sexta-feira, dezembro 31, 2010
quinta-feira, dezembro 30, 2010
Fim de subsídios ,início de protestos
O Governo da Bolívia anunciou ,na ausência do Presidente, Evo Morales, um aumento entre 57 e 84% nos preços dos principais combustíveis, que estavam congelados há sete anos.O vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, que exerce agora funções de presidente interino, e o Conselho de Ministros informaram, no Palácio do Governo, do novo preço dos combustíveis, além de outras medidas para minorar o impacto da decisão na economia do país. O preço de um litro de gasolina sobe de 0,40 euros para os 0,69 euros, mais 72%, o da gasolina Premium sobe dos 0,51 para os 0,76 euros, um aumento de 57%, e o preço do gasóleo passa dos 0,39 para 0,73 euros, mais 84%. García Linera justificou a decisão argumentando que era necessário travar o contrabando de combustíveis para países vizinhos, que este ano receberam uma subvenção de 289,8 milhões de euros.Optou-se pelo aumento dos preços “para proteger a economia boliviano, para não beneficiar os contrabandistas, nem os que têm cinco carros de luxo”, explicou o vice-presidente do país.No entanto, o preço das botijas de gás (2,3 euros) e do gás para veículos e para as casas mantém-se inalterado. Para minorar o impacto do aumento dos preços dos combustíveis nas contas familiares, o Conselho de Ministros da Bolívia decidiu que o aumento do salário em 2011 será superior ao da inflação do final do ano. O executivo boliviano decretou ainda o congelamento do custo dos serviços básicos como a água, telefones e energia eléctrica, anunciando também planos de emprego de “emergência” para os próximos meses.
Wikileaks, a pedra no sapato dos governos
A droga que sai do Brasil para a Europa é um dos pilares do financiamento da rede terrorista Al-Qaeda. Isso é o que revela uma investigação feita pelo governo da Argélia. Ele mostra que, cada vez mais, o norte da África tem-se transformado em um dos motores das finanças do grupo terrorista, refere um jornal brasileiro que acrescenta que entre as maiores fontes de renda hoje da organização está a cobrança de " pedágio " para os carregamentos de drogas vindos dos portos brasileiros, que têm a Europa como destino final, noticia "O Estado de S. Paulo". A informação, segundo o ‘África 21’ vem no mesmo momento em que o grupo ‘WikiLeaks’ torna pública a constatação da diplomacia americana de que a África e alguns de seus governos se transformaram nos últimos anos no principal centro de apoio e de distribuição da droga sul-americana, tanto para a Europa como para o próprio mercado africano. Por décadas, refere o ‘África 21’, a droga que saía da Colômbia era embarcada directamente para a Europa, em navios ou aviões que chegavam a Espanha e Portugal. Mas desde que esses governos passaram a adoptar um controle mais rigoroso sobre as cargas e reforçar as fronteiras marítimas, o narcotráfico foi obrigado a buscar novas rotas. Segundo a Interpol, essas rotas passam agora pelos portos brasileiros, com a droga colombiana. Santos e os portos do Nordeste seriam os mais utilizados. Leia aqui.
Concurso de fotografia científica
A imagem de um inseto capturado por uma gota de resina foi a vencedora do concurso espanhol Fotciencia 2010, criado pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) e pela Fundação Espanhola para Ciência e Tecnologia (FECYT) na Espanha.Segundo o autor Pedro Ramos, a foto registra o início de um processo que dura milhões de anos e que tem uma importância fundamental para o conhecimento de alguns seres já extintos que tiveram seu DNA preservado pelo âmbar.O objetivo do concurso é aproximar a ciência e a tecnologia dos cidadãos comuns através da visão artística e estética presente nas imagens científicas. Esta foi a oitava edição do concurso.Qualquer pessoa maior de idade pode participar em duas categorias: Micro, quando a dimensão do objeto é menor ou igual a 1 mm ou a foto foi tirada com microscópio, ou Geral, para os demais casos.
"Cabe aos estudiosos do Islão a responsabilidade de evitar a violência e atrocidades à custa do literalismo e da descontextualização do Alcorão", diz Raficq Abdulla, que apelida o livro sagrado do islamismo de "livro do dinamite". "Profeta Maomé tentou, mas não teve o tempo necessário para transformar a mentalidade relativa à mulher", defende Raficq Abdulla, muçulmano sunita.Raficq Abdulla, consultor em finança islâmica, acredita que se tivéssemos seguido o modelo da ética sharia na banca e finanças não estaríamos a viver uma crise económica. Clique aqui para visitar o dossiê Banca Islâmica
Candidato a Nobel abusou menor
O sacerdote católico e sociólogo marxista belga François Houtart, figura-chave do movimento "altermundialista", confessou hoje ter abusado de um menor há 40 anos e pediu a suspensão da campanha pela sua candidatura a Nobel da Paz em 2011.Houtart, de 85 anos, reconheceu os abusos ao diário "Le Soir", depois de uma denúncia anónima à comissão que trata dos casos de abuso sexual de menores pela Igreja belga.A denúncia não referia nomes mas sustentava que um sacerdote da região de Liège teria violado um rapaz em duas ocasiões, nos anos 1970.Segundo o "Le Soir", a denunciante é prima de Houtart e irmã da vítima, que à altura dos factos tinha oito anos de idade.Em declarações ao jornal, Houtart admitiu ter "tocado as partes íntimas" do menor em duas ocasiões e qualificou esse comportamento como "irrefletido e irresponsável".O sacerdote afirmou também que na altura propôs aos pais da vítima renunciar ao sacerdócio e assumir as consequências dos seus atos, mas que eles lhe pediram que consultasse antes um professor do seminário de Liège, o qual o terá aconselhado a permanecer na Igreja e se concentrasse nos estudos de sociologia das religiões. Nas declarações ao jornal, Houtart pediu a suspensão da campanha de promoção da sua candidatura a Nobel da Paz 2011 e disse ter-se demitido das suas funções na organização não-governamental "Centro Tricontinental", da qual foi fundador.Impulsionador da Teologia da Libertação e conhecido em alguns círculos como o "papa do altermundialismo", Houtart foi professor de sociologia na Universidade Católica de Lovaina entre 1958 e 1990 e um dos impulsionadores do Fórum Social Mundial de Porto Alegre.
