O Presidente da República, Armando Guebuza, renovou ontem (19) a
sua disponibilidade para um encontro, a qualquer momento, com o líder da
Renamo, Afonso Dhlakama, para discutir saídas para a crise político-militar que
afecta o país.A questão foi suscitada pela população no comício realizado o na
vila de Catandica, no quadro da presidência aberta que o Chefe do Estado
realiza à província de Manica. Pelo menos três das dez pessoas que subiram ao
pódio durante o encontro exteriorizaram a sua preocupação quanto ao
ressurgimento de bolsas de violência nalguns pontos do centro do país, tendo
solicitado a intervenção do Chefe do Estado para pôr cobro à situação.“Senhor
Presidente, nós já não queremos mais guerra. Muitos moçambicanos já construíram
as suas casas, compraram carros e fizeram as suas vidas. Não vamos deixar que
tudo isso seja novamente queimado e destruído”, disse um dos intervenientes.Na
sua reacção, o Presidente da República disse que esteve sempre disponível e
pronto para se encontrar com o líder da Renamo, mas que este sempre faltou à
palavra.
sexta-feira, junho 20, 2014
Pombas quebram protocolo
Aconteceu na quarta-feira(18), no distrito de Tambara, província de Manica,
o insólito episódio, mas significativo, pelo momento que o país atravessa. Após
a aterragem na pista improvisada no distrito de Tambara, o serviço de protocolo
preparou pombas que deviam voar perante o Presidente da República, Armando
Guebuza em representação do pedido de paz. Mas, quando as crianças largaram as
pombas perante Armando Guebuza, elas simplesmente não voaram. Ficaram em terra
criando embaraço ao protocolo e ao próprio PR. Com as pombas desconfiadas dos
propósitos de paz de Guebuza, fez-se de conta que o episódio não ocorreu, e
deu-se início ao comício em que Guebuza, como que dando razão às pombas,ocupou
parte do seu tempo com expressões bélicas tais como “inimigos do
desenvolvimento”, “instigadores da instabilidade” e “inimigos do patriotismo”,
que “só pensam em conflitos para conseguir os seus interesses”, tendo deixado
no anonimato esses “inimigos”, visto que não se referiu a ninguém em
particular. “Ainda há pessoas que pensam na violência como forma de
resolver os seus problemas. Para mim a solução é o diálogo e contribuir com
ideias para o paísse desenvolver”, disse Guebuza, sem se lembrar de revelarà
população de Tambara quanto dinheiro do Estado ele gastou nos avultados
investimentos que fez nos últimos anos em material de guerra que tem sido
expedido para a Gorongosa e para Machanga.
quarta-feira, junho 18, 2014
Jeque, o peão "político" descartado
Como é sabido Carlos
Jeque já não é Presidente do Conselho de Administração da empresa pública
Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). A decisão foi tomada numa assembleia-geral
extraordinária que teve a presença do Instituto de Gestão das Participações do
Estado (IGEPE). Para o lugar de Carlos Jeque foi indicado Silvestre Sechene,
antigo PCA da EMOSE. Isto acontece na sequência dum conjunto de escândalos que
está a acontecer na empresa e que tem sido reportado com provas documentais
pelo semanário Canal de Moçambique. A empresa está mergulhada num caos, com
descontentamento generalizado dos trabalhadores, que acusam Marlene Manave, a
administradora-delegada, de estar a gerir a empresa de forma irresponsável, o que
tem estado a reflectir-se em atrasos e avarias constantes dos voos. O Governo
decidiu deixar toda a equipa responsável pelo caos, e atacou o elo mais fraco,
para encobrir a anarquia. A decisão de afastar Carlos Jeque suscitou a
ira de todos os trabalhadores, incluindo pilotos, que sabem que quem está a
destruir a LAM é Marlene Manave, actual administradora-delegada, e o seu grupo.
Carlos Jeque, quando chegou à LAM, em 26 de Junho do ano passado, tentou pôr
ordem, mas começou a ser combatido e acabou isolado. Já não tinha acesso a
qualquer informação relevante da empresa. Ouvia tudo pelos corredores e pela
comunicação social e acabou demitido como bode expiatório. O grupo de Marlene
Manave, que é acusado de arruinar a empresa, diz que tem protecção do partido
Frelimo e que ninguém o tira de lá, aconteça o que acontecer. E a decisão do
Governo de manter o referido grupo vem comprovar que, de facto, a intenção é
perpetuar os desmandos.
terça-feira, junho 17, 2014
Alemanha com piedade de Portugal
A pesada derrota sofrida por Portugal no jogo de
estreia no Mundial de futebol do Brasil2014, frente à Alemanha (4-0) faz
destaque um pouco por toda a imprensa desportiva estrangeira desta terça-feira(17).O
diário francês L'Equipe chama à primeira página o título "Muller met le
turbo, C. Ronaldo au point mort" (Muller mete o turbo, C. Ronaldo em ponto
morto", ilustrando com uma imagem de uma disputa de bola entre Raul
Meireles e um jogador alemão.Já o espanhol AS faz destaque com o título
"Alemania presenta credenciales" (Alemanha apresenta credenciais), e,
em letras mais pequenas, revela: "Goleou Portugal com bom jogo. Muller
marcou três golos. Pepe foi expulso, optando por não falar em Cristiano Ronaldo
na sua primeira página.
Por seu turno, o também espanhol Marca, traz à primeira
página uma fotografia de CR7 de semblante pesado, acompanhado do título
"Arrolado por um panzer" (Atropelado por um tanque).
O Mundo Deportivo
destaca a derrota da "seleção das quinas" com um "Alemania barre
a Portugal" (Alemanha varre Portugal) , enquanto o Sport destaca
"Pepe, expulsado Y CR7 humillado" (Pepe expulso e CR7 humilhado).O
italiano Corriero dello Sport faz igualmente uma chamada de primeira página à
vitória dos alemães frente a Portugal com "Muller demolisce Ronaldo"
(Muller demoliu Ronaldo) , com o subtítulo de Alemanha devasta Portugal por 4-0
com triplo de alemão.
As origens do poder: um obstáculo para a paz ?
