos que despontavam e
animavam a vida cultural, e de forma discreta”, Depois de se juntar ao movimento em 1967, Marra iniciou os seus treinos no
Centro de Preparação Político-Militar de Nachingwea, na vizinha Tanzânia, onde
estava baseada a Frelimo, e teve formação em artes de guerrilha e em outras
matérias da ciência militar.Mais tarde, ele foi estudar para a antiga União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas e após o regresso juntou-se a Frente de Cabo
Delgado, fixando-se na Base Ngungunyane, uma base que, segundo o Chefe de
Estado, assumia um papel de grande importância estratégica para a FRELIMO e
para o avanço da Luta de Libertação Nacional.Dentre várias funções assumidas
durante a luta, Marra foi Comandante Provincial Adjunto de Artilharia em Cabo
Delgado e simultaneamente era responsável pelo Comando do 2/o Sector.“Luís
Joaquim Marra, que integra o panteão dos nossos heróis, é um nome que se deve
invocar sempre que for necessário para buscarmos inspiração para continuarmos a
consolidar a Paz e, deste modo, prosseguirmos a nossa luta contra a pobreza que
já está a dar resultados bem vincados mesmo aqui, em Caia!”, disse Guebuza.O
programa de homenagem a Luís Joaquim Marra incluiu uma visita a casa da sua
família e ao cemitério familiar bem como a inauguração dum monumento em memória
a este herói nacional.
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