A vida está a melhorar
Segundo o secretário do Comité Central da Frelimo para a Mobilização e Propaganda e simultaneamente porta-voz do partido, Edson Macuácua o ano 2011 é o ano de materialização de grandes empreendimentos económicos e sociais em todos os sectores e à escala nacional e com impacto na melhoria das condições e qualidade de vida dos cidadãos. A nível da energia, destacam-se a construção da central hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa que vai aumentar a disponibilidade e o fornecimento da energia e a construção da chamada espinha dorsal, a linha de transporte da energia de Tete para Manica, Inhambane, Gaza e Maputo o que vai aumentar o acesso à energia da HCB. A nível dos transportes e comunicações, perspectiva-se a construção do Aeroporto Internacional de Nacala, que vai promover Nacala como um centro logístico nacional e internacional e a construção do Porto de Techobanine na província do Maputo. A nível da indústria e comércio, destaca-se a construção de 89 silos com capacidade de 89000 toneladas, e de armazéns com a capacidade de 100.000 toneladas, com o objectivo de incentivar a comercialização agrícola. Prevê-se ainda a construção de 4 fábricas de cimento, em Matutuíne, Magude, Beluluane e Sofala que vai baixar os custos da construção. A nível das estradas e pontes destaca-se em Cabo- Delgado, a reabilitação das estradas Macomia-Auasse, Mueda-Mocimboa da Praia-Palma e Montepuez-Ruaça; Na província de Nampula o destaque vai para a asfaltagem da estrada Nampula-Cuamba, na província do Niassa, destaque vai para a asfaltagem das estradas Ruaça-Marrupa, Lichinga-Litunde, na província da Zambézia, destacam-se a asfaltagem das estradas Gurué-Magige e Mocuba, Nampevo-Milange. Na província do Maputo destaca-se a asfaltagem das estradas Catembe-Ponta de Ouro e Boane-Bela Vista. Leia o desenvolvimento desta entrevista aqui.
quarta-feira, dezembro 29, 2010
Munícipes da cidade de Maputo, reuniram-se na capital moçambicana, num encontro organizado pela edilidade para traçar as prioridade de cada distrito municipal no âmbito do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), vulgo “Sete Milhões”, a ser alocado a partir de 2011.Instituído em 2006, pelo presidente moçambicano, Armando Guebuza, o fundo de Sete Milhões de Meticais (cerca de 210 mil dólares ao cambio actual) contempla 128 distritos existentes no país, para financiar projectos de geração de emprego e alimentos nas regiões rurais. Contudo, a partir de 2011 também passa a contemplar as regiões urbanas. O Governo Moçambicano aprovou uma estratégia de combate a pobreza urbana que prevê a alocação do FDD às cidades, que numa primeira fase vai abranger as Cidades de Maputo, Matola (sul), Beira (centro) e Nampula (norte).Porém, ainda falta definir o montante que será atribuído a cada distrito municipal, pois o valor será determinado em função do número de habitantes, índice de pobreza, entre outros parâmetros. Assim, os Conselhos Consultivos distritais devem estar atentos para rejeitar financiamento de projectos tais como venda de gelo, de créditos pré-pago, entre outros, que ocorrem em plena via pública.De referir que o processo de auscultação e harmonização da estratégia de redução da pobreza urbana iniciou em Setembro último.
Piratas actuam a 20 milhas de Quelimane
O Vice-Ministro da Defesa, Agostinho Mondlane, confirmou que a Marinha de Guerra de Moçambique recebeu um pedido de transmissão de um navio que no dia 24 do mês em curso foi alvo de uma tentativa de ataque pirata a 200 quilómetros das águas de Quelimane, província central da Zambézia.A Marinha, segundo Mondlane, enviou o sinal aos Centros de Segurança Marítima na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), baseados em Antananarivo, Madagáscar, e o da Cidade do Cabo na vizinha África do Sul, que confirmaram inclusive a recepção, embora não tenham dado o devido retorno.O dirigente reagia a uma questão levantada durante a conferência de imprensa destinada a anunciar o arranque, na primeira segunda-feira de 2011, do recenseamento militar em todo o país que projecta atingir, em todo o país, um universo de 150 mil jovens nascidos em 1993.A informação publicada hoje na edição electrónica do Jornal sul-africano 'Mail&Guardian' cita o porta-voz do Centro de Segurança Marítima da Marinha da União Europeia, Paddy O’Kennedy, afirmando que os piratas levaram a cabo ataques separados a 20 milhas (32 quilómetros) da costa de Quelimane.Os dois navios, atacados em separado nos dias 24 e 25 do mês em curso, eram, segundo O’Kennedy, uma cisterna 'NS Africa' registado na Libéria e o outro registado no Panamá 'Majestic' era um cargueiro.Os atacantes compreendendo um total de seis indivíduos, segundo a fonte, faziam-se transportar em uma pequena embarcação que se acredita ser a mesma que empreendeu os ataques contra os dois navios.O navio NS Africa repeliu as tentativas de ataques fazendo manobras enquanto o Majestic ripostou ao fogo aberto pelos piratas contra o cargueiro.O’Kennedy disse igualmente que nenhum dos navios está registado pelas autoridades gestoras das operações anti-pirataria no Oceano Índico, situação que retardou a recolha da informação sobre as tentativas de ataques.Os recentes ataques, segundo a fonte, mostram que a intensificação dos esforços contra a pirataria forçaram os piratas a desceram mais para o sul da Somália.Alberto Mondlane disse, contudo, que as autoridades moçambicanas estão em prontidão combativa e deverão intervir para pôr cobro a situação caso a SADC e a União Africana (UA), organismos com os quais tem coordenado e monitorado a evolução da situação nas águas regionais, decidam pela intervenção militar conjunta
Voando de novo para Lisboa
As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), maior transportadora aérea do país, volta a voar para Lisboa, Portugal, a partir de Abril próximo com duas frequências semanais.Segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, José Viegas, os voos serão efectuados com uma aeronave Boeing 767-300 pertencente a 'Air Seichelles', que será operada por tripulações de cabine mistas.A LAM, que deixou de voar para o espaço aéreo lusófono no início da década, informou, em Março último, o reinício dos seus voos regulares para Lisboa a partir de Outubro último, desejo que não se consumou.Actualmente, os voos entre Moçambique e Portugal são assegurados por um acordo de 'code-share' com a portuguesa TAP. 'Somos ambiciosos e queremos estar na vanguarda da Indústria, crescendo de forma segura e sustentável, e para isso vamos aumentar a nossa frota de médio prazo' disse Viegas.Ressaltou 'o nosso realinhamento estratégico, com a visão de a nossa companhia se transformar, nos próximos três anos (2011/13), num Grupo de Empresas de Transporte Aéreo líder, no mercado nacional e um forte competidor no mercado regional e intercontinental'.Assim, no próximo ano, a LAM vai focalizar as suas acções na rentabilização dos investimentos efectuados na modernização da frota e a consistência do crescimento registado.Em 2009, a companhia moçambicana começou a implementar um projecto orçado em 100 milhões de dólares norte-americanos, que expira em 2011.O mesmo consiste na substituição dos aviões do tipo Boeing 737-200 por seis aeronaves modernas com capacidade para acomodar entre 72 a 94 passageiros. A LAM já adquiriu, ao abrigo do projecto, quatro aeronaves , sendo duas do tipo Q400 da 'Bombardier', com motores turbo – hélice e igual número de turbo-jactos do tipo 'Embraer' 190, que foram entregues à companhia ao longo do ano que está prestes a terminar.
