terça-feira, março 31, 2009

Visão de Edson Macuácua

O jornal "DIÁRIO DE MOÇAMBIQUE" publicou na sua edição de 24 de Março uma entrevista feita ao Secrectário do Comité Central da Frelimo para a mobilização e propaganda. Pelo seu interesse, alguns extratos desta entrevista conduzida pelo jornalista Arsénio Cruz.

DM- Como encara o denominado Movimento Democratico de Moçambique (MDM)?
EM- Não estamos em presença de um novo partido.Estamos em face de um desmembramento da Renamo em dois partidos... é uma génese patológica, na medida em que este partido não é um partido formado por gente nutrida de valores ou convicções de pretender servir o país.É sim um partido que emerge de um grupo de desertores e dissidentes que são movidos por uma ideologia de ódio e vingança.
DM- O MDM diz que há membros da Frelimo que se filiam a este partido.Não há mais membros a desertarem?
EM- A Frelimo tem aproximadamente três milhões de membros no país.....eles tentam usar o artificio para procurar distrair e enganar a opinião pública recorrendo a métodos de mediatização de um determinado individuo, de um determinado cartão,o que para nós não tem nenhum significado dentro das fileiras do nosso partido.....para os militantes da Frelimo , que são militantes com convicção e que são membros activos vinculados e enquadrados,eles em nenhum momento se deixam enganar por este movimento....aliás,foi visível no próprio acto de criação deste partido que os participantes eram em grosso modo membros da Renamo.
DM-Este movimento da Frelimo que s everifica em Sofala não terá a ver com a criação do MDM?
EM- Não, pelo contrário, aqui vê-se a diferença entre a Frelimo e o referido movimento.É que enquanto a Frelimo trabalha nos distritos de Sofala, trabalha nas localidades de Sofala, o referido movimneto está a trabalhar na Europa....portanto enquanto eles agem como um instrumneto do estrangeiro e, neste caso, estão neste momento com os seus aliados na Europa, nós estamos com os nossos aliados aqui no terreno, que são os moçambicanos, que é o povo moçambicano.
DM- Daviz Simango surpreendeu nas últimas eleições autárquicas como independente. Agora como líder do MDM, acha que vai surpreender nas eleições presidenciais, legislativas e provinciais?
EM – Daviz Simango não foi independente nas últimas eleições autarquicas. A sua candidatura foi formalmente apresentada em nome de um grupo concrecto constituído por cidadãos que até já tiveram assento na Assembleia Municipal.
DM- O que acha da posição de D.Simango de logo a seguir das autarquicas , criar um partido através do qual vai concorrer as eleições provinciais,legislativas e presidenciais?
EM- É um comportamento atípico......mas de ponto de vista de coerência, ele acaba sendo um animal atípico....é possível que haja certos individuos imediatistas que pretendem tirar benefícios e proveitos e que estejam a intrumentaliza-lo e a empurra-lo para o seu próprio precipício.... o partido não pode ser um somatorio de desertores,pois pode ser realmente um colosso de pernas de barro que a qualquer momento se pode esfumar.
DM-Durante a sua passagem por Portugal,D.Simango disse que o principal objectivo do MDM é evitar que a Frelimo tenha mais de dois terços nas próximas eleições.Quer comentar?
EM-Aquí revela-se a grande fragilidade política desta organização,pois eles não deveriam se organizar em função da Frelimo.
DM- Quer dizer que D.Simango teme a vitória da Frelimo nas próximas eleições?
EM-Ele está consciente, está ciente de que os dados concretos no terreno revelam uma ascendência, um crescimento da Frelimo.