A primeira coluna de viaturas que partiu do posto administrativo de
Muxúnguè, na província de Sofala, em direcção ao Save, na Estrada Nacional
número 1 (EN1), na manhã desta terça-feira (17), foi atacada na zona de Zove,
por homens armados que se presumem pertencerem ao partido Renamo. Uma fonte da
Polícia em Sofala, que prefere não ser identificada, confirmou a ocorrência ao
@Verdade e assegurou que não houve vítimas humanas. A coluna de viaturas civis
continuou a viagem até ao seu destino. Também na manhã desta terça-feira (17)
registaram-se trocas de tiros entre militares governamentais e guerrilheiros da
Renamo a cerca de 50 quilómetros do município de Mocuba, na província da
Zambézia. Recorde-se que nesta mesma região, Murothani, registaram-se
confrontos opondo elementos das Forças Armadas e da Força de Intervenção
Rápida, a cerca de 30 alegados homens armados da Renamo, que acampavam numa
antiga base militar do principal partido de oposição. Na altura, em Maio
último, pelo menos um militar morreu e outro foi ferido por balas.Entretanto em
Maputo as delegações do governo e da Renamo, que estão em diálogo
político há mais de 1 ano ainda não conseguiram ultrapassar o primeiro dos
quatro pontos da agenda e desde a semana passada não tem acontecido a habitual
sessão no Centro de Conferencias Joaquim Chissano.Segundo o jornal Mediafax
desta terça-feira, o Governo ainda não respondeu a um ofício do partido de
Afonso Dhlakama sugerindo que na indisponibilidade para reunirem segunda-feira,
o encontro possa ter lugar entre quarta e quinta-feira. “É estranho e não percebemos
o que está por detrás disso. Não sabemos se são questões processuais ou então o
governo de facto não quer assinar o acordo. Não sabemos se o problema agora é
de foro partidário ou de foro diplomático no sentido de estar ainda a contactar
alguns mediadores internacionais” – disse uma fonte próxima às delegações
citada pelo Mediafax.
sexta-feira, junho 13, 2014
Bazaruto pode desaparecer
O arquipélago do Bazaruto, na região sul
do país, localizado entre os distritos de Inhassoro e Vilanculos, na província
de Inhambane, poderá desaparecer do mapa de Moçambique, se não forem tomadas
medidas de prevenção contra os efeitos das mudanças climáticas.Segundo o
director provincial da Coordenação e Acção Ambiental em Inhambane, Diogo
Borges, os efeitos das mudanças climáticas já se fazem sentir em várias regiões
da província e, em particular, no arquipélago do Bazaruto.“As águas do mar
penetram na ilha entre cinco a vinte metros, quando a maré está cheia. Por isso
podemos dizer que a ilha de Bazaruto pode desaparecer a qualquer momento devido
a mudanças climáticas”, disse Diogo Borges.A extensão do arquipélago do
Bazaruto reduziu-se de 25 para 18 quilómetros devido aos efeitos climáticos.
Diogo Borges explicou que, a extensão a partir da estância turística “Indico
Bay” ou Clube Naval até ao alto mar, há dez anos, media cerca de 25 km, mas
actualmente só mede 18 km devido à penetração das águas do mar. (L. Conceição,
em Inhassoro)
Atacada a báscula de Mussacama
Homens armados que se presume serem da Renamo, atacaram na
madrugada sexta-feira (13 de Junho de 2014), por volta das 03h00, a
báscula de Mussacama, no distrito de Moatize, província de Tete. Informações ,
provenientes de fontes policiais e da Administração Nacional de Estradas (ANE)
que estão no terreno dizem que foram surpreendidos com tiros enquanto dormiam. De
acordo com as referidas fontes, as forças policiais (FIR-Força de Intervenção
Rápida) e funcionários da ANE que ali trabalham, quando ouviram os tiros
puseram-se em fuga sem responder. Acto contínuo, os “Homens armados”
incendiaram a báscula, roubaram armas e munições e incendiaram uma viatura.“Enquanto
dormíamos por volta das 3horas da madruga, fomos fustigados com tiros sem
parar. Eu e outros colegas da FIR, saímos a correr. Fomos apanhados de
surpresa. Ninguém respondeu. Eles entraram e incendiaram a Báscula. São homens
da Renamo”, disse um funcionário da ANE,
afecto àquela unidade de controlo rodoviário.
Estes ataques acontecem numa altura em que o presidente da República, Armando Guebuza está a visitar a província de Tete e prevê deslocar-se amanhã, sábado, ao distrito da Angónia.
O Chefe de Estado utiliza meios aereos não para descolocar-se, mas a sua comitiva não pôde dispensar a circulação rodoviária pela N9 onde estão a ocorrer os ataques.A comitiva de apoio ao presidente da República teve de ser escoltada por quatro viaturas cheias de homens e fortemente armados.A fonte que temos estado a citar diz ainda que, “o pânico se instalou em Mussacama”. “Várias famílias tiveram que fugir também para as matas, onde se encontram neste momento”.
“O trânsito de viaturas está bloqueado até ao momento”. “Estamos nas matas, com grande parte da população aqui refugiada connosco. Há pessoas que estão a sair para o vizinho Malawi. A circulação de viaturas está paralisada, neste momento”, conta a fonte.
Nesta zona de Mussacama, servida pela Estrada Nacional 9, durante a Guerra Civil que terminou em 1992 albergou muitas bases da Renamo. Foi das zonas mais sofridas em termos de infra-estruturas. Nesta mesma zona, segundo vários resultados eleitorais, desde as eleições de 1994 a Renamo sempre manteve hegemonia.O Delegado Provincial da ANE, em Tete, entidade responsável pela gestão da Báscula de Mussacama, Daniel Machaieie confirmou que “a báscula foi atacada essa madrugada, os colegas fugiram, estão nas matas, e ainda não posso falar em detalhes sobre os danos”.
“Uma equipa foi despachada com urgência ao terreno”, afirmou Machaieie.
A Polícia (PRM) confirma o ataque mas esconde o roubo de armas e munições.
“Do ataque resultou a vandalização da báscula, roubo de certos valores monetários, que ainda não se apurou quanto, e incendiaram uma viatura. As forças deslocaram-se ao terreno para apoiar equipa que lá estava”, disse Deolinda Matsinhe, chefe das Relações Públicas da PRM.Sobre o roubo das seis armas do tipo AKM, a polícia tenta ocultar o facto que temos conhecimento que aconteceu, por declarações de fontes informais. A policia não confirma, embora várias fontes nos assegurem que de facto isso sucedeu. “Não foi roubada nenhuma arma, embora fomos apanhados de surpresa. Não confirmo isso”, disse a porta-voz do comando provincial. (J.Pantie, em Tete)
Estes ataques acontecem numa altura em que o presidente da República, Armando Guebuza está a visitar a província de Tete e prevê deslocar-se amanhã, sábado, ao distrito da Angónia.
O Chefe de Estado utiliza meios aereos não para descolocar-se, mas a sua comitiva não pôde dispensar a circulação rodoviária pela N9 onde estão a ocorrer os ataques.A comitiva de apoio ao presidente da República teve de ser escoltada por quatro viaturas cheias de homens e fortemente armados.A fonte que temos estado a citar diz ainda que, “o pânico se instalou em Mussacama”. “Várias famílias tiveram que fugir também para as matas, onde se encontram neste momento”.