A República Popular da China vai conceder assistência militar às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) no valor de 3 milhões de dólares norte americanos, em 2011.O valor será drenado na aquisição de equipamentos diversos, em particular, para o apetrechamento do bloco operatório do Hospital Militar de Maputo e outro material para o aquartelamento das tropas das FADM.Segundo um comunicado do Ministério da Defesa Nacional de Moçambique (MDN), o referido equipamento deverá ser adquirido na China.Para a materialização da assistência, os governos dos dois países, rubricaram, esta semana, naquele país asiático, um protocolo de entendimento.O comunicado refere ainda que o acordo se inscreve no quadro do reforço das relações bilaterais no domínio de defesa entre Moçambique e a República Popular da China. A assistência faz parte das doações anuais daquele país a Moçambique para o sector de defesa.Em Abril último, o Ministério da Defesa recebeu diverso equipamento agrícola chinês que visa reforçar o programa de logística de produção nas FADM.
Animal escapa da morte, mas...
Dezasseis agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) afectos a 5/a Unidade das Forças Especiais contraíram ferimentos, resultado de um acidente de viação ocorrido na manhã de terça-feira no posto administrativo de Tica, distrito de Nhamatanda, na província central de Sofala. Segundo Orlando Ramal, chefe do grupo, dois elementos daquele contingente da força especial da polícia moçambicana, contraíram ferimentos graves. Na altura do acidente, os agentes daquela força especial encontravam-se de regresso do distrito de Marínguè, onde acabavam de ser rendidos. Quatro dos dezasseis feridos, segundo Jamal citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, encontram-se em observação no Banco de Socorros do Hospital Central da Beira. Jamal não forneceu as identidades dos pacientes policiais com traumas, mas explicou que, dos dois feridos graves, um sofreu ferimentos na face e outro uma fractura num dos membros inferiores.“Eles já receberam os cuidados necessários, mas estão à espera de uma equipa médica para fazer o diagnóstico final que ditará o seu internamento ou não. Temos também em observação mais dois agentes da FIR que fazem parte dos 14 que tinham contraído ferimentos ligeiros”, explicou. A fonte acrescentou que 12 dos 16 agentes policiais feridos receberam alta e os que continuam sob cuidados médicos nenhum corre perigo de vida.Sobre o assunto, Mateus Mazibe, oficial de imprensa no Comando Provincial de Sofala, informou que sinistro deu-se quando a viatura alugada em que seguiam, de marca Izuzu, embateu numa outra viatura de transporte semi-colectivo de passageiros.A fonte policial explicou que os dois veículos seguiam o mesmo trajecto, Inchope-Beira, com a do semi-colectivo de passageiros, de marca Toyota Hiace, na dianteira. Mazibe conta que, chegados a Tica, na tentativa de evitar atropelar um animal (Parque Nacional da Gorongosa) que de repente surgiu na rodovia, o motorista do “chapa cem” fez uma manobra irregular e, como resultado, a carrinha que vinha atrás foi embater naquele, despistando-se de seguida.
Difícil travar o assoreamento
A dragagem de manutenção, que acaba de ser concluída no cais e na bacia de manobras do complexo portuário da capital provincial da Zambézia, custou cerca de 200 mil dólares norte-americanos, valor disponibilizado na totalidade pela Cornelder-Moçambique, concessionaria daquele porto. Domingos Muzeia, director delegado da Cornelder-Moçambique em Quelimane, e’ citado pelo jornal “Diário de Moçambique” como tendo dito que concluída a dragagem, a bacia de manobras com uma largura de 200 metros poderá atingir uma profundidade de cinco metros, contra os anteriores dois a três metros.A dragagem porto de Quelimane, com uma duração de cerca de três meses, e’ uma operação realizada anualmente, para evitar que os navios de carga com um calado de cinco metros que se fazem ao local atraquem sem correr riscos de encalhar devido ao assoreamento.“E difícil travar o assoreamento, porque há sempre riscos de um banco de areia vir para a zona de manobras e dificultar a movimentação de navios, daí que o cais e a bacia beneficiem todos os anos de dragagem de manutenção, levada a cabo pela Empresa Moçambicana de Dragagem "EMODRAGA” esclareceu.Na ocasião, Domingos Muzeia lamentou o desaparecimento de navios de cabotagem, facto que, segundo ele, tem como causas a redução drástica dos volumes de carga manuseados no porto de Quelimane. O director delegado da Cornelder em Quelimane afirmou que em 2005 foram manuseadas cerca de 120 mil toneladas; nos anos seguintes os índices atingidos foram de 129 mil toneladas (em 2006), 85 mil toneladas (em 2007), 65 mil toneladas (em 2008) e 75 mil toneladas (em 2009), estando este ano já contabilizadas cerca de cem mil toneladas de carga.A redução do volume de carga, segundo explicou, atingiu o seu ponto mais baixo no período 2007/2008, tendo começado a subir em 2009 devido, sobretudo, à entrada do mercado malawiano naquele porto.O Malawi, um país sem acesso directo ao mar, exporta através do porto de Quelimane vários produtos, com destaque para açúcar, chá e algodão, e importa fertilizantes e material de construção.