quarta-feira, março 25, 2009

Sabores da verdade

Verdade, verdadinha.O Senhor Governador de Tete não gostou nada dos artigos do jornalista Bernardo Carlos.Curioso é que o “dito cujo” escreve para o jornal “Notícias”, o matutino mais antigo da imprensa moçambicana.Não é um diário qualquer pois nos momentos de dificuldade o socorro vem do Estado, o principal detentor.Tal como os outros jornais da praça, o “Notícias” é cada vez menos comprado e as razões vão desde a sua informação muito oficial até a capacidade do cidadão em compra-lo. Portanto os maiores clientes são instituições do Estado, organismos não governamentais e pouco mais num imenso país de vinte milhões de pessoas.As “inverdades” contestadas pelo Senhor Governador Idelfonso Mwanatata só podem fazer comichões ao próprio e os seus directos colaboradores, que mais não são os que vivem na cidade. Será que o administrador , o chefe de posto ou de localidade leram os artigos de Bernardo Carlos?A nova, a mais recente ameaça aos “feudos” não está nos jornais, rádios ou estações de televisão quer públicas ou privadas. Os perigos a qualquer poder, neste caso político, está no mundo virtual e que arriscaria a chamar de “tempestade de opinião” .Ele permite a qualquer pessoa de qualquer lugar produzir informação. Basta um cidadão revoltado, um cliente insatisfeito, para digitar até mesmo um boato não explicado, e o estrago está feito. Por isso, as figuras publicas devem começar a estar atentos ao potencial da internet, pois pode fazer estragos.Nacala é a quinta cidade em Moçambique, depois de Maputo, Matola, Beira e Nampula a usufruir de um serviço suportado pela mais recente tecnologia de internet sem fios , a qual o país foi o primeiro em África a utilizá-la.Não é preciso tanto. O acesso a internet é também por via do celular e aí o número de utilizadores está perto dos três milhões (o protesto contra o aumento das tarifas dos “chapas”em 2007 foi organizado via SMS).Depois da capital com o maior número de beneficiários da internet, Seguem-se todas as capitais de provincia e mais outras 15 sedes distritais.Pondo de parte as instituições públicas e privadas ligados a rede, existem cerca de 14.000 subscritores de vários provedores do país, 50 por cento destes são indivíduos e os restantes pequenas empresas, (estudo da A country ICT survey for Mozambique). Com a expansão da fibra óptica a todas as capitais de provincia até ao final de 2009, abre-se a possibilidade de circulação de um maior volume de informação(audio,video,dados) e com qualidade.Portanto, se desmentir uma notícia, há alguns anos, já era difícil mesmo com a publicação de uma carta ou de um anúncio, hoje começa a ser praticamente impossível. Acontece que a internet tem estimulado o chamado “jornalismo cidadão”, uma actividade independente da mídia tradicional, mas que muitas vezes parte para exageros. Muito pouco valerá a ameaça do Senhor Governador de Tete, pois basta abrir as dezenas de “blogs” moçambicanos e vai encontrar as mais variadas opiniões relacionados sobre os mais diferentes temas de actualidade, inclusive comentarios a ameaça feita ao jornalista ( cuida-te porque se não terás o mesmo fim do Carlos Cardoso).É preciso dominar este novo ambiente, um tipo de actividade que poderia ser chamado de “jornalismo de multidão”, incontrolável, as vezes até muito parecido com o terrorismo. O que os politicos e outros têm que apostar é modernizar o seu discurso, com novas ideias, novos produtos que convençam. Precisam de estar atentos ao este novo tipo de jornalismo que surge na “blogosfera”, aquele que pode colocar qualquer um numa situação constrangedora com extrema rapidez e eficiência.Aconselha-se a não menosprezar os tentaculos da internet.Pode ser paranoia, mas não custa estar precavido.

terça-feira, março 17, 2009

Morte na cadeia

As estruturas presionais no modelo actual não fornecem recursos adequados aos reclusos. Nas cadeias, a alimentação é precária, o comércio de drogas,os esgotos “impossíveis” assim como o abuso sexual, são práticas comuns.O quadro torna-se mais delicado no momento em que consideramos o aumento progressivo do índice de pessoas presas. Ainda não se conhecem as causas da morte de 12 das 25 pessoas encarceradas numa prisão na provincia nortenha de Nampula (Not.RM/comunicado do Ministério do Interior). Mas sabe-se que há uma repetição constante da ideia de que a culpa individual atenua as obrigações do Estado e da sociedade. Por isso, os maus tratos nas cadeias são menos condenáveis, pela sociedade, do que os maus tratos às crianças. Independentemente da questão da culpa, o facto é que esse descuido deixa o recluso muito mais vulnerável e coloca-o numa situação de desamparo, de exposição à violência policial e de outros, o que pode causar momentos de tensão e agressividade.Como resultado torna-o mais violento, agressivo e propício a vícios e degradações. O carácter correctivo e reabilitador da pena não é contemplado, pelo contrário, dados indicam o alto índice de reincidência nas prisões assim como a aprendizagem de novas artimanhas para cometer actos ilegais.A finalidade do sistema prisional é questionável, pois não cumpre sua função de corrigir e reabilitar o cidadão.