“O trânsito de viaturas está bloqueado até ao momento”. “Estamos nas matas, com grande parte da população aqui refugiada connosco. Há pessoas que estão a sair para o vizinho Malawi. A circulação de viaturas está paralisada, neste momento”, conta a fonte.
Nesta zona de Mussacama, servida pela Estrada Nacional 9, durante a Guerra Civil que terminou em 1992 albergou muitas bases da Renamo. Foi das zonas mais sofridas em termos de infra-estruturas. Nesta mesma zona, segundo vários resultados eleitorais, desde as eleições de 1994 a Renamo sempre manteve hegemonia.O Delegado Provincial da ANE, em Tete, entidade responsável pela gestão da Báscula de Mussacama, Daniel Machaieie confirmou que “a báscula foi atacada essa madrugada, os colegas fugiram, estão nas matas, e ainda não posso falar em detalhes sobre os danos”.
“Uma equipa foi despachada com urgência ao terreno”, afirmou Machaieie.
A Polícia (PRM) confirma o ataque mas esconde o roubo de armas e munições.
“Do ataque resultou a vandalização da báscula, roubo de certos valores monetários, que ainda não se apurou quanto, e incendiaram uma viatura. As forças deslocaram-se ao terreno para apoiar equipa que lá estava”, disse Deolinda Matsinhe, chefe das Relações Públicas da PRM.Sobre o roubo das seis armas do tipo AKM, a polícia tenta ocultar o facto que temos conhecimento que aconteceu, por declarações de fontes informais. A policia não confirma, embora várias fontes nos assegurem que de facto isso sucedeu. “Não foi roubada nenhuma arma, embora fomos apanhados de surpresa. Não confirmo isso”, disse a porta-voz do comando provincial. (J.Pantie, em Tete)
Beira,deixará de ser a segunda cidade económica e politica
O edil da Beira denunciou aquilo que
considera procedimento ilegal, inconstitucional e antidemocrático, de dividir a
cidade da Beira, segundo afirmou, levados a cabo pelo Partido Frelimo com capa
de governo provincial de Sofala, em conluio com a representação do Estado na
cidade da Beira.
Sem papas na língua, considerando clara
violação do Estado de direito, Daviz simango partiu a loiça ao demitir-se da
responsabilidade por qualquer atitude que venha a ser tomada pelos beirenses
como manifestação do seu inconformismo à medida tomada pelo governo de dividir
a cidade da Beira e com ela todas as suas consequências.
-“se quiserem dar um passo nesta manobra
dilatória em dividir a Beira, não nos responsabilizaremos por qualquer atitude
tomada pelos beirenses em repúdio e na resistência de medidas antidemocráticas
tomadas na sede do partido Frelimo em Matacuane” -afirmou Daviz Simango
fincando pé que “nenhum tirano vai dividir a Beira” para adiante ajuntar que a
Beira é una, assim como Moçambique o é.
Daviz Simango, saindo em sua defesa e do
executivo que dirige, alega a Resolução Nº3/81 de 2 de Setembro que aprova a
superfície geográfica e limites da cidade da Beira e outros, onde a superfície
da cidade da Beira que se situa em 633km quadrados que coincide com a totalidade
da área do distrito, conjugado com a alínea a) do Nº 7 do artigo 3 da Lei Nº
26/13, coadjuvado com o Nº 7 do artigo 1 da Lei 27/13 de 18 de Dezembro,
segundo a qual a sede do distrito da Beira é a cidade da Beira.
Ainda para consubstanciar a sua apologia,
Daviz Simango observou que, entre os dias 27 à 31 de Maio de 2013, para a
reconfirmação dos limites da cidade da Beira e o distrito do Dondo, foi
constituída uma equipe multisectorial que incluía técnicos da Direcção Nacional
de Organização Territorial do Ministério da Administração Estatal,
representantes da secretaria provincial, do distrito do Dondo, do Conselho
Municipal da Beira e do Estado da Cidade da Beira, tendo sido reconfirmados os
limites geográficos do município da cidade da Beira, criados pela Resolução Nº
3/81 de 2 de Setembro, sendo que ficou evidente que à norte limita-se com a
cidade e distrito do Dondo, à sul e este com o Oceano Indico e à oeste com o
estuário do Rio Pungué e cidade do Dondo.
O pronunciamento de Daviz Simango ocorre
2 dias após a realização da reunião, na Secretária Provincial (Permanente) de
Sofala, onde os munícipes ficaram a saber, pelos documentos oficiais postos a
circular e pelas noticias veiculadas em diversos órgãos de comunicação social
da pretensão de dividir o município da Beira, sob alegação, de acordo com o
documento apresentado pelo Representante do Estado na Beira, José Cuela
António, ex-administrador de Caia, de que o serviços básicos do município não
abrangem certas áreas de jurisdição como Postos Administrativos de Inhamízua,
Manga Loforte e Nhangau no concernente ao abastecimento de água, abertura e
manutenção das vias de acesso, expansão da rede escolar eléctrica e sanitária.
A par disso, a justificação para o
ajustamento da divisão territorial fundamenta-se no crescimento populacional;
prestação dos serviços urbanos nas áreas rurais; fraco grau de desenvolvimento
socioeconómico; necessidade desenvolvimento local harmonioso e integrado entre
os territórios, entre outros.
Para Daviz Simango, os limites da nova
divisão administrativa, muito brevemente a ser implementada, entram em
contradição com as Leis 26 e 27/2013, ambas de 18 de Dezembro, aprovadas pela
Assembleia da República de Moçambique e publicadas no Boletim da República,
assim como com o Plano de Desenvolvimento da cidade da Beira.
Num claro gesto de dissipar dúvidas,
Daviz Simango alertou, ele e o executivo que dirige não são cobaias apelando
para a necessidade de o governo provincial respeitar o voto do cidadão e a se
juntar ao governo municipal para atraírem investimentos visando construir uma
sociedade saudável e competitiva.
Daviz Simango qualifica a atitude como
“um comportamento nocivo e estranho de quem perde eleições e procura outras
formas inconstitucionais sem respeito às vontades dos governados para os
governar, que no mínimo, para satisfazer seus apetites de amarras ao poder
deviam pensar que quem manda é o povo através do referendo ou eleições ”.
Daviz Simango, num outro desenvolvimento
desenhou um quadro negro das consequências que podem advir da divisão da cidade
da Beira, sendo que destaca a limitação da edilidade ao crescimento e
consequente desprovimento da zona de expansão, bem assim, a nulidade do Plano
Director aprovado pela Assembleia Municipal.
Entre outros efeitos que podem derivar
desta medida figura a retracção do financiamento por parte dos doadores que
eventualmente se farão presentes na conferência de doadores que a edilidade
está a organizar para este ano, alegando ver, nesta acção, uma instabilidade.
Daviz Simango foi mais longe ao citar que
o município ficará reduzido à um posto administrativo (Chiveve) tendo em conta
que o Posto Administtrativo da Munhava ficará dividido em duas partes.