3 mil dólares para fugir da guerra
As autoridades da província de Nampula, no norte de Moçambique, receberam nas duas últimas semanas, mais de 700 cidadãos somalis e etíopes requerentes de asilo político.Inácio Dina, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, citado pela Televisão de Moçambique (TVM), estação pública, disse que os mesmos foram encaminhados ao centro de refugiados de Maretane, localizado naquela província.De acordo com Dina, só nos últimos três dias, 521 estrangeiros, na sua maioria somalis, entraram no país com guias de pedido de asilo.Nos últimos tempos, Moçambique tem sido destino preferencial de estrangeiros vindos da Somália, Etiópia, Paquistão e Bangladesh que dizem estar a procura de asilo devido à crise política e social em que estão mergulhados os seus países. Alguns imigrantes, que entram para o país por vias ilegais, chegam a pagar cerca de três mil dólares para chegar a Moçambique.Muitos destes fixam-se nas províncias da Zambézia, Nampula e Cabo Delgado (centro e norte) onde iniciam alguns pequenos negócios e nalguns casos, depois desaparecem para um destino incerto.
O esforço do Município da Matola, província de Maputo, para melhorar a sinalização nas estradas da urbe está a enfrentar sérios obstáculos, uma vez que parece haver uma atitude contrária por parte de alguns automobilistas, traduzida no derrube “propositado” das marcas de sinalização luminosa e verticais. A edilidade da Matola tem, nos últimos tempos, vindo a melhorar tanto o estado do asfalto das rodovias quanto a respectiva sinalização (vertical e horizontal), determinantes para uma circulação fácil e segura de veículos e peões que usam frequentemente as estradas da urbe. As obras actualmente em curso na Avenida Eduardo Mondlane, que liga Maputo e Matola, via Infulene, espelham, sem a menor sombra dúvida, o enorme esforço da edilidade na melhoria da segurança rodoviária apesar de as obras estarem ainda a decorrer. O maior ganho naquela via é a colocação dos sinais luminosos, vulgarmente chamados semáforos. A colocação dos semáforos aliada ao alargamento da estrada veio, conferir outra mobilidade ao trânsito que nas horas de ponta e quando a polícia de trânsito não estivesse nos cruzamentos e entroncamentos, se assistia a todo tipo de flagrantes atropelos as regras de condução, provocando longas filas de veículos automóveis. A entrada em funcionamento dos sinais luminosos está a provar que o escoamento do tráfego pode ser mais célere e ordenado, porquanto os agentes da polícia de trânsito, ali no Estádio da Machava, viraram meros espectadores limitando-se de quando em vez a usar o apito para admoestar a todos aqueles que falham no cumprimento das regras de estrada. Os sinais luminosos estão a ser também colocados no entroncamento que dá acesso ao populoso bairro Patrice Lumumba, e, sem a menor sombra de dúvida, vão aliviar a morosidade no trânsito, mas mesmo antes da sua entrada em funcionamento já estão a conhecer o vandalismo por parte de alguns automobilistas que transitam pela via. Recentemente, um dos semáforos que estão a ser implantados para regular o trânsito rodoviário estava deitado no chão, mesmo antes de entrar em funcionamento, situação que contrasta com o desiderato da maioria que é ver os problemas resolvidos. Aliás, mesmo a 250 metros do cruzamento do Estádio da Machava a chapa de advertência contra a presença de sinalização luminosa foi impiedosamente vandalizada por um automobilista sem escrúpulos. Episódios como estes repetem-se em várias outras artérias da Matola, bem como de Maputo e são extensivos aos postes de iluminação que também auxiliam os automobilistas cujos veículos tem deficiências de iluminação, bem como os peões que por elas transitam para a sua segurança. Desta feita, é muito importante que todos saibam preservar estes sinais como um património comum, não apenas pelo seu inestimável valor para o fluxo do tráfego rodoviário mas também porque uma sociedade não pode construir e voltar a destruir a mesma propriedade. Também e’ preciso preservá-los para que a sua utilidade seja por muito mais tempo.(Leonel Muchano)
Maus hábitos prejudicam comerciantes
A especulação dos preços durante a quadra festiva já tem raízes profundas no mercado moçambicano, onde os preços de todos os produtos básios aumentam de forma galopante nas vésperas do Natal e do Fim-de-ano. Como é hábito, este ano os comerciantes “esticaram” os preços na esperança de ter a “colaboração” dos cidadãos.Contudo, para a sua surpresa, este ano, os compradores não responderam a essas expectativas devido a perda da sua capacidade de compra ou mesmo porque tinham o objectivo de punir os vendedores pela sua desonestidade. Como resultado, cerca de cinco mil sacos de batata reno apodreceram no último fim-de-semana nas bancas do Mercado Grossista do Zimpeto, arredores da cidade de Maputo.Em princípios de Dezembro corrente, um saco de 10 quilogramas de batata-reno custava entre 180 meticais (cerca de 5,4 dólares americanos) a 210 meticais, mas na semana passada a mesma quantidade chegou a ser comercializada a preços que variam entre 250 e 280 meticais.Citado pelo jornal “Notícias”, o presidente da Associação Moçambicana dos Micro-Importadores (AMMI), Fernando Matusse, lançou a culpa aos cidadãos por não terem comprado toda a batata que os comerciantes haviam importado para abastecer o mercado nacional.“Lamentamos a situação, porque tínhamos instalado uma capacidade de oferta para evitar a especulação, mas, infelizmente, não tivemos resposta por parte dos compradores e entramos em prejuízo”, disse Matusse. Nesta notícia, Matusse não faz referência a ocorrência de casos de especulação, apontando apenas que a deterioração deste produto deveu-se ao fraco movimento de compradores registado nos dias 24 e 25, durante os quais o mercado esteve praticamente as moscas. Contudo, o mesmo Fernando Matusse assegurou, em princípios deste mês, que os preços da batata não iriam ultrapassar os 220 o saco de 10 quilogramas, promessa que, como se viu, não foi cumprida.Os prejuízos registados no último fim-de-semana poderiam ter sido minimizados se o preço da batata se tivesse mantido nos 220 meticais, conforme a promessa inicial dos importadores.Se todos os cinco mil sacos de batata tivessem sido comercializados, os vendedores teriam conseguido 1,1 milhão de meticais, valor que acabou por se perder porque eles tencionavam ganhar 50 ou 60 meticais a mais em cada saco comercializado.