Boas notícias

Notícias boas geralmente são as notícias que reportam tragédias, mortes violentas, desastres de diversas proporções, histórias de dor e pesar, crises políticas e outros casos estranhos, sangrentos ou sensacionalistas. São estas as notícias que recheiam as páginas dos jornais, televisão e rádio do mundo inteiro.Pois bem, aí está uma pequena amostra de boas notícias. Note bem: boas, pois o quotidiano ainda está repleto de factos positivos.

A EMPRESA Petrobeira vai construir um conjunto de sete reservatórios para o armazenamento e mistura de condensado de gás natural e outros combustíveis líquidos nas suas instalações da Munhava, na cidade da Beira.

MOÇAMBIQUE tem disponível neste momento um excedente de milho estimado em cerca de 75.000 toneladas, o que acontece pela primeira vez em 25 anos.

Metade dos 128 distritos que Moçambique possui terá uma agência bancária dentro de cinco anos, na sequência da Campanha Nacional de Promoção de Poupança.

O BANCO Africano de Desenvolvimento vai desembolsar a primeira tranche dos 45 milhões de dólares correspondentes à sua comparticipação na asfaltagem da estrada Lichinga-Montepuez, viabilizando a ligação entre a província do Niassa aos portos de Pemba, em Cabo Delgado, e Nacala, na província de Nampula.

UMA fábrica de montagem de computadores vai entrar em funcionamento este mês, numa iniciativa do Ministério de Ciência e Tecnologia, em parceria com uma multinacional especializada no ramo.

UM grupo de clínicos voluntários de origem Uma equipa coreana constituída por oftalmologistas, enfermeiros, anestesistas e outro pessoal de apoio concluiu com sucesso, no Hospital Provincial de Xai-Xai, um programa de intervenções cirúrgicas a cerca de 90 pacientes padecendo de cataratas.

A TERCEIRA maior universidade pública do país, UniZambeze, sediada na cidade da Beira, em Sofala, iniciou as suas actividades lectivas.

Pelo menos cinco milhões de moçambicanos - um quarto do total da população - terão acesso à energia eléctrica da rede nacional até 2014. Actualmente, a energia eléctrica cobre apenas 14 por cento da população, deixando de fora os restantes 86, sendo Cabo Delgado e Niassa as províncias menos abrangidas pela electricidade.

Claro está que fazer um bloco de boas notícias não é fácil. As tragédias já trazem em si algo de interesse. As boas notícias precisam de ser realmente muito boas, com informações relevantes e alto grau de interesse para prenderem a atenção das pessoas . Insisto: é possível fazer um jornal de boas notícias sem abdicar dos factos, da realidade que não pára, dos escandalos, tragédias e tantos outros assuntos que compõem o retrato complexo de um dia no país e no mundo .

segunda-feira, março 16, 2009

Cocoricooo!!! (clik)

Em entrevista exclusiva ao «Canal de Moçambique» Daviz Simango explica porque ele e o MDM vão concorrer às eleições presidenciais e legislativas deste ano.

sexta-feira, março 13, 2009

Já viajou!!!

Não sei se é apropriado classificar de gutural o grito de galo que vem da cidade da Beira. Porque se é apenas gutural,( grito que vem da garganta) , aquele grito não é de galo gutural.Aquele grito tem mais qualquer coisa.....
Só que um galo sozinho não faz um dia. Ele precisa de mais galos. De um que ouça o grito e lance para outro; de um outro galo que registe antes o grito de um galo e passe a outro, e de outros galos que com muitos galos cruzem os raios do sol da manhã, desde uma teia pequena e frágil, a uma consistente entre todos os galos. O galo de Sofala (D.Simago/MDM)vai apresentar-se domingo aos galos “tugas” . Estes bons de bico , pedem 25€ por cada interessado em cacarejar com o galo da Beira.A ementa não tem grão de bico, nem farelo e muito menos milho. Para as entradas: martini, moscatel, gin-tónico, água, sumo de laranja, salgadinhos variados, queijinhos de ovelha, paio laminado, batatas fritas, azeitonas, etc...
Depois vem a sopa de legumes, o bacalhau à minhota.Para molhar a garganta, vinho branco e tinto, água mineral e sumo de laranja.Os galos “Moz” e os galos “Tugas” têm para a sobremesa fruta ou doce e a ajudar a digestão a bicazita com wisky novo e licores vários.Os hábitos que os galos ganham mal sobem ao poleiro...