“Os eleitores de 20 Novembro vêm os seus
direitos violados por um grupo que se diz cinquentenário com visão e
professores da democracia” -pontuou, focalizando a perda das infra-estruturas
municipais construídas (sedes do bairro, mercados municipais, postos de saúde,
estradas, escolas, entre ouras).
No âmago da sua alocução, Daviz Simango
anotou que, a ser verdade, o município ficará sem os cemitérios, lixeira
municipais e sem o aeroporto internacional, por sinal o primeiro no país e como
se não bastasse, o município deixa de ter a classificação como cidade do grupo
B, passando provavelmente a menos que uma vila.
Do ponto de vista financeiro, a perda de
todas transferências consignadas face ao estatuto que detinha e das receitas
desconfortam Daviz Simango, que ao mesmo tempo, coloca o município na obrigação
de despedir cerca de 70% dos seus funcionários.
A nível político, fica a inquietação de o
município deixar de ter o número de membros na assembleia, recentemente eleita,
devido a redução do numero de eleitores, o mesmo acontecendo com as vereações e
administradores.
Daviz Simango entende que a fundamentação
apresentada na proposta de divisão não nutre nenhuma base legal e nem explica a
base e critérios usados para medirem o suposto fraco nível de desenvolvimento.
Refira-se que a 20 de Novembro de 2013
realizaram-se eleições autárquicas em todo o país e o MDM e o seu candidato
venceram no município da Beira, colocando Frelimo para uma plena oposição,
sendo que os órgãos eleitos tomaram posse à 27 de Fevereiro corrente depois da
validação dos resultados pelo Conselho Constitucional.
quinta-feira, junho 12, 2014
Verguemo-nos perante o humano
O médico e padre Aldo Marchesini, que trabalha
na cidade de Quelimane, província da Zambézia, e a JHPIEGO, organização
sem fins lucrativos especializada em saúde materna, conquistaram o Prémio de
População das Nações Unidas de 2014. AAssembléia Geral das Nações Unidas
estabeleceu o prémio em 1981 para reconhecer acções proeminentes nas áreas
de população e saúde.Dr. Marchesini, nascido na Itália, trabalha em
Moçambique desde 1974. A sua nomeação para o prestigiado prémio das Nações
Unidas foi feita pelo Fórum Mulher, ONG moçambicana que se destaca na defesa da
igualdade de género. A nomeação foi com o intuito de reconhecer os feitos do
Dr. Marchesini no tratamento da fístula obstétrica em Moçambique, trabalho que
ajuda a restaurar a dignidade da mulher. Envolvido em questões de população há
43 anos, o Dr. Marchesini veio a Moçambique para servir nas áreas mais
pobres, muitas vezes, como o único médico e a trabalhar com recursos limitados. Ele
começou o tratamento de fístula obstétrica logo após a sua chegada. Foi durante
muitos anos o único médico a tratar esta condição no país. Treinou todos os
médicos que trabalham nesta área em Moçambique. Ele também angariou
fundos, não só para financiar o tratamento das pacientes, mas também para pagar
o seu transporte, alimentação e roupas.
Durante a guerra civil, o Dr. Marchesini foi muitas
vezes raptado. A sua dedicação e serviço valeram-lhe prémios, entre os
quais o de “Cavaleiro da Ordem da Estrela da Solidariedade da República da
Itália, Certificado de Honra do Ministério da Saúde de Moçambique e da Campanha
pelo Fim da Fístula, e o Certificado de Honra da Direcção Provincial da Zambézia.
JHPIEGO, o Programa de John Hopkins para a Educação Internacional em
Ginecologia e Obstetrícia, é este ano o outro vencedor. A organização foi
fundada em 1973 para prevenir a morte materna. Nos últimos 40 anos, o JHPIEGO
prestou assistência a cerca de 160 países e actualmente trabalha em mais de 30
países, incluindo Moçambique. O programa já treinou mais de meio milhão de
profissionais de saúde em planeamento familiar e saúde reprodutiva. Esta
organização norte-americana concentra-se em várias áreas, incluindo a saúde
materna, neonatal e infantil; planeamento familiar e saúde reprodutiva;
prevenção, cuidados e tratamento de HIV; e prevenção e tratamento do cancro do
colo do útero.A atribuição do Prémio de População das Nações
Unida foi decidida por um comité presidido pela Embaixadora da República Checa nas
Nações Unidas, Edita HRDA, e composto por representantes do Bangladesh, Costa
do Marfim, Dinamarca, Granada, Jamaica, Qatar, República Unida da
Tanzânia, Nigéria e Paquistão. O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon, e o Director Executivo do UNFPA, Dr. Babatunde Osotimehin, são membros ex-officio do
comité. Os prémios serão entregues na sede das Nações Unidas a 12 de Junho
deste ano.
quarta-feira, junho 11, 2014
Ou resolvem isto,ou então ninguém passa!
Mais de 500
transportadores de carga decidiram bloquear, na tarde desta terça-feira(10),
por tempo indeterminado, a ponte sobre o rio Save, para impedir o trânsito de
qualquer tipo de viaturas, militares ou civis, em ambos os sentidos. Dizem que
o protesto visa pressionar as partes para alcançarem rapidamente o consenso nas
negociações. Os automobilistas, que deviam sair na segunda coluna, recusaram-se
a sair com a escolta das FADM, acusando estas de serem as instigadoras do
conflito. Segundo disseram, os homens armados da Renamo só atacam quando há
agentes das FADM e da FIR, que os andam a perseguir. “Decidimos paralisar o
trânsito até que haja consenso nas negociações que decorrem no Centro de
Conferências ‘Joaquim Chissano’. Nem hoje [terça-feira] nem amanhã nem depois,
nenhum carro vai passar daqui, na ponte do rio Save, quer no sentido Save-Muxúnguè,
como no sentido Muxúnguè-Save”, disse ao telefone um dos camionistas que
solicitou o anonimato. Dizem que as FADM e a FIR não estão a ser capazes de
garantir a segurança das colunas, por isso o trânsito vai continuar paralisado
até que haja condições.
Com a recusa dos camionistas, apenas uns 50 carros
ligeiros e machimbombos de passageiros atravessaram o Save em direcção a
Muxúnguè, escoltados pelas forças militares do Governo. “Apelamos ao Governo
para o bom senso na mesa das negociações. Ou, então, que declarem a guerra,
para nós ficarmos a saber que o país está numa situação de guerra”, acrescentou
a fonte. A primeira coluna, na manhã de terça-feira, foi atacada quando fazia o
trajecto Muxúnguè-Save, ao longo da Estrada Nacional N1, na província de Sofala.