terça-feira, dezembro 28, 2010
Instabilidade no horizonte
Os trabalhadores moçambicanos continuam a viver em condições extremamente difíceis, particularmente aqueles que auferem salários mínimos ou próximos.O presidente da Organização dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical (OTM-CS), Carlos Mucareia, considera que os reajustamentos dos salários mínimos aprovados em Abril de 2010 foram de longe anulados pela inflacao, que já atingiu dois dígitos.Falando na recente cerimonia de apresentação da mensagem da OTM-CS, por ocasião da quadra festiva, Mucareia disse que o custo de vida continua alto, mesmo depois das medidas de horizonte temporal tomadas pelo Governo para conter a subida de preços do pão, energia e agua.O presidente da OTM-CS reconhece que os dados macro-económicos divulgados pelo Governo continuam a dar indicações de crescimento e estabilidade económica que dão a entender que o pais esta a enfrentar de forma determinada a crise económica mundial, mas o cidadão comum e o trabalhador encaram o seu nível de pobreza e os desequilíbrios sociais agravam-se constantemente.O problema, segundo a fonte, e' que o Governo aquando do reajustamento dos salários mínimos por sector de actividade anunciou em simultâneo a subida de preços de combustíveis, facto que a OTM-CS considera de 'extremamente negativo por se tratar de um acto de dar por um lado e tirar do outro'. “O sentimento que prevalece no seio do movimento sindical e' de que existe uma grande descoordenação intersectorial e isto a acontecer mais vezes vai gerar mais instabilidade que vai obrigar o Governo a tomar medidas por pressão e sem a ponderação e estudo necessários”, alerta a OTM-CS.A OTM-CS defende que, para reverter este cenário, o Governo e o sector privado devem tomar medidas tendentes a incentivar o investimento nacional e estrangeiro, sobretudo no sector produtivo, através da criação de pequenas e medias empresas por constituírem a principal fonte de emprego e base de desenvolvimento.Segundo o movimento sindical, o Governo deve ainda prestar especial atenção a agricultura, sector actualmente frágil mas que e' a base de desenvolvimento e fonte principal de emprego nas zonas rurais.A negociação dos salários mínimos, segundo a OTM-CS, constitui uma das acções de luta sindical, que deve ser encarada dentro de uma perspectiva de assegurar que os trabalhadores se beneficiem do crescimento da economia e recuperem o poder de compra perdido devido ao elevado custo de vida e tenham condições de vida mais dignas.Esta e', segundo a OTM, a razão porque durante o ano prestes a findar (2010) foram registadas varias greves de trabalhadores, em diversos sectores de actividade, dos quais se pode destacar os ramos de acucar, agricultura, industria alimentar, segurança privada, banca, entre outros.
Pelo menos 64 pessoas morreram na semana passada vítimas de 100 acidentes de viação registados em Moçambique, anunciou hoje, em Maputo, a Polícia da República de Moçambique (PRM).Falando durante o habitual briefing semanal com a imprensa, o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa, disse que estes sinistros também resultaram em 227 feridos, dos quais 100 em estado grave.“Este é um problema sério”, disse Cossa, acrescentando que “as pessoas não assumem que as suas viaturas estão a matar. Estamos a falar de 64 mortos e cem feridos graves no local do acidente”.Segundo Cossa, algumas das pessoas feridas podem já ter perdido a vida neste momento, devido a gravidade dos ferimentos contraídos. De acordo com os dados da PRM, com estes 64 mortos,sobre para 119 o número de pessoas que perderam a vida (no local do sinistro) por causa de acidentes de viação nas últimas duas semanas.Entre as principais causas dos acidentes de viação destaca-se condução em excesso de velocidade e estado de embriaguês, má travessia das estradas pelos peões e manobras irregulares.Aliás, na segunda-feira, um cidadão identificado com o nome de José Paulo atropelou um cidadão na baixa da cidade de Maputo quando conduzia em excesso de velocidade. O automobilista, que era portador de uma carta de condução de serviços públicos, embateu de seguida em duas viaturas.No âmbito de prevenção de acidentes de viação, as autoridades têm estado a realizar campanhas de fiscalização de viaturas em circulação na via pública. Com efeito, semana passada, a Polícia fiscalizou um total de 16.737 viaturas, acção que culminou com a aplicação de 3.700 multas, por diversas infracções do Código de Estrada.A Polícia apreendeu ainda 474 cartas de condução, cujos seus titulares foram surpreendidos a conduzir em excesso de velocidade e outras cem pertencentes a automobilistas que conduziam sob efeito de álcool.Acresce ainda, a detenção de 11 indivíduos ao longo do mesmo período por crime de condução ilegal.
IATA reconhece segurança da L.A.M.
A Companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) transportou, durante o ano que esta prestes a terminar um total de 533.775 passageiros para vários pontos do país e do continente.Este número representa um aumento de 76.608 passageiros transportados em relação a 2009.O Presidente da LAM, José Viegas, falando num brinde de encerramento do ano com os trabalhadores, disse que 2010 foi um ano de “grandes” realizações para a empresa, apesar da crise financeira internacional provocar o aumento cíclico do preço do fuel JETA1 no mercado nacional, a depreciação do metical (moeda nacional) e o aumento do custo de vida, “que teve reflexos penalizantes para a LAM, e também para as nossas famílias”.Em Outubro último, a LAM introduziu mais um voo para Luanda partindo de Maputo, sendo que esta rota passou a contar com três frequências semanais. “Em 2010 alargamos os nossos horizontes, voando mais vezes para Luanda e Nairobi, ligando com maior regularidade as capitais provinciais a Joanesburgo e Nairobi e, ainda, implementamos os acordos de code-share com a South African Airways, Kenya Airways, e mais recentemente com a SA Express, Ethiopian Airlines e a PW – Precison Air” detalhou.“As recertificações ISO 9001:2008 e IOSA, a nossa presença mais agressiva no mercado, a melhoria dos nossos serviços em terra e no ar e o grande prestígio da LAM, que foi considerada a Melhor Marca de Moçambique no Sector dos Transportes, e reconhecida pela IATA com o Prémio Platina, são sinais de crescimento e desenvolvimento”.A LAM foi criada em 1936 com a designação de DETA (Direcção de Exploração de Transportes Aéreos) como uma divisão de exploração dos serviços dos Portos e Caminhos de Ferro.Após a Independência, por decreto 8/80 de 19 de Novembro de 1980, é extinta a DETA e criada a LAM, uma empresa estatal sob tutela pelo o Ministério dos Transportes e Comunicações. As fotografias mostram as diferentes aeronaves(alugadas) utilizadas nos primeiros 13 anos da LAM para rotas de longo curso. Hoje conta com os modernos Embraer-190 e Q-400.
