José Moreira Alves, uma das vítimas dos quatro
sequestradores em julgamento na cidade de Maputo desde terça-feira, comunicou
ontem(23/07) ao tribunal a sua intenção de desistir do processo em fase de
produção de provas por estar a receber chamadas telefónicas anónimas com teor
ameaçador.Proprietário da Jomofi Construções, Alves foi raptado
minutos após entrar na sua residência, no bairro da Costa do Sol, numa noite de
Abril de 2012. Os bandidos haviam se introduzido instantes antes. Amarraram os
guardas e substituíram-nos dos seus afazeres, o que concorreu para que a vítima
caísse na armadilha.O requerimento apresentado ao tribunal não detalha o teor
dos telefonemas mas deixa clara a existência de chamadas anónimas feitas para o
celular do empresário, o que lhe moveu a desistir do processo.Entretanto, o
juiz e a magistrada do Ministério Público explicaram que se tratando de crime
público não há como recuar, devendo-se avançar com o julgamento até ao fim.
Acordou-se que José Moreira Alves será ouvido através do seu advogado e
representante legal junto da 7.ª Sessão do Tribunal Judicial da Cidade de
Maputo. A esta audição seguir-se-ão as alegações finais.Segundo consta no despacho de acusação, após o sequestro
o construtor civil foi levado para um cativeiro algures no bairro de Magoanine,
uma zona não muito distante da sua casa.Fora dos 28 mil dólares norte-americanos que levava na
sua viatura Alves tinha consigo telefones celulares e outros bens de elevado
valor. Os sequestradores exigiram à família como valor de resgate dois milhões
de dólares norte-americanos.Tendo os familiares comunicado que dispunham de 300 mil
dólares, o filho da vítima foi orientado a deixar o valor no Campus da
Universidade Eduardo Mondlane e abandonar o local sem olhar para trás. O
empresário foi solto três dias após o rapto.

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