Na sequência do ataque, duas pessoas civis ficaram feridas, um carro blindado
da Força de Intervenção Rápida e dois camiões de carga, um dos quais
pertencente à empresa TRANSAUTO, foram alvejados e, consequentemente,
imobilizados com vários furos de balas.Os feridos foram imediatamente evacuados
para o Hospital Rural de Muxúnguè.Entretanto, a reportagem do Canalmoz
estacionada em Muxúnguè testemunhou, na tarde de terça-feira, naquele ponto do
país, a chegada de mais de 100 militares zimbabweanos àquela região,
provenientes do batalhão Nhanga, treinado no Zimbabwe. Ninguém soube explicar o
propósito da presença militar zimbabweana na zona do conflito. Aqueles
militares passaram pela coluna na tarde de terça-feira transportados em
autocarros das FADM. (B.Álvaro e J.Jeco)
terça-feira, junho 10, 2014
Industrialização do sector do algodão é urgente
A
comercialização do algodão, na campanha 2013-2014, vai render aos cofres do
Estado moçambicano 100 milhões de dólares americanos.Esta informação foi dada
na passada quinta-feira em Maputo, durante uma conferência de investidores em
algodão e têxteis.Tratou-se duma conferência que serviu para expor, diante
do empresariado nacional e estrangeiro interessado em investir neste sector, as
potencialidades de investimentos existentes, no país, na mecanização ou
industrialização do sector de produção de algodão, uma vez que, neste momento,
em Moçambique, a produção de algodão é assegurada apenas pelo sector familiar.Na
ocasião, o director do Instituto do Algodão de Moçambique, Norberto Mahalambe,
disse que os 100 milhões de dólares resultarão da exportação de 80 mil
toneladas de algodão caroço produzidos na campanha 2012-2013.Segundo Norberto
Mahalambe, das 80 mil toneladas, 90% foram produzidas pelo sector familiar, e o
restante pelas pequenas indústrias existentes no país, o que revela que a
produção de algodão no país é assegurada pelo sector familiar, o que é mau,
devido ao facto de esta cultura ser considerada como um dos principais produtos
de exportação de Moçambique e que tem uma boa aceitação no mercado mundial,
pois é imprescindível na indústria têxtil e no fabrico de óleo alimentar.Foi a
necessidade de alterar este cenário que levou o Governo moçambicano a realizar
a conferência dos investidores para, junto dos empresários produtores e outros
intervenientes neste sector, procurar formas de revitalizar a produção de
algodão e a indústria têxtil no país, dada sua importância no desenvolvimento
económico pois, para além de servir de exportação, serve de renda para muitas
famílias moçambicanas.
Por outro lado, a conferência tinha como objectivo principal apresentar as
potencialidades de investimentos e de negócios nas componentes de processamento
e tecelagem de algodão fibra, uma vez que, neste momento, o país não possui
nenhuma indústria têxtil em funcionamento, desde que foram encerradas as
fábricas após a Independência.Segundo o ministro de Agricultura José Pacheco,
pretende-se com esta iniciativa agregar mais valor ao algodão produzido em
Moçambique, de modo a elevar o rendimento das 250 mil famílias que se dedicam à
produção desta cultura agrícola e, por outro lado, fortalecer cada vez mais a
contribuição do sector de produção de algodão para o crescimento económico do
país, através do aumento da balança de pagamento e criação de novos postos de
trabalho.
A necessidade de revitalização da indústria têxtil bem como da industrialização
do sector de produção de algodão, como forma de aumentar a produtividade e
agregar mais valor à produção nacional, foi também apontada pelos participantes
da conferência, pois, segundo eles, é muito importante, por se tratar duma área
considerada base para o rendimento de muitas famílias moçambicanas.Segundo
Francisco dos Santos, o sector de algodão é vital em Moçambique porque, para
além, de contribui para criar postos de trabalho e para o aumento do rendimento
de mais de 250 mil famílias, atrai muitos investimentos no sector de
processamento, devido ao seu uso múltiplo na componente industrial, uma vez
que, a partir do algodão, se pode produzir óleo alimentar e roupa.Por seu
turno, o director do Instituto de Algodão de Moçambique, Norberto Mahalambe,
diz que a sustentabilidade do sector de produção de algodão passa pela
construção de mais indústrias de processamento, de modo a que o país não se
limite a ser apenas um fornecedor da matéria-prima, tal como está a acontecer
neste momento em que toda a produção é exportada por falta de indústrias
têxteis no país.É neste sentido que o Governo espera mobilizar junto do
empresariado nacional e estrangeiro bem como nos outros parceiros de cooperação
internacional, como o Banco Islâmico, mais de 351 milhões de dólares americanos
para revitalização da cadeia de valor do algodão e da indústria têxtil no país.
(R.Moiane)
Aflito?
O presidente da
Renamo, Afonso Dhlakama, acusou os dirigentes religiosos baseados em Maputo de
serem “traidores, cobardes e coniventes” por, segundo ele, nas suas tomadas de
posição, estarem a favorecer o Governo da Frelimo liderado pelo presidente
Armando Guebuza. Durante uma teleconferência com os religiosos da União das
Religiões, que eram encabeçados por José Guerra, que é pastor da Igreja
Universal do Reino de Deus e presidente do Conselho de Administração da
Televisão Miramar, duas instituições que estão profundamente aliadas ao partido
Frelimo, Dhlakama disse:
“Vós sois traidores, porque, quando a Frelimo
nos ataca aqui na Gorongosa, não condenam, e quando nós tentamos travar as
incursões das tropas governamentais em Muxúnguè, aparecem a condenarem-nos”.“Avisámos
que ele [Guebuza] está a mandar contingentes, mas ninguém ligava, nem vocês, os
religiosos, e agora é que estão a chorar! Vocês também não são sérios”,
declarou Afonso Dhlakama.A Renamo ameaça dividir o país ao meio, caso o Governo não colabore com as
propostas postas em cima da mesa das negociações.O presidente da Renamo voltou
a colocar a questão da paridade nas Forças de Defesa e Segurança como assunto
que pode evitar que o país seja dividido.
“Nós estamos cansados e a Frelimo não nos quer ouvir, perguntem ao Guebuza onde
é que ele quer colocar os homens da Renamo, ou então vamos dividir isto. O
Sudão dividiu-se, a Alemanha Federal com a Alemanha Democrática estavam
divididas, Coreia do Norte e Coreia do Sul, por causa dessas brincadeiras de
regimes que maltratavam os outros”, afirmou Dhlakama.Embora a ameaça de dividir o país não seja nova, desta vez a mensagem foi
dirigida aos chefes religiosos baseados em Maputo, alguns dos quais fazem parte
do grupo de propaganda ideológica conhecido por “G40” e têm-se empenhado
publicamente em acções de culto da personalidade dirigidas à figura de Armando
Guebuza e da sua esposa Maria da Luz.