Efeitos da reversão da HCB para o Estado
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), maior empreendimento energético de Moçambique, acaba de aumentar a sua capacidade de transmissão de energia eléctrica para 1.920 megawatts (MW).No passado dia 19 do corrente mês entrou em funcionamento a oitava ponte conversora do sistema de conversão de corrente contínua do Songo, em Tete, no centro do país.A referida ponte conversora estava avariada desde 1985, reduzindo, deste modo, a capacidade nominal de transporte de energia eléctrica para 1.680 MW.Segundo um comunicado da empresa, os gestores acreditam que o funcionamento pleno do sistema de conversão vai resultar na redução de perdas de energia eléctrica no sistema de transporte, traduzindo-se no aumento da disponibilidade de energia para atender às necessidades de desenvolvimento do País. De salientar que o processo de reposição da oitava ponte iniciou imediatamente após a reversão do controlo da empresa para o Estado Moçambicano, em 2007, e foi inteiramente conduzido por quadros da empresa. Os trabalhos de reposição da ponte incluíram, entre outros aspectos, a reabilitação de três transformadores de alta tensão, tanques de válvulas e diverso equipamento de manobras e protecção.As obras custaram aos cofres da empresa cerca de 10,5 milhões de dólares americanos (350 milhões de meticais). De acordo com o mesmo comunicado, a HCB pretende, nos meados de 2011, dar inicio ao projecto de reabilitação e modernização integral da subestação de corrente contínua do Songo.Tal projecto enquadra-se no programa de investimento da HCB que visa renovar e modernizar o funcionamento de componentes críticas, que se encontram obsoletos ou no fim da vida útil e assegurar a sustentabilidade da hidroeléctrica a longo prazo.
Ilmenite, rutilo e zircão de Topuito
A companhia irlandesa Kenmare pretende investir 200 milhões de dólares para expandir a sua produção nas Areias Pesadas de Moma cuja mina se localiza em Topuito, distrito de Moma, província de Nampula, Norte de Moçambique.Segundo escreve hoje o jornal “Notícias” , com este investimento, a companhia tenciona incrementar o volume de produção de minerais em até 50 por cento com o objectivo de responder o aumento da procura de ilmenite, rutilo e zircão pela China.As obras de expansão do empreendimento iniciam no primeiro trimestre de 2011, esperando-se que estejam concluídas até finais de 2012.O representante da Kenmare em Moçambique, Garreth Clifton, disse que a produção actual de ilmenite situa-se em 800 mil toneladas/ano, 55 mil toneladas de zircão e 18 mil toneladas de rutilo.Assim, com o aumento da capacidade, a produção de ilmenite passará a atingir 1200 milhões de toneladas/ano, 80 mil toneladas de zircão e 22 mil toneladas de rutilo. “Vamos construir uma nova unidade de separação magnética de alta intensidade que estará localizada num novo edifício que pode ser construído sem interferência nas operações existentes”, disse Clifton. Igualmente, ele disse que está prevista a construção de uma unidade auxiliar de processamento de ilmenite.
Indignado com a Vale e a Riverdale
O primeiro-ministro (PM) de Moçambique, Aires Ali, zangou-se com as empresas mineiras que operam na província de Tete. Numa visita recente a esta província, o segundo homem forte do Governo disse ter constatado irregularidades no reassentamento das famílias retiradas das suas zonas habituais de residência, para dar lugar a projectos de exploração mineira. “No âmbito do processo de reassentamento para dar lugar a exploração do carvão, as empresas mineiras Vale e Riverdale já reassentaram 1.448 famílias. Foram providenciadas casas de acordo com as condições anteriores no local de proveniência. Na maioria, foram construídas casas de tipo1, 2 e 3”, começou por explicar o PM.Entretanto, Aires Ali disse ter visto coisas desagradáveis, no processo de reassentamento. “Eles merecem muito mais, pelo simples facto de terem compreendido e deixado as suas terras e casas onde habitavam há bastante tempo, para dar lugar a exploração do carvão. As riquezas exploradas na terra onde este cidadão vivia, devem beneficiá-lo”, disse, entretanto, o PM. O reassentamento na zona de Muaradzi, levado a cabo pela empresa mineira ‘Riverdale Mining’, vai acolher 500 famílias. Já foram reassentadas 26 famílias provenientes do bairro Capanga, no distrito de Moatize. No novo bairro de reassentamento, foram construídas casas de tipo 1, 2 e 3.