Manutenção

Todas as semanas chegam noticias de construção de infraestruturas.Para a saúde, educação, administração pública, a construção de pontes , de sistemas de abastecimneto de água, de energia....enfim um cenário próprio de um país que luta para dar os serviços básicos e essenciais ao cidadão.Só que o cidadão ao benefeciar destes investimentos tem de ser alertado o quanto está a custar aos cofres do Estado.O cidadão tem que ter a noção que as infraestruturas construidas não cairam do céu e têm um custo, as vezes até bem altos.Isto porque estamos a perder o hábito de transmitir aos mais novos a necessidade de valorizar as nossas conquistas.Podemos até encontrar uma ou outra excepcção, mas de uma maneira geral participamos directa ou indirectamente na degradação dos imóveis , ou permiti-se que a gestão fique ao critério de cada um.Entendo que uma escola devidamente construida, tem que durar o tempo suficiente até que os utilizadores integrem-se no mercado de trabalho. A manutenção das infraestruturas públicas, são estas de que apenas faço referencia, têm que ser protegidas obedecendo a normas de gestão, que acredito existirem.
Questionarão alguns: como faze-lo se os orçamentos são limitados?
Então se sabemos que assim é, reavivemos a manutenção preventiva.A manutenção preventiva consiste genericamente, em inspeções mensais e simples e que diminuem em muito os custos.E basta uma limpeza regular e uma utilização adequada dos edificios.Há razões que justifiquem a destruição de um tecto porque não houve o cuidado de podar a árvore, que a laje deixe passar água, porque não há limpeza das calhas, que a janela esteja a cair porque não se apertaram os parafusos....enfim são inúmeras as situações.É que não basta termos água. É preciso que a fonte continue a servir.Para isso é preciso fazer uma revisão regular ao sistema de bombagem.Mas também não é o suficiente: é preciso dar água com qualidade.Para isso acontecer,há que limpar os poços, os reservatórios. A isto chama-se manutenção preventiva.

sexta-feira, março 06, 2009

Onde está a alma?

Assisti pela TV (record), a partes do último comício do presidente Hugo Chávez em Caracas e, fiquei fascinado.Caminhou para o local sempre simpático (o homem está mais gordo), vestindo uma camisa vermelha de mangas curtas , abraçando toda a gente, sorrindo, e quando menos se esperava abriu a boca para dizer: "Hoje não falarei muito, vamos cantar!". E entoou uma canção amorosa e de fácil compreensão, repetindo o refrão "amor, amor, amor..." Conversou com um ou outro no pódio, incitando-os tambéma cantar, falou com o público como se estivesse a faze-lo com a familia e terminou com uma simple frase : o nosso amor é a Venezuela! Já tive mais estima por esta figura , (totalitarismo não), mas não posso deixar de reconhecer no estilo algo que nos foi habitual: o modelo “terra a terra” de animação do público. Funciona. Já tinha visto, ao vivo, algo semelhante nos anos 80. Samora Machel, com o seu uniforme militar verde e sem galões, conversava num dos comícios com milhares de pessoas sob ameaça de chuva na capital moçambicana. Levantou-se e com alegria, começa a cantar:«Kanimambo, Kanimambo Frelimo!Depois os ministros acompanham em coro a multidão. Samora interrompe o discurso e desce da tribuna. Aproxima-se das primeiras filas e aí decide romper a barreira imposta pela segurança acenando:"Deixem-me abraçar, deixem-me falar com esta gente". Foi engolido por um mar de gente que o quiz abraçar , até que a segurança conseguiu tira-lo dali. Hoje consome-se um discurso muito uniforme, previsível, monocordio e principalmente.....sem ALMA. Não funciona.