O presidente da
Renamo explicou que alargou e intensificou os ataques na zona centro do país
nos últimos dias para se defender das incursões das Forças de Defesa e
Segurança.
Apesar da tentativa dos chefes das igrejas – a Igreja Católica e o Conselho
Cristão estiveram ausentes por razões que não foram divulgadas – para
persuadirem o presidente da Renamo a parar com os ataques e a prosseguir com o
diálogo, Dhlakama foi severo ao responsabilizá-los pela actual situação de
tensão político-militar.No entanto, o presidente da Renamo declarou que está
comprometido com a paz, pediu aos dirigentes religiosos para sensibilizarem
igualmente o Governo, tal como fazem com a Renamo, de modo a que o Governo pare
com “acções visando acabar com a Renamo” e deixou um último apelo para que
sensibilizem igualmente o Governo para terminar com acções que prejudiquem o
desenvolvimento no país.
Entretanto, de
visita à Irlanda, o chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, acusou o
líder da Renamo, Afonso Dhlakama, de inventar problemas para satisfazer os seus
interesses pessoais à custa dos moçambicanos.Guebuza disse que os homens
armados da oposição “acordam todos os dias para matar os seus irmãos”.A Renamo
anunciou, na semana passada, a suspensão do cessar-fogo que tinha decretado
unilateralmente com a intenção de parar os confrontos com o Governo moçambicano
num conflito que já dura há vários meses. (B. Álvaro)
Mig empacotado
O
Instituto de Pesquisa de Paz Internacional de Estocolmo (Stockholm
International Peace Research Institute) concluiu que o MiG-21 cubano, bem como
peças sobressalentes e foguetes, apreendido pelo Panamá foram enviados para a
Coreia do Norte prontos para o uso.Um instituto de controle de armas, informou
que as partes do jato de caça apreendidos em um navio norte-coreano por
autoridades panamenhas, eram destinadas a serem utilizados pela Coreia do
Norte, numa aparente violação das sanções da ONU.A Stockholm International
Peace Research Institute contradiz o governo de Cuba que alega de que não
estava violando as sanções, com o envio de peças, mísseis e outros equipamentos
para a Coreia do Norte.
Galo que gosta de cajú
Marcos Juma, presidente do Partido Nacional dos Moçambicanos,
PANAMO, apresentou à Comissão Nacional de Eleições, CNE, para as eleições de 15
de Outubro deste ano de 2014, como símbolo do seu partido um galo muito
semelhante ao do Movimento Democrático de Moçambique, MDM. Ao invés de
rejeitar, de imediato, que é para não confundir os potenciais eleitores dos
dois partidos, a CNE acolheu e aconselhou os dois partidos para se entenderem
lá fora, o que demonstra a má-fé deste órgão. A lei não permite que sempre um
galo, que pode ser alto, baixo, com muita ou pouca penas, é sempre um galo.
Com quem o MDM se aliou? Vejamos o que escreve o jornal Notícias,
de 11 de Setembro de 2001:
Marcos Juma, antigo deputado da Assembleia República pela bancada
da União-Democrática, foi ontem condenado a dois anos de prisão, com pena
suspensa por cinco anos, juntamente com a sua esposa, Delfina Juma, por se ter
provado o seu envolvimento no crime de falsificação de moeda estrangeira,
nomeadamente, o dólar americano, no primeiro trimestre de 1999, altura em que
ainda era deputado. (...) No entanto, para além da pena de dois anos de prisão
suspensa por cinco anos, Marcos Juma terá que pagar 800 mil meticais de imposto
de justiça (...) Entretanto, durante a leitura da sentença, o tribunal disse
haver evidências de que o casal, juntamente com os dois estrangeiros
congoleses, forjaram, na residência dos primeiros, a moeda estrangeira – in
Notícias, 11 de Setembro de 2001.
“Havia uma pequena confusão de símbolos, tentámos conversar com os
dois partidos, sendo que mais tarde recebemos uma carta do PANAMO a manifestar
desistência do processo eleitoral”, disse Paulo Cuinica, porta-voz da CNE.
Feito o acordo de “cavalheiros”, não resta mais nada ao MDM senão carregar
Marcos Juma e sua companhia às eleições para as assembleias provinciais e
Assembleia da República. Marcos Juma é visto, pelo público, como um
falsificador de moeda estrangeira, portanto, um cadastrado. Este “casamento
circunstancial” pode minar o MDM aos olhos dos seus militantes e simpatizantes.Pessoas
que ouvimos, sobre este caso, dizem não acreditar que a CNE teria acolhido um
símbolo parecido com batuque e maçaroca apresentado por concorrente qualquer.
Ao aceitar que o PANAMO entregasse uma imitação de um galo, fica claro que este
órgão pretende favorecer o partido Frelimo, baralhando os potenciais apoiantes
do MDM. Marcos Juma das poucas aparições que tem feito, sempre aparece ao lado
da Frelimo, dando vivas ao Presidente Armando Guebuza, logo, ele não pode
trazer qualquer mais-valia à aliança.
Refira-se que na primeira legislatura multipartidária, o PANAMO
tinha como símbolo um caju, mas, admiravelmente, agora aparece com um galo,
algo que nunca tinha antes usado em público nem em privado. Recorde-se, também,
que, nas eleições autárquicas de 2008, aconteceu algo semelhante, na Beira, com
o GDB, uma verdadeira criação da Frelimo, que imitou um pássaro para se parecer
com a perdiz da Renamo, tendo, para o feito, conseguido sete assentos na
assembleia municipal da Beira. Durante todo o mandato, o GDB tomava posições
semelhantes às da bancada da Frelimo na inviabilização dos planos da edilidade.
sexta-feira, junho 06, 2014
Ó Afonso já há cama para a PAZ
Se houvessem poetas na Renamo, estou certo que
nunca escreveriam. Nem poesia de intervenção, nem de coisa nenhuma. É
impossível criar junto a alguém que de tanto se desconstruir, só desconstrói. A
entrevista que a Soico TV passou no dia 29 de Abril, revela esse lado de
"mártir" obcecado que caracteriza o líder da Renamo. A sua vocação
para padroeiro da desgraça e da incompreensão, da mentira e dadeturpação. De
tanto estar preocupado em propalar-se pai da democracia, o senhor Afonso
Dlakama tornou-se irremediavelmente no pai da tirania. Até mesmo dentro do
movimento dele.
A pobreza e a irreverência da miserabilidade com que profere as suas opiniões
deixam atónitas mesmo as lagartixas. As cobras não, porque me parecem conviver
com ele. Ora como pode o senhor Afonso falar da ditadura da FRELIMO, de onde
ele provém, como toda a gente sabe, quando ele próprio é a ditadura em pessoa?
Como pode ele falar de PAZ quando o que ele só sabe fazer é a guerra?
O líder da Renamo não percebe patavina de política e a ganhar algum dia as eleições
em Moçambique, a Republica de Moçambique tornar-se-ia, num curto espaço de
tempo, numa grande base de guerrilheiros. Ignóbil a paridade que pede. Ignóbil
que um Partido que se diz Partido nunca nos tenha vindo com um discurso
coerente politicamente e nutrido de algum projecto que servisse ou sirva
Moçambique, caso ele ganhe as eleições. Digam o que disserem os seus servis
seguidores, mas a RENAMO não tem projecto nenhum para Moçambique e se o tem
nunca o apresentou e se não o apresentou e tem, não é seu.
O senhor Dhlakama é uma caixa forte de fantasias. Um baile de mascaras nas
barbas da fome e do sofrimento e da seriedade do Povo que diz servir.
“Não aceito que seja cercado por forças do governo” . Esta afirmação é do
senhor Afonso Dhlakama. Ele não aceita ser cercado, mas o que ele anda a fazer
não é cercar a Democracia? Ele não aceita ser preso, mas o que anda a fazer não
é prender a Democracia? Ele não aceita ser atacado, mas o que anda ele a fazer
não é atacar a Democracia? Ele não aceita nada do que ele faz primeiro. Essa é
a mais distinta verdade.
O senhor Afonso não se sabe redimir, não tem mais argumentos para esgrimir que
não sejam os do recurso 'a força e 'a violência. O senhor Afonso tornou-nos
numa Nação violenta e de homens violentos. O senhor Afonso só tem um verbo na
sua boca e na sua mente: Aniquilar. Porquê? Porque é isso que ele aprendeu a
fazer, de que tempos não sei, e é só isso que ele sabe fazer e será isso que
ele continuará a fazer caso um dia ganhe as eleições.
O senhor Afonso não quer viver em Paz. Quer protagonismo e não encontra outro
modo de ganhá-lo sem recorrer as armas. É incapaz de ganhar protagonismo num
debate político. Não sabe ganhá-lo num discurso aonde não recorra a um outro
Dlhakama quase romanesco como César, o Imperador romano que quando se dirigia a
si próprio o fazia como sendo outra pessoa. Ora, como pode um homem desses
exigir que um Presidente da Republica pegue num helicóptero e se dirija 'a
parte incerta aonde se encontra para dialogar? Mas que senilidade atroz o faz
julgar deste modo?
Ó Afonso já há cama para a PAZ. Descansa, homem.
(Eduardo Costley-White/poeta/facebook)
Renamo? Bandidos armados
A Frelimo
reagiu ontem (5) à decisão da Renamo, o maior partido de oposição, de suspender a
cessação das hostilidades no país, ao afirmar que aquele antigo movimento
rebelde provou ao mundo que continua sendo dos bandidos armados.A Renamo
anunciou no início desta semana a suspensão da cessação das hostilidades entre
esta formação política e as forças governamentais outrora decretada pelo seu
líder, Afonso Dhlakama.O porta-voz da Frelimo, Damião José, considerou ainda
que, com esta postura criminosa, a Renamo continua a ser um instrumento de
desestabilização do país e que cumpre uma agenda contrária aos interesses do
povo moçambicano.“Com esta postura, dos bandidos armados, já não há duvidas que
a Renamo continua a ser inimiga do povo moçambicano, que a Renamo não quer a
paz, que a Renamo tem medo de participar nas eleições gerais e provinciais de
Outubro”, sublinhou o porta-voz da Frelimo.Com esta postura, a fonte referiu
que a Renamo está a cavar a sua própria sepultura com o apoio dos seus aliados
naturais e dos seus patrões, pois está a abusar da paciência do povo, que um
dia fará justiça.“Como se pode explicar que o porta-voz do próprio dirigente
apareça com discursos intimidatórios a anunciar que vão retomar o seu projecto
de matança dos moçambicanos e no dia seguinte reiniciem os ataques a cidadãos
inocentes? Que culpa têm os moçambicanos que, no seu dia-a-dia, lutam de várias
formas para combater a pobreza, mas que são mortos em plena via pública pelos
bandidos armados da Renamo? “
Questionou José, visivelmente agastado com a
situação.Questionado sobre quais eram esses patrões da Renamo, o porta-voz
afirmou que são todos aqueles que encorajam-no a continuar a valorizar as armas
para resolver os seus interesses desestabilizando, desta forma, o país.“Os
patrões da Renamo são todos aqueles que saúdam à Renamo sempre que desenvolve
emboscadas, mata moçambicanos e destrói os bens do povo moçambicano”,
acrescentou ele.Por conseguinte, a fonte lamentou, repudiou e condenou com
veemência a persistente postura da Renamo e dos seus homens armados de
continuar a matar o povo moçambicano e a destruir os seus bens. Assim, a
Frelimo reitera o apelo ao bom senso da Renamo para que meta a mão na
consciência e pare, de uma vez por todas, de matar o povo moçambicano e abrace
o caminho do diálogo e da paz, desarmando, incondicionalmente, os seus bandidos
armados para que estes passem a ser homens úteis às suas famílias e à sociedade.Lamenta
a morte de cidadãos inocentes e apresenta sentidas condolências e solidariedade
às famílias enlutadas pelas acções “criminosas dos bandidos armados da Renamo”.Com vista a limitar as futuras acções de desestabilização do país, a Frelimo
exorta ao povo moçambicano para que continue vigilante e denuncie às
autoridades todas atitudes e movimentações de pessoas estranhas, que tendem a
pôr em causa as conquistas colectivas do povo, à unidade nacional, à paz, e ao
Estado de Direito Democrático.
Uma candidatura com um caminho sinuoso
O candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique
(MDM), Daviz Simango, formalizou na tarde de quinta-feira(5), junto do Conselho
Constitucional, em Maputo, a sua candidatura para as eleições de 15 de Outubro
próximo. A candidatura foi apoiada por 19.060 assinaturas. No fim do
processo, o candidato do MDM e presidente daquele partido descreveu o processo
que antecedeu a oficialização da sua candidatura como tendo sido “sinuoso.”
“Foi um processo extremamente sinuoso”, disse Daviz Simango a jornalistas, instantes depois de apresentar a candidatura. O MDM já apareceu publicamente a queixar-se de detenções dos seus membros pela PRM, durante o processo de recolha de assinaturas. Pouco tempo depois, sob ordens da ministra da Justiça, Benvinda Levi – que se despiu das vestes de governante e vestiu a “t-shirt” do partido Frelimo – os Serviços de Registos e Notariado, através duma circular com referência 6/MJ/DNRN/05/2014, passaram a exigir reconhecimento presencial aos partidos políticos, mas tal medida nunca foi aplicada para o reconhecimento das assinaturas dos apoiantes do candidato do partido da ministra.
“Foi um processo extremamente sinuoso”, disse Daviz Simango a jornalistas, instantes depois de apresentar a candidatura. O MDM já apareceu publicamente a queixar-se de detenções dos seus membros pela PRM, durante o processo de recolha de assinaturas. Pouco tempo depois, sob ordens da ministra da Justiça, Benvinda Levi – que se despiu das vestes de governante e vestiu a “t-shirt” do partido Frelimo – os Serviços de Registos e Notariado, através duma circular com referência 6/MJ/DNRN/05/2014, passaram a exigir reconhecimento presencial aos partidos políticos, mas tal medida nunca foi aplicada para o reconhecimento das assinaturas dos apoiantes do candidato do partido da ministra.
Daviz Simango afirma que essa manobra não parou a vontade
de vencer. “A vontade de vencer garantiu que, no dia de hoje, pudéssemos cá
estar para fazer o depósito.” Simango torna-se, assim, o segundo candidato a
apresentar no Conselho Constitucional o expediente de candidatura, depois de
Filipe Nyusi ter feito o mesmo na semana passada. Por força da medida (por lei)
dos Serviços de Registos e Notariado, a Renamo e outros partidos da oposição
ainda não oficializaram as suas candidaturas junto do Conselho Constitucional. Questionado
sobre as expectativas das eleições que se avizinham, Simango respondeu: “Como
deve imaginar, nas eleições anteriores concorremos cinco meses depois da
constituição do partido, e agora tivemos mais tempo para trabalharmos. A nossa
expectativa é tornar ‘Moçambique para Todos’ uma realidade na República de
Moçambique.”O processo de apresentação de candidaturas começou em 24 de
Fevereiro e encerra em 21 de Julho, segundo a deliberação do Conselho Constitucional
no 1/CC/2014, de 20 de Fevereiro. (André Mulungo)
Doentes, fonte de captação de receitas
Antes de mais,
adverte-se que a intenção da abordagem desta sensível temática, prende-se com o
facto de se afigurar uma necessária (e inevitável) reflexão em torno de um
fenómeno que, de forma alastradora, ganha contorcionismos assustadores no nosso
quotidiano vivencial. Mais avisa-se que o que aqui se debruça não consiste numa insinuação (muito
menos acusação), todavia, traduz-se numa imperiosidade (moral e social) de
apreciação, análise e debate, em face da crescente onda de relatos e narracções
verificadas por parte de pacientes (e seus familiares), bem como algumas “fugas
de informação” por parte de pessoal privilegiadamente posicionado em lugares e
funções que permitem (ob)ter o acesso a uma panóplia de informações e
revelações que inquietam e alarmam a consciência pública.
O título acima é elucidativo e esclarecedor: paira uma atmosfera de suspeição
sobre os médicos das clínicas privadas, que aponta para o sentido destes
adiarem (o máximo que puderem) o estado de baixa do paciente a seu cargo,
movidos por motivos de captação de vantagens financeiras (para si e para a
unidade hospitalar), pois quanto maior for o tempo em que o paciente perpetuar
na clínica, maior será, também, o encaixe pecuniário para as “algibeiras” da
instituição. Aliás (e estou a vontade para dizê-lo), as mesmas suspeições
sobrevoam em torno da actividade profissional dos advogados que, amiúde, são
alvos dos mais asquerosos juízos de desconfiança, assumindo-se que,
propositadamente, protelam os processos judiciais (requerimentos prolixos,
recursos dilatórios, moção de incidentes e acções judiciais inúteis),
unicamente com o objectivo de “vampirar o sangue” dos clientes, cobrando-lhes
eternos honorários advocatícios. O assunto é de extremosa complexidade pelas
mais variadíssimas razões:
se, no que concerne aos advogados, existe sempre a
possibilidade do processo findar na mesa de um juiz (independente) e, mais a
mais, os interesses em causa são diametralmente opostos no que toca ao grau de
importância, visto que, normalmente, num caso (medicina) é a vida de uma pessoa
que está em causa e, noutro (processo judicial), com a excepção da privação da
liberdade (prisão), são questões de natureza patrimonial ou indemnizatória que
mais se suscitam. Na esfera da medicina não existe um “médico de recurso”
que sirva de árbitro para, no instante em que a prescrição médica é
estabelecida, o decretamento da baixa é efectuado, as infindáveis análises
(nenhuma delas gratuitas e que depois se mostram absolutamente desnecessárias)
são realizadas, os exames são “insistentemente repetidos” (a contrapartida
financeira sempre existente, obviamente), para sancionar, julgar, aquela
decisão que se parte do princípio que é idónea e reveste carácter peculiarmente
científico.
Dito doutro modo: em bom rigor, nenhum cidadão responsável por mais que se
sinta convicto de que se encontra recuperado, irá desobedecer a um médico que o
diz que tem de baixar, pois o resultado das análises (que o médico, entretanto,
possui atravessado entre as mãos e faz o favor de mostrar ao paciente, como se
este fosse entender o que quer que fosse daqueles gráficos que, naquele
instante, só lhe causam vertigens…), aconselham que o repouso (na clínica e não
em casa) é imprescindível.
A maioria das pessoas [ainda] tem medo de perder a vida e a “opinião” de um
médico é das poucas “opiniões” que reveste carácter de “ordem”…
Existirá, sempre, o problema da prova: o paciente dificilmente poderá provar
que o médico agiu livre, deliberada e conscientemente para usar a sua estadia
no hospital como mecanismo sofisticadamente brutal para
angariação de vantagens
patrimoniais (para si e para a instituição), bem como, no caso de uma
«inspecção», o médico, admitindo o erro, poderá sempre jurar que ao tomar uma
determinada decisão, fê-lo convicto de que era, aquela decisão, que se mostrava
adequada sob o ponto de vista científico, para debelar a maleita do paciente,
ou que cada paciente reage de forma “suis generis” perante a administração de
idênticos medicamentos, que o tempo de convalescença conhece distintas
variações consoante o desenvolvimento imunológico ou imunitário do paciente, ou
ainda que se operou um milagre divino…
E porque não sigo a “cultura do avestruz” (de penetrar a cabeça no primeiro
buraco que esteja ao seu alcance para se distanciar dos problemas que se lhe
colocam), creio estarmos em face de um assunto que merece reflexão aprofundada,
por mais indignação que despolete no seio da «classe da bata branca». Uma
reflexão analítica que terá, forçosamente, que estreitar mecanismos de
prevenção, combate e repressão perante medidas abusivas como as que se detém o
presente texto, sempre conscientes do carácter dificílimo de identificar,
provar e neutralizar “extorsões sofisticadas” que, sob mera hipótese, aqui
avançadas, na medida em que a refinada especialidade dos domínios da medicina
obstruem que um olho vulgar (não científico) possa arrogar-se a captar, com
nitidez, práticas tão subtis e engenhosas…
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