Por onde anda esta boca ?
Activistas contra a SIDA exigem um pedido de desculpas por parte de um membro do governo queniano que sugeriu que isolar todos os indivíduos seropositivos seria uma maneira de erradicar a pandemia.“Em Cuba, quando o então presidente Fidel Castro era ainda bastante poderoso, qualquer pessoa que apresentasse resultado positivo em teste de HIV era encarcerado em algum lugar e, uma vez lá não saia mais”, disse Esther Murugi, Ministra de Programas Especiais a 28 de Janeiro, durante um encontro com membros do parlamento sobre HIV/SIDA. “Não sei se deveríamos ser tão drásticos, mas por vezes penso que talvez é o que deveríamos fazer isto é que os seropositivos sejam encarcerados”.O Concelho Queniano de Controlo da SIDA subordina-se ao Ministério para Programas Especiais.O coordenador da Rede Queniana de Pessoas vivendo com HIV/SIDA, Nelson Otwama, reconheceu que o comentário da Ministra foi altamente irresponsável. “Não sei o que é que ela tinha na cabeça quando disse o que disse. Para além de violar os direitos das pessoas, tal sugestão cria estigma, mesmo se não implementada”, disse ele à IRIN/PlusNews“Ainda não conseguimos eliminar o estigma.Tais sentimentos, vindos de alguém com o estatuto dela podem simplesmente despertar o diabo de demonizar as pessoas seropositivas por pessoas que possam ter pontos de vista como o dela e que estavam simplesmente à espera de uma oportunidade”, disse.Jacqueline Sewe, membro de uma ONG local, a 'Women Fighting AIDS in Kenia (WOFAK)' – Mulheres Lutando Contra a SIDA no Quénia – exigiu que a ministra se desculpe perante as pessoas vivendo com o HIV ou então que se demita. “ O HIV não é uma doença contagiosa, e é triste ouvir um membro do governo dizer que essas pessoas deviam ser isoladas por causa do seu estado de HIV”, disse ela, acrescentando que “é desumano. Ela deve pedir desculpas ao público ou demitir-se por causa do que disse”.Num comunicado, a Rede de Sobreviventes de Violência de Género condenou duramente a ministra por causa dos seus pronunciamentos, classificando-os de “insensíveis e cruéis”.“Isolar as pessoas vivendo c
om HIV/SIDA não vai resolver o problema, mas vai rapidamente promover o já existente estigma e descriminação associado ao HIV/SIDA”, diz o documento. “O receio de se declarar devido à ameaça de rejeição, isolamento, violência ou abandono por um parceiro leva a novas infecções nos relacionamentos”.A ministra disse numa mensagem de texto que ela não estava a promover a ideia de isolamento, mas que estava simplesmente a sugeri-lo como uma opção. “Não penso que tenha dito que os seropositivos deviam ser isolados. Eu simplesmente dei exemplos do que foi feito em outros lugares e pensei se nós poderíamos alcançar alguma coisa se tentássemos o mesmo aqui”, disse.Murugi esteve no centro de um desacordo sobre o HIV em 2010, mas nessa ocasião os seus comentários a favor da tolerância para com homens que fazem sexo com homens mereceu elogio em vez de críticas por parte dos activistas contra a SIDA. Durante o encontro de 28 de Janeiro, embora não pactue com a homossexualidade, ela reiterou o apelo aos quenianos para encararem a realidade da homossexualidade para que se possa lidar com o HIV neste grupo de alto risco.
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