O que preocupou o PM, são as condições básicas que ainda não foram criadas. Ainda não foram construídas, naquele local, infra-estruturas para os serviços de saúde, polícia e educação, referiu. As 26 famílias já reassentadas recorrem a Cateme, percorrendo cerca de 10 quilómetros, para ter acesso aos serviços básicos. O PM ficou indignado com esta realidade e deixou aviso aos responsáveis pela exploração mineira em Tete. “Devem explorar as riquezas, mas em contrapartida a comunidade tem que se beneficiar disso. Não basta termos grandes projectos, precisamos de empresas que trazem benefícios para a população abrangida”, quer Aires Ali. (Jorge Mirione)
Supera o Mercedez C280
As medidas de austeridade anunciadas pelo Governo reunido em sessão extraordinária, no dia 7 de Setembro do ano corrente, após a revolta popular dos dias 1 e 2 do mesmo mês que se prolongou ainda pelo dia 3 de Setembro embora com menor intensidade, tem estado a ser pura e simplesmente pontapeadas pelo executivo de Armando Emílio Guebuza. Após os acontecimentos suscitados pela indignação contra o elevado custo de vida, Alberto Nkutumula, vice-ministro da Justiça e porta-voz do Conselho de Ministros, apareceu a dar a cara, revelando que o Governo iria manter os preços. Num volt-face de 180 graus, no meio de um saldo de cerca de 16 vidas perdidas e várias dezenas de feridos, Aiuba Cuereneia, ministro da Planificação e Desenvolvimento, veio dar o dito por não dito, ao explicar à nação que o Governo iria manter os preços dos produtos básicos e que iria subsidiar outras despesas. Contrariando a lógica da austeridade, há poucos dias deram entrada no parque automóvel da Comissão Nacional de Eleições (CNE) 12 viaturas de marca Hyundai Azzera V6. O Canalmoz contactou, há dias, Juvenal Bucuane, porta-voz do colégio liderado pelo médico estomatologista, João Leopoldo da Costa, que é simultâneamente reitor do ISCTEM, que parco em palavras não conseguiu explicar as razões da obtenção daquelas viaturas. O Canalmoz questionou ao ministro da Planificação e Desenvolvimento sobre a origem dos fundos usados para a aquisição das 12 viaturas novas, neste momento que o Governo diz estar a implementar medidas de austeridade. Aiuba Cuereneia disse que “o Governo não pode deixar de cumprir com os seus planos devido à implementação das medidas de austeridade”. Justificou que as viaturas para os vogais da CNE “são necessárias, devido natureza do seu trabalho”. Cuereneia confirmou, entretanto, que as 12 viaturas de marca Hyundai Azzera V6, são destinadas aos vogais da CNE. Não explicou que natureza de trabalho estes têm para necessitar de viaturas importadas, mais ainda quando se sabe que neste momento não está a decorrer nenhum processo eleitoral e o próximo só será, em princípio em 2013, as autárquicas. As medidas de austeridade que o ministro da Planificação e Desenvolvimento alega não serem impedimento para a importação de viaturas luxuosas, já são impedimento para mais investimento na Educação. Há duas semanas, o ministro da Educação, Zeferino Martins, anunciou que o número de professores a serem contratados para o sistema nacional de ensino público vai reduzir de 11.510 contratados este ano (2010) para 8 mil, em 2011. As medidas de austeridade que forçam a contenção dos gastos públicos é a razão deste corte na contratação de professores, indicou o ministro. O Azzera tem motor de alumínio 3.3 V6 de 24 válvulas, com comando de válvulas e colectores de admissão variáveis, e gera 245 cv de potência e 31 mkgf de torque. Ele realmente é mais potente que o Mercedes C280. Mais admirado que um Lexus 350. Mais espaço interno que um BMW Série 7.Tire as suas duvidas aqui.
Sinto vergonha
O arcebispo da Beira, Dom Jaime Gonçalves, apelou aos governantes moçambicanos a implementarem um verdadeiro pluralismo político no país e não limitarem-se apenas a defendê-la em papéis e discursos.Aquele prelado, que falava à imprensa por ocasião do Natal, criticou veementemente os dirigentes que se fazem passar por pacifistas, democratas e defensores de liberdades políticas e religiosas e que, para tal, “usam a imprensa e encontros públicos para mostrarem esta falsa parte humana enquanto, na prática, os seus posicionamentos ditam o contrário”. Desafio a todos os políticos e governantes, “estejam eles no poder ou na oposição, para transformarem os seus lindos discursos de pluralistas políticos e religiosos, humanistas e democratas em actos. Estamos cansados de conviver com pessoas que se aproveitam da ignorância, do analfabetismo e da falta de informação dos seus compatriotas para tirar dividendos, enriquecendo à custa dos outros, perpetuando o sofrimento de milhares de pessoas”. O líder da Igreja Católica na Beira disse, na mesma ocasião, que sente vergonha de alguns compatriotas que se sujeitam a projectos exploratórios de alguns ocidentais que, em nome de alegada parceria, procuram a todo o custo sacar os nossos bens, mas com um retorno insignificante. Ou seja, quem ganha com estes tipos de acordos é apenas um grupinho de pessoas.Sem apontar nomes de pessoas ou projectos, o Dom Jaime disse que alguns dirigentes usam interesses económicos, para aprovar projectos de grande envergadura sem, contudo, observar as eventuais consequências negativas dos mesmos.Para o arcebispo da Beira, projectos económicos não podem suplantar e menosprezar a dignidade das pessoas.«Jornal O País»
Nota do Muliquela: “Aquilo que nos diferencia é parte da diversidade que caracteriza o povo moçambicano do Rovuma ao Maputo. Diversidade, em si, não significa divisão.Só é causa de divisão quando perdemos de vista o que é principal. Neste caso, o que é principal é a unidade nacional, é a consciência e o orgulho de sermos moçambicanos, é o nosso amor à pátria, é a nossa vontade comum de servirmos o povo a que pertencemos.” – Samora Moisés Machel, Dezembro de 1982, no discurso de encerramento da reunião com representantes das várias confissões religiosas então existentes em Moçambique.
Americanos pedem desculpas ao Peru
O subsecretário de Estado norte-americano para a América Latina, Arturo Valenzuela, disse hoje que seu governo pediu desculpas pelo conteúdo dos documentos diplomáticos publicados no website WikiLeaks que se referiam ao Peru. Valenzuela disse que a relação entre os dois países é, apesar do conteúdo dos documentos revelados, "forte e respeitosa", e insistiu que estas publicações são "ilegais e deploráveis". "Como qualquer relação franca e fluida como a que temos com o Peru, temos tido conversas com procuradores, embaixadores, com o ministro sobre esta questão, e repito, é um tema que se entende que foi uma infiltração ilegal, deplorável, já a condenamos e temos pedido desculpas a nossos interlocutores sobre estas questões", declarou o subsecretário à emissora RPP, de Washington. O diplomata norte-americano expressou que seu governo está vendo a maneira de "virar a página" para que o conteúdo dos documentos publicados "não afete nossas relações". "Estamos muito tranquilos na realidade, porque temos conseguido com nossos interlocutores entender o que aconteceu e nos dar conta de que são coisas subjetivas, que não podemos avaliar. Devemos olhar o lado positivo disso e a forte e respeitosa relação que temos entre os Estados Unidos e o Peru", atestou. Entre os documentos publicados pelo WikiLeaks, um aponta que o ex-embaixador norte-americano em Lima James Curtis Struble opinou que o presidente Alan García (nas fotografias) é " instável emocionalmente" e tem um "ego colossal". Outro ex-embaixador ainda afirmou, em um telegrama ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, que existia uma relação entre o narcotráfico e alguns chefes do Exército local. (ANSA)
Quatro novos filmes
Os novos realizadores de curtas-metragens são produto de um curso organizado pela Universidade Politécnica (A Politécnica) com a produtora “Pirilampo”, do Brasil, tendo como objectivo apresentar caminhos para a realização de peças audiovisuais, por meio de prática.Durante dois meses, os formandos aprenderam as diferentes funções por de trás da câmara, para que um grupo realize um filme de curta-metragem documental.O curso se propunha a estimular a expressão criativa, a auto-reflexão, o trabalho em equipa, para além de valorizar as expressões culturais e as identidades da região em que se realiza.Por outro lado, os iniciantes do cinema terão que ir buscar alternativas ao cinema tradicional.Com efeito, os quatro novos filmes apresentam propostas diferenciadas, por exemplo, em “Shilambwashi Shetu-Esta terra é nossa”, dirigido por Albino Moisés, é uma narrativa biográfica sobre um ex-prisioneiro makonde encarcerado pela PIDE. O mesmo é levado a cumprir a sua pena em Mueda, Ilha do Ibo, Machava e Mabalane. Mais tarde acaba vendido como escravo para a plantação de cana sacarina na Maragra, distrito da Manhiça, aonde casou e vive actualmente com a idade de 110 anos.Importa referir que Albino Moisés é jornalista cultural do nosso matutino.Em busca da felicidade, foi co-dirigido por Shadi Gilani e Jocelyne Mager que é um retracto poético sobre a felicidade na vida quotidiana de quatro pessoas de diferentes idades e actividades que vivem e trabalham em Maputo.Cine Caniço dirigido por Francisco de Souza que é uma história de um cinema da periferia, e fala das motivações que o fazem continuar no negócio.Enquanto isso, O Sal de Sandra Cosme gravita sobre o peixe, percorrendo desde a sua captura, comercialização e consumo.Ou seja, é mostrado desde o mar, mercado e já no Prato; e em cada um, ganha diferentes significados.Todos os filmes foram rodados na cidade e província de Maputo e contaram com o apoio da equipa de formadores brasileiros da Produção Pirilampo que também conduziu o trabalho de edição.As quatro “curtas” foram escolhidas de um total de 18 histórias que pudessem ser filmadas.Mostrando-se feliz com o trabalho, Kaio Almeida, um dos formadores, disse: “posso dizer agora que o Workshop de Cinema Documentário de Maputo foi um sucesso. O trabalho foi árduo para todos os que participaram, seja na posição de formador ou de formando. É verdade que nem todos os filmes estavam finalizados, mas isso deixou a oportunidade de exibi-los novamente e pela versão do director, directors cut, como se diz no mundo audiovisual.”Disse ainda ter gostado de ver as meninas arrumadas, os homens bem alinhados, todos orgulhosos de mostrarem as suas obras de arte diante da comunidade, principalmente das suas famílias e amigos.A formadora Leila Lourenço referiu, a propósito, que “os mais novos cineastas de Moçambique estão de parabéns, não só pelo trabalho, mas também pela competência de conceberem obras cinematográfica, não perfeitas, mas com linguagem próprias e importância de conteúdo. Os filmes que vimos eram tão diversos entre si que se completavam e emocionaram quem assistia com várias nuances do sentimento humano. Palmas para os novos cineastas moçambicanos”.Teodosio Langa, um dos novos produtores aponta que, “sabendo-se que a produção de cinema foi sempre onerosa, com este curso, acho que vamos tentar, de forma modesta, contribuir para que o cinema moçambicano continue a apresentar conteúdos ligados as suas gentes. Este é um tipo de cinema que não demanda muitos recursos financeiros e técnicos, mas que isso não pode significar a baixa qualidade dos mesmos, daí que vamos precisar do apoio dos mecenas e outros parceiros”.
Corrupção desafia governo
De acordo com Maria Jonas, governadora da província do Maputo, dos casos de criminalidade que têm vindo a ser reportados, o que tem demonstrado uma atenção especial são os actos de corrupção que teimam em continuar a minar todos os esforços levados a cabo pelo Governo, com vista ao desenvolvimento socioeconómico.De acordo com a governante que prestou esta informação no IV Conselho Coordenador da PGR realizado na Matola, dentro do seu plano estratégico, o Ministério Público deve apostar cada vez mais numa actuação que traga resultados positivos e que responsabilize os autores.Maria Jonas sublinhou que é notório o empenho do MP no combate à criminalidade em geral, e a corrupção, em particular, o qual estende-se à educação dos cidadãos e às instituições do Estado, no cumprimento da lei e na defesa dos seus direitos, constitucionalmente consagrados. Reiterou o compromisso do Governo de tudo fazer no sentido de criar condições de trabalho indispensáveis às instituições que intervêm na Administração da Justiça, em geral, e às procuradorias, em particular.Para Taibo Mucobora, Procurador-Geral Adjunto e porta-voz da PGR, para um melhor desempenho e combate cada vez mais cerrado contra qualquer acto de corrupção, a aposta passa pelo alargamento da rede de cobertura em termos de magistrados do MP. Mercê da colocação de mais 28 magistrados, ao que apontou, hoje a cobertura nacional de magistrados a nível das Procuradorias Distritais situa-se em 112 distritos.Não obstante a subida do número de magistrados que é de 259, o mesmo ainda se afigura insuficiente, uma vez que se estima que um magistrado está para 79 457 habitantes, de acordo com o censo de 2007.“A intensificação das acções de prevenção da criminalidade vão continuar e com maior intensidade. À luz dos Planos Estratégicos da PGR e do GCCC, a nossa aposta é trabalhar no sentido de eliminar todos os focos de corrupção” – disse. (Jornal Noticias)
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