quinta-feira, março 05, 2009

Apelo ao profissionalismo

Uma das situações mais incomodas no sector público é como motivar e recompensar a honestidade e o esforço entre os funcionários.Já o sector privado sempre teve um leque variado de incentivos positivos e mesmo negativos para motivar o trabalhador ou equipas de trabalhadores. O bom trabalho é correspondido por bonus, prémios ou promoções e o inverso passa pela revisão do desempenho desfavorável e ameaça de despedimento.Ora o sector público tem pouco espaço de manobra para usar qualquer destes métodos porque o sistema é rígido, baseado numa única classificação, para determinar o pagamento de todos os funcionários a coberto do Estado.A saída emcontrada têm sido as promoções que na pratica normalmente cingem-se na antiguidade e não no desempenho e a própria regulamentação complica a demissão para os casos do mau desempenho.Ora a Polícia da República de Moçambique encontrou uma saída para contornar o peso da máquina, ou seja, atribuir recompensas e incentivos aos agentes da autoridade. É condição a conduta, o brio profissional e a honestidade durante o exercício das suas funções.Seriam necessários outros dados para avaliar se a decisão motivará os homens da farda a cumprir com o seu juramento a pátria e aos moçambicanos. O problema, é que a maioria dos chefes opta por não aplicar a lei. Quando o chefe dá-se ao trabalho de a aplicar, vai pelo mais fácil, ao atribuir a todos os seus colaboradores uma avaliação favorável para não ter complicações. É desgastante ter que responder em tribunal para apresentar as razões da decisão. Deve-se proteger o honesto mas a “indisciplina social” pode uma vez mais deitar por terra esta iniciativa das autoridades policiais. Chegarão ao público notícias que os classificados positivamente são uma boa parte deles amigos dos chefes ou bajuladores. No caso de recorrência da sua avaliação o agente da polícia tem que o fazer perante uma comissão independente visto que é vital eliminar a subjectividade humana.Quando se procura , por alguma razão, retirar os incentivos baseados no desempenho, acaba-se na verdade recompensar o desempenho duvidoso.

terça-feira, março 03, 2009

Leitura do sorriso

Sempre que alguém fala em felicidade, ela é relacionada ao sorriso, de um modo geral, e ao bom humor. Uma pessoa sorridente é vista como feliz. Uma pessoa de cara amarrada, emburrado, é dado como infeliz. Rotulamos assim as pessoas a partir da aparencia . Para o grupo dos 90 trabalhadores despedidos da MOZAL o sorriso da primeira-ministra de Moçambique perante as camaras de televisão quando abordava a questão significa que as autoridades não são solidárias com os trabalhadores. O episódio não é novo. Cidadãos “bombardeados” pelas explosões do material bélico do paiol de Maputo reagiram indignados ao verem pela tela o sorriso do Presidente da República, A.E.Guebuza quando se referia a situação critica nos bairros da capital.Afinal o sorriso reflecte felicidade e a seriedade, não?
Barak Obama na sua tomada de posse sorriu mais do que George Bush em oito anos.Por curiosidade passei a observar os rostos,principalmente aqueles com quem cruzo diariamente.Que expressões tão diferentes. O que mais vi foram pessoas sérias, compenetradas. Talvez pelo facto de acordarem cedo e terem que ir trabalhar. Será que dá para julgar alguém apenas olhando-o no rosto, pela manhã ou em qualquer hora do dia? Será que uma cara fechada representa mau humor? Será que o sorriso é autentico e mostra uma pessoa bem humorada? É “maningue” complicado responder.Não é justo simplesmente por um olhar ou a partir de uma postura, colocar um rótulo numa pessoa. O rosto, a expressão, revela se estamos bem ou não. No entanto, não significa que a expressão de um momento seja válida para tudo. Será que ao sorrirmos não ficará mais fácil o dia? Diz a ciência que sorrir faz bem. Agora o que não acredito é em colocar rótulos nas pessoas apenas olhando para o seu rosto.

Radiodifusão em crise?

Em Moçambique estão registados uma meia centena de estações de rádios, para além de canais de rádio e televisão cujo número é estimado em três dezenas.Reconhecendo as dificuldades no seu desempenho, em particular as locais/comunitárias vale a pena questionar o seu futuro.Vem a tona o encerramento do Centro Rádio Visor,uma das rádios mais ouvidas na cidade da Beira pelo seu cariz comercial tendo como forte da sua programação a música para diferentes nichos de ouvintes.Dificuldades em repor regularmente o investimento obrigou a esta decisão que no entender do seu proprietário ainda procurou no último ano suportar as despesas com os lucros de outras empresasa do Grupo CRV.Não sei se a política desta conhecida rádio privada do segundo maior centro urbano de Moçambique esteve assente também no pagamento de funcionários só com a tarefa de elaborar “playlists”.Pode não ser o caso, mas de uma maneira geral um funcionário de um rádio local tem de ser obrigatoriamente ser locutor, fazer reportagens, ler noticias, dar uma ajuda se necessário na parte técnica e até angariar publicidade. Pelo historial das estações de rádio instaladas uma boa parte de índole comunitária ( zonas rurais) o raio de cobertura tem diminuido e consequentemente a facturação baixa.Onde ir buscar dinheiro para pagar melhores salários , fazer um melhor serviço, pagar a manutenção técnica e pagar as contas da luz ao final do mês? As rádios locais funcionam de como empresas se tratassem, é certo, mas pequenas ou médias empresas, com poucos recursos humanos e financeiros. Se o encerramento da CRV é sintoma de uma crise que chegou a radiodifusão moçambicana , imaginemos o que está a acontecer nas grandes emissoras (rádio e televisão públicas) vivendo de um limitante orçamento do estado e que pelo vistos não já não equlibra os "buracos" deixados pelo mercado pouco receptivo....

segunda-feira, março 02, 2009

Morto Kabi Nafantchamna (clik aquí)

O presidente da Guiné-Bissau, ‘Nino’ Vieira, foi assassinado na madrugada do dia 2 de Março, num atentado contra a sua casa. A capital guineense foi palco de explosões e tiros, um ataque não reivindicado que matou o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, e que pode estar ligado à morte do presidente guineense. Segundo o relato de um jornalista da RTP em Bissau, ouvido pelo “Muliquela”a mulher do presidente, Isabel Vieira, que se encontrava em casa com o marido, escapou ilesa ao ataque, enquanto que o assessor de imprensa de 'Nino' Veira foi transportado para o hospital com um ferimento de bala no ombro.A segunda mulher de Nino Vieira, Nazaré Pina, reside actualmente em Dacar, capital no Senegal, depois de ter deixado a ilha de Bubaque, no arquipélago dos Bijagós, sudoeste da Guiné, onde se tinha refugiado com os filhos.A primeira dama está na embaixada angolana", disse à Reuters Sandji Fati, um coronel reformado do exército, na capital Bissau."Nino Vieira recusou-se a deixar a sua residência quando diplomatas da embaixada angolana foram apanhá-lo e à sua mulher para um local seguro", afirmou Fati. Uma fonte de segurança disse que soldados da etnia balante, a mesma de Tagmé Na Waié, lideraram o ataque a Vieira.A casa de ‘Nino’ Viera está parcialmente destruída e tem sido alvo de pilhagens, segundo a RTP, que acrescenta que as pessoas começam a juntar-se nas ruas para chorar a morte do presidente.Uma testemunha garantiu que a casa do presidente foi saqueada. «Vimos militares a retirar tudo o que havia dentro da residência privada do presidente, os seus bens pessoais, os seus móveis, tudo», afirmou a testemunha. A Novembro do ano passado, um grupo militar já havia atacado a residência de Vieira, numa acção que matou dois seguranças.Sabe-se ainda que os militares mandaram cancelar as emissões da televisão nacional e de várias estações de rádio. João Bernardo Vieira, mais conhecido por Nino Vieira ou Kabi Nafantchamna, nasceu nasceu a 27 de Abril de 1939 e foi por tres vezes Presidente da República da Guine-Bissau (1973/1984-1984/1999 – 2005/2009).

Se houver tráfico de orgãos

De quando em vez correm notícias de que algures, uma certa pessoa desapareceu, para depois ser reencontrado em circunstâncias equacionáveis. Geralmente são jovens após uma avaliação física mesmo superficial, para além de eventuais confirmações médicas,concluí-se que a razão do desaparecimento , visa a utilização da vítima para extraírem os órgãos vitais do seu corpo.A probelmática do tráfico de orgãos não tem uma zona geográfica limitada, variando apenas nas formas de execução.É reconhecido o processo de doação feito quando constatada a morte encefálica do suposto doador. As doações aproveitadas de um cadáver podem ser de córneas, rim, fígado, coração, pâncreas, pulmão, pele, vasos sanguíneos, tendões e ossos. Já as doações de uma pessoa viva podem ser de rim, medula óssea e fígado.O comércio de órgãos está a transformar-se num problema de proporções cada vez maiores. É um facto normal hoje alguém ser morto apenas para servir como ‘doador’ de órgão para uma pessoa com boa situação financeira. Dados fornecidos pela União Europeia, indicam que mesmo com uma politica de celeridade e sigilosa entre as famílias interessadas, o número de orgãos disponíveis tem diminuido.Um dos motivos é o tráfico de órgãos. O tráfico de orgãos é o terceiro crime organizado mais lucrativo no mundo depois do de drogas e o de armas. Recentemente a ministra da Justiça de Moçambique , Benvida Levi, referiu que se houver tráfico no país , os orgãos são para outros objectivos como a feitiçaria. Uma religiosa brasileira denunciou o desaparecimento de menores na provincia de Nampula , tendo sido assassinada em circunstancias estranhas.O papa Bento XVI condenou o tráfico de orgãos humanos, chamando-o de acto abominável , e pediu cautela no momento de remover qualquer orgão para transplante, pois os doadores podem estar